Arrastã – Wikipédia, a enciclopédia livre
Arrastã ar-Rastān | |
---|---|
Cidade | |
![]() | |
Localização | |
Localização de Arrastã na Síria | |
Coordenadas | 34° 55′ N, 36° 44′ L |
Província | Homs |
Distrito | Arrastã |
Características geográficas | |
População total (2004) | 39 834 hab. |
Arrastã (em árabe: الرستن; romaniz.: ar-Rastān) é uma cidade e distrito da Síria na província de Homs. De acordo com o censo de 2004, havia 39 834 habitantes.[1] Ocupa o local da cidade de Aretusa (em grego: Ἀρέθουσα; romaniz.: Aréthousa) do Período Helenístico e ainda contém algumas ruínas. Continuou a existir como uma cidade relativamente pequena, mas estratégica, ao longo dos séculos. Está situada adjacentemente ao sul da grande ponte que liga Homs e Hama.[2] É o local da represa de Arrastã[3] e das principais pedreiras de marga da Síria.[4]
Desde o início da Guerra Civil Síria até 2018, serviu como um grande reduto da oposição e foi o local de muitos combates entre as Forças Armadas da Síria e rebeldes de várias facções. O governo sírio retomou o controle da cidade em 15 de maio de 2018 como parte de um acordo que permitiu aos rebeldes e suas famílias passagem segura para partes controladas pelos rebeldes do norte da Síria em troca da rendição do território e de suas armas pesadas.
História
[editar | editar código-fonte]Período Clássico
[editar | editar código-fonte]Arrastã corresponde à antiga Aretusa. Estêvão de Bizâncio apenas mencionou que a cidade estava localizada na Síria. Apiano (Sir. 57), por conseguinte, afirmou que foi fundada por Seleuco I (r. 305–281 a.C.), fundador do Império Selêucida.[5][6] As fontes clássicas alegam que Seleuco a nomeou em homenagem à cidade de Aretusa, ao norte da Calcídica, entre os rios Áxio e Estrimão.[7] Em 64/3 a.C., quando o general Pompeu dissolveu o que restava do Império Selêucida, nomeou como filarco (rei) Samsigéramo I (r. 64–48 a.C.) e lhe concedeu o controle da cidade.[8][9] Aretusa foi a primeira capital do Reino de Emesa, um vassalo da República Romana.[10] Estrabão (XVI.2.10-11), ao mencionar a revolta de Quinto Cecílio Basso (46–44 a.C.), reafirmou que a cidade esteve em posse de Samsigéramo e seu filho Jâmblico I (r. 51/46–32 a.C.).[5]
Warwick Ball propôs que foi no reinado de Jâmblico que Emesa (atual Homs) tornar-se-ia o centro religioso e político do reino, o que suscitaria o gradual declínio de Aretusa.[11] Kevin Butcher, por outro lado, propôs que essa mudança ocorreu mais perto do fim do século I a.C., talvez como consequência do apoio a Marco Antônio durante a guerra civil contra Otaviano. Com a eventual vitória de Otaviano na Batalha de Ácio em 31 a.C., a cidade pode ter perdido seu estatuto de capital como punição.[12] No século III, o imperador Aureliano (r. 270–275) passou pela cidade durante sua campanha contra Zenóbia (r. 260–272).[13]
Referências
- ↑ City Population.
- ↑ Bar'el 2012.
- ↑ FAO 2021.
- ↑ Etheredge 2011, p. 19.
- ↑ a b Cohen 2006, p. 101.
- ↑ Levick 2007, p. 7.
- ↑ Cohen 2006, p. 102.
- ↑ Birley 2002, p. 33.
- ↑ Levick 2007, p. 8.
- ↑ Butcher 2003, p. 91-92.
- ↑ Ball 2000, p. 33.
- ↑ Butcher 2003, p. 92.
- ↑ Watson 1999, p. 75.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bar'el, Zvi (4 de março de 2012). «Report: Assad's Air Force Pounds Population Centers in Syria's Rastan». Haaretz
- Ball, Warwick (2000). Rome in the East: The Transformation of an Empire. Londres: Routledge. ISBN 9780415113762
- Birley, Anthony R. (2002). Septimius Severus: The African Emperor. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-1134707461
- Burton, Richard Francis (1872). Unexplored Syria: Visits to the Libanus, the Tulúl el Safá, the Anti-Libanus, the Northern Libanus, and the 'Aláh. 1. Londres: Tinsley Brothers
- Butcher, Kevin (2003). Roman Syria and the Near East. Santa Mônica, Califórnia: Getty Publications. ISBN 0892367156
- «Syria». City Population
- Cohen, Getzel M. (2006). The Hellenistic Settlements in Syria, the Red Sea Basin, And North Africa. Berkeley, Califórnia: University of California Press. ISBN 0520241487
- Etheredge, Laura S. (2011). Middle East: Region in Transition. Syria, Lebanon and Jordan. Nova Iorque: Britannica Educational Publishing
- «Geo-referenced Database on Dams - Middle East». Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). 2021. Consultado em 22 de março de 2025
- Levick, B. (2007). Julia Domna, Syrian Empress. Londres e Nova Iorque: Taylor & Francis
- Watson, Alaric (1999). Aurelian and the third century (PDF). Routledge: Nova Iorque