A Guerra Civil na França – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Guerra Civil na França é um panfleto político escrito por Karl Marx como discurso ao Conselho Geral da Internacional, com o objetivo de disseminar entre os trabalhadores de todos os países um entendimento sobre a luta dos comunardos na Comuna de Paris, em 1871, e suas experiências históricas das quais devem tirar aprendizado. O livro teve grande circulação nos meses seguintes à sua publicação, sendo traduzido em diversos idiomas e publicado na Europa e nos Estados Unidos. Foi o texto que alavancou a popularidade do autor.

Publicação e conteúdo

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A Guerra Civil na França foi originalmente publicado por Marx em junho de 1871, em Londres, somente como terceiro discurso ao Conselho Geral da Internacional, mas é lido hoje como um conjunto de três discursos de Marx relativos à Guerra Franco-Prussiana e à Comuna de Paris. Os textos foram escritos na língua inglesa entre julho de 1870 e maio de 1871. Em 1891, no vigésimo aniversário da comuna, Friedrich Engels reuniu uma nova coleção de trabalhos e escreveu uma introdução para o terceiro discurso de Marx. Engels decidiu incluir os dois primeiros discursos que Marx fez para a Internacional, em julho e setembro de 1870, que tratam, respectivamente, da entrada da França no conflito com os prussianos e a vergonhosa derrota simbolicamente estabelecida após a Batalha de Sedan. O terceiro discurso, e mais denso dos três, é separado em quatro capítulos que versam, respectivamente, sobre a derrota francesa e capitulação de Paris em janeiro de 1871; a revolução dos operários parisienses e tomada do poder em março; a experiência da comuna e, por último, a queda da Comuna de Paris no fim de maio.[1] O panfleto foi a primeira publicação de grande circulação de Marx, tendo sido logo esgotado e impresso para uma segunda edição. Foi traduzido para o francês, russo, alemão, espanhol, italiano, holandês, polonês, dinamarquês e flamenco em 1871 e 1872.[2]

Consequências teóricas

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Para Marx, os acontecimentos da Comuna de Paris levaram-no à reavaliar as significâncias de alguns de seus escritos anteriores. Em um prefácio posterior ao Manifesto Comunista, Marx escreveria que "nenhuma importância é atribuída às medidas revolucionárias propostas no final da Seção II. Essa passagem seria hoje, em muitos aspectos, diferentemente formulada."[3] A passagem referida no "Manifesto" busca mostrar o processo da tomada proletária do poder do Estado. Sugerindo ainda no mesmo prefácio, que leiam "A Guerra Civil na França", diz: "A Comuna, sobretudo, provou que 'a classe operária não pode limitar-se a apoderar-se da máquina do Estado, nem colocá-la em movimento para atingir seus próprios objetivos'."[3] A experiência da comuna é, para Marx, a antítese para o paradigma do Estado burguês, sob uma perspectiva dialética e materialista.

Referências

  1. MARX, Karl (1871). A Guerra Civil na França. [S.l.: s.n.] 
  2. Yeremeyeva y Kunina, Karl Marx Frederick Engels - Collected works. vol. 22 1986 (2010), p. 666. https://www.hekmatist.com/Marx%20Engles/Marx%20&%20Engels%20Collected%20Works%20Volume%2022_%20M%20-%20Karl%20Marx.pdf
  3. a b MARX, Karl; ENGELS, Friedrich (1848). Manifesto do Partido Comunista 1848. Londres: [s.n.] 15 páginas. ISBN 85.254.1124-8 Verifique |isbn= (ajuda)  Tradução:Sueli Tomazzini Barros Cassal - Porto Alegre: L&PM Pocket, 2001. Também pode ser visto no marxists.org

Ligações externas

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