Alfred Radcliffe-Brown – Wikipédia, a enciclopédia livre
Alfred Radcliffe-Brown | |
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Nascimento | 17 de janeiro de 1881 Birmingham |
Morte | 24 de outubro de 1955 (74 anos) Londres |
Cidadania | Reino Unido |
Alma mater |
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Ocupação | antropólogo, sociólogo |
Distinções | |
Empregador(a) | Universidade da Cidade do Cabo, Universidade de Sydney, Universidade de Chicago, Universidade de Oxford |
Religião | ateísmo |
Alfred Reginald Radcliffe-Brown (Birmingham, 17 de janeiro de 1881 — Londres, 24 de outubro de 1955) foi um antropólogo e etnógrafo britânico.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Alfred Reginald Radcliffe-Brown nasceu em Sparkbrook, Birmingham, Inglaterra, o segundo filho de Alfred Brown (d.1886) e de sua esposa, Hannah (nascida Radcliffe). Mais tarde, ele mudou seu sobrenome, por escritura pública, para Radcliffe-Brown, sendo Radcliffe o nome de solteira de sua mãe. Ele foi educado na King Edward's School, em Birmingham, e no Trinity College, Cambridge (B.A., 1905; M.A., 1909).
Ele estudou Psicologia com W. H. R. Rivers, que, com A. C. Haddon, o levou à Antropologia Social. Sob a influência deste último, ele viajou para as Ilhas Andaman (1906-1908) e depois para a Austrália Ocidental (1910-1912, com o biólogo e escritor E. L. Grant Watson e Daisy Bates) para realizar trabalho de campo sobre o funcionamento das sociedades locais. Seu tempo nas Ilhas Andaman e na Austrália Ocidental serviu de inspiração para seus livros posteriores: The Andaman Islanders e The Social Organization of Australian Tribes.
Antes de partir para a Austrália Ocidental, Radcliffe-Brown casou-se com Winifred Marie Lyon em Cambridge; eles tiveram uma filha, Mary Cynthia Lyon Radcliffe. O casal se separou por volta de 1926 e pode ter se divorciado em 1938 (fontes discordam sobre se um divórcio realmente ocorreu).
Em 1916, tornou-se diretor de educação em Tonga e, em 1921, mudou-se para a Cidade do Cabo para se tornar professor de Antropologia Social, fundando a School of African Life. Também trabalhou na Universidade da Cidade do Cabo (1921–25), Universidade de Sydney (1925–31) e Universidade de Chicago (1931–37). Entre seus alunos mais importantes durante seus anos na Universidade de Chicago estavam Sol Tax e Fred Eggan.
Retornou à Inglaterra em 1937 para ocupar um cargo na primeira cadeira de Antropologia Social em Oxford em 1937, cargo que ocupou até sua aposentadoria em 1946.[1] Fundou o Instituto de Antropologia Social e Cultural em Oxford. De acordo com Rodney Needham, sua ausência no Instituto durante os anos de guerra impediu que suas teorias e abordagens tivessem grande influência na antropologia de Oxford.
Entre 1942 e 1946, Radcliffe-Brown veio ao Brasil como professor visitante da Divisão de Estudos de Pós-graduação da Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo. Além de ministrar aulas na Escola Livre, ocupou a função de diretor da Cultura Inglesa, à época uma escola de inglês ainda incipiente.[2]
Ele morreu em Londres em 1955.
Trabalho
[editar | editar código-fonte]Radcliffe-Brown insere-se na tradição de Durkheim, tendo desenvolvido uma teoria estruturo-funcionalista[3] do social que se opôs ao funcionalismo de Bronislaw Malinowski, nos primeiros tempos da antropologia social britânica.
Embora frequentemente associado ao funcionalismo e considerado como o fundador do funcionalismo estrutural, Radcliffe-Brown negava veementemente que fosse um funcionalista e distinguia o seu conceito do função daquele preconizado por Malinowski,[4] que defendia abertamente o funcionalismo.
Publicações selecionadas
[editar | editar código-fonte]- 1912 - "The Distribution of Native Tribes in Part of Western Australia", Man, n. 12, p. 143-146.
- 1913 - "Three Tribes of Western Australia", The Journal of the Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland, 43: 143-194.
- 1922 - The Andaman Islanders; a study in social anthropology.
- 1926 - Arrangements of Stones in Australia, Man, n. 26, p. 204-205.
- 1931 - The Social Organization of Australian Tribes.
- 1940 - On Joking relationships. Africa: Journal of the International African Institute, v. 13, n, 3 p. 195–210, Jul. 1940.
- 1940 - Preface. In: EVANS-PRITCHARD, Edward; FORTES, Meyer (orgs.) African Political Systems.
- 1050 - African Systems of Kinship and Marriage (edição em português: Sistemas políticos africanos de parentesco e casamento).
- 1952 - Structure and Function in Primitive Society (edição em português: Estrutura e função na sociedade primitiva)
Referências
- ↑ KUPER, Adam (1978). Antropólogos e Antropologia. Rio de Janeiro: Francisco Alves. pp. p. 64
- ↑ PEREIRA, Claudia (2015). «Radcliffe-Brown (1881-1955)». In: ROCHA, Everardo. Os antropólogos. de Edwatd Tylor a Pierre Clastres. Petrópolis/Rio de Janeiro: Vozes/Editora PUC Rio. pp. p. 95
- ↑ (em inglês) A. R. Radcliffe-Brown
- ↑ A. R. Radcliffe-Brown. 1949. "Functionalism: A Protest," American Anthropologist 51(2): 320-321.