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Amélia Muge
Amélia Muge
Capa do disco Múgica
Informações gerais
Nome completo Maria Amélia Salazar Muge
Nascimento 7 de fevereiro de 1952 (72 anos)
Local de nascimento
Moçambique
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Gravadora(s) UPAV, Sony, Polygram, UGURU
Prémios Prémio José Afonso, Prémio da Academia Charles Cros

Amélia Muge (de seu nome completo Maria Amélia Salazar Muge[1]) é uma cantora, instrumentista, compositora e escritora de letras para canções, portuguesa nascida em Moçambique em 1952.

A sua música junta tradição e inovação, partindo da música tradicional portuguesa e africana para alcançar uma grande modernidade. Recorre tanto a instrumentos tradicionais como a "novas tecnologias" nessa busca de inovação.

A música da Amélia Muge destaca-se também pela beleza das letras das suas canções, musicando tanto poemas seus como poemas de vários poetas da língua portuguesa, entre os quais se destacam Fernando Pessoa e Grabato Dias, sem esquecer os poemas de origem tradicional.

Recém-formada na Universidade Eduardo Mondlane, fez parte de um primeiro grupo de ex-alunos convidado a compor o quadro de docentes da universidade, nos primeiros momentos da pós-independência moçambicana. Trabalhou na universidade principalmente para montar os cursos das Ciências Sociais, tendo como companheiros nomes como Ruth First, Marc Eric Wuyts, Aquino de Bragança, Bridget O'Laughlin, Barry Munslow, Dan O'Meara e Jacques Depelchin, além de contemporâneos recém-formados como Ana Loforte e Isabel Casimiro.[2]

Formou o grupo Irmãs Muge, com a sua irmã Teresa, que em 1967 ficaram em 3.º lugar no I Festival da Canção Ligeira de Lourenço Marques.

Vive em Portugal desde 1984. Aparece no disco "Braguesa" de Júlio Pereira. Em Portugal estudou Belas Artes e História.

O seu primeiro disco a solo, Múgica, foi lançado em 1992. Em 1994 publicou o álbum Todos os dias..., que teve produção musical e direção artística de José Mário Branco. Foi nomeada como melhor cantora nos prémios Blitz desse ano.[3]

Com João Afonso e José Mário Branco gravou em 1995 o disco Maio Maduro Maio, dedicado à obra de José Afonso. O disco recebeu o Prémio José Afonso atribuído pela Câmara Municipal da Amadora.[4]

Em 1998 participa no colectivo "Terras de Canto", com Lucilla Galiazzi e Elena Ledda. Na Expo 98 toca com Vozes Búlgaras do Pirin Folk Ensemble. O álbum Taco a taco é editado nesse ano, e contou com arranjos musicais de José Mário Branco em sete canções. Voltou a vencer o Prémio José Afonso com esse disco.[5]

Amélia Muge com Fausto, no Chapitô, em 2010.

Em conjunto com os Gaiteiros de Lisboa participa no disco Novas vos trago, promovido pela Comissão Nacional para os Descobrimentos Portugueses, onde são recriados alguns romances da tradição portuguesa.

Participa no disco "Habelas Hailas" do galegos Camerata Meiga. Os Underground Sound of Lisbon incluem a sua remistura de Taco a taco no seu álbum Etnocity.

Amélia Muge e António José Martins produziram o álbum "Esta Voz Que Me Atravessa" de Mafalda Arnauth editado em 2001.

Regressa aos discos em 2002 com o álbum A Monte que é intercalado com alguns textos de alguns dos autores e compositores mais marcantes no percurso artístico de Amélia Muge.

Estreia-se na dramaturgia com "O Dono do Nada", uma peça pensada para crianças e adultos, estreada em Outubro de 2003.

Com António José Martins produziu, em 2006, o álbum Cantos da Língua, do ACERT. Participa também no tema "Senhora de Dois Nomes" do disco Popétnico dos Fadomorse.

Em 2007 é editado o álbum Não Sou Daqui gravado desde o início de 2006.

É a autora de "O Fado da Procura", um dos grandes sucessos do disco Para Além da Saudade de Ana Moura.

Em fins de 2008 apresenta-se ao vivo no espectáculo "Uma Autora, 202 Canções". O registo desse concerto é lançado em 2009 num formato livro+CD com ilustrações da própria cantora.

No concerto "Uma Autora, 202 Canções" incluiu temas compostos para si e também cantados por outros, como Camané ou Ester Formosa (Espanha), Ana Moura, Mafalda Arnauth ou Mísia e temas com letras dela como no caso dos Gaiteiros de Lisboa.

Com o apoio da Fundação GDA é editado em 2014 o álbum Amélia com versos de Amália onde são interpretados poemas de Amália Rodrigues. José Mário Branco voltou a colaborar com a artista e foi o responsável pelos arranjos e direção musical desse álbum, sendo também o autor da música das canções "Tenho dois corações", "Quero cantar para a lua" e "Carta a Vitorino Nemésio".[6][7][8][9]

Continua a colaboração com Michales Loukovikas no disco Archipelagos de 2018.

Reconhecimento

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O seu disco Periplus com Michales Loukovikas, foi nomeado para o Prémio Autores da Sociedade Portuguesa de Autores na categoria de Melhor Álbum do Ano de 2012.

Em 2022, o disco Amélias foi considerado um dos melhores do ano quer em Portugal quer a nível internacional. E Portugal, apareceu entre os melhores discos nas listas criadas pelo Público, Expresso, Antena3, Blitz e o site Altamont.[10][11][12][13] Foi capa da revista norte-americana Rootsworld, o programa Mundofonias, que faz parte da Transglobal World Chart, colocou-o entre os melhores do ano e foi também distinguido pela BBC com o programa Music Planet. [14]

É autora da canção Quem à janela, uma das 150 canções, que constam na antologia, As Palavras das Canções, organizada por João Calixto, editada com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores. [15][16][17]

Escreveu para nomes como Pedro Moutinho, Rui Júnior e O Ó que Som tem, Cristina Branco, entre outros.

Trabalhou com artistas internacionais como Amancio Prada, Pirin Folk Ensemble, Camerata Meiga, Elena Ledda e Lucilla Galiazzi no colectivo "Terras do Canto", Carlo Rizzo e Ricardo Tesi, entre outros.

Entre a sua discografia encontram-se: [18][19]

  • 1992 - Múgica, UPAV (União Portuguesa de Artistas de Variedades)
  • 1994 - Todos os Dias, editado pela Sony
  • 1995 - Maio Maduro Maio, com João Afonso e José Mário Branco, editado pela Sony [20]
  • 1998 - Taco a Taco, editado pela Polygram
  • 1998 - Novas vos Trago, com Sérgio Godinho e a Brigada Vitor Jara
  • 2002 - Uma Autora, 202 Canções, Caracter Editora
  • 2012 - Periplus Deambulações Luso-gregas, com Michales Loukovikas, editado pela UGURU
  • 2014 - Amélia Com Versos de Amália, editado pela UGURU [21][22]
  • 2018 - Archipelagos, com Michales Loukovikas, editado pela UGURU
  • 2022 - Amélias, editado pela UGURU [23][24]

Referências

  1. «Certidão de lista de associadas da Audiogest» (PDF). IGAC/Ministério da Cultura. 25 de julho de 2007. Consultado em 9 de Janeiro de 2014. Arquivado do original (pdf) em 24 de dezembro de 2013 
  2. Fernandes, Carlos (Julho de 2013). «Intelectuais orgânicos e legitimação do Estado no Moçambique pós-independência: o caso do Centro de Estudos Africanos (1975-1985)». 48. Salvador: Afro-Ásia 
  3. «Todos os dias... (colaboração) | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  4. «Maio maduro Maio (espectáculo ao vivo) | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  5. «Taco a taco (colaboração) | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 7 de fevereiro de 2023 
  6. https://www.fundacaogda.pt/discos/amelia-com-versos-de-amalia/
  7. «Partitura geral da canção "Tenho dois corações" ("Amélia com versos de Amália", 2014) | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  8. «Letra da canção "Quero cantar para a lua" ("Amélia com versos de Amália", 2014) | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  9. «Ficheiro áudio da canção "Carta a Vitorino Nemésio" ("Amélia com versos de Amália", 2014) | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  10. «Álbuns Nacionais | Melhores do Ano 2022 | Antena 3 | RTP». Antena 3. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  11. «A lista da BLITZ: os 50 melhores álbuns portugueses de 2022». Jornal Expresso. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  12. SAPO. «24 discos que devia ter ouvido em 2022 (e provavelmente não ouviu)». SAPO 24. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  13. «Os melhores discos nacionais de 2022». altamont.pt. 23 de dezembro de 2022. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  14. «Amélias, de Amélia Muge, distinguido como um dos melhores discos de 2022». Forever Young. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  15. «Antologia "AS PALAVRAS DAS CANÇÕES", em fase de distribuição, homenageia dezenas de autores -». https://www.spautores.pt/. Consultado em 7 de novembro de 2024 
  16. Team, ReB (17 de abril de 2024). «As Palavras das Canções: novo livro reúne 150 letras que marcam a história da música portuguesa». Rimas e Batidas. Consultado em 7 de novembro de 2024 
  17. Calixto, João (2024). Antologia: As palavras da canções. Lisboa: Guerra e Paz, Sociedade Portuguesa de Autores. pp. 210–211. ISBN 978-989-702-970-7 
  18. «Discografia de Amélia Muge». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  19. «Amélia Muge - MusicBrainz». musicbrainz.org. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  20. «Amélia Muge | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  21. «"Amélia com Versos de Amália" - Amélia Muge». Antena 1 - RTP. 11 de março de 2022. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  22. «Amélia com versos de Amália (colaboração) | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  23. Pacheco, Nuno. «Amélia Muge estreia "Meu coração emigrou", segundo single do seu novo álbum "Amélias"». PÚBLICO. Consultado em 15 de março de 2022 
  24. «Amélia Muge». Uguru. Consultado em 25 de janeiro de 2023 

Ligações externas

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