Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Vista da Ilha das Cobras com o complexo do AMRJ

O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) é uma Organização Militar (OM) da Marinha do Brasil. Localiza-se na Ilha das Cobras, no interior da baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro.

O AMRJ foi fundado oficialmente em 29 de dezembro de 1763. Desde a sua criação, tem desempenhado um papel crucial na construção, manutenção e reparo dos navios da Marinha do Brasil, contribuindo significativamente para a defesa e a soberania nacional. Ao longo de sua história, passou por diversas transformações e modernizações para acompanhar o avanço tecnológico mundial. No século XIX, durante o reinado de Dom Pedro II, o arsenal foi ampliado e modernizado. Esse período marcou a transição do uso de navios de madeira para navios de ferro e aço, refletindo as mudanças na engenharia naval global.

Durante o século XX, o AMRJ continuou a se desenvolver, adaptando-se às novas demandas e tecnologias bélicas. Foi fundamental na construção de diversas embarcações de guerra, incluindo submarinos, fragatas e navios de patrulha, que contribuíram para a projeção de poder marítimo do Brasil. Além disso, o arsenal desempenhou importante durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Marinha do Brasil participou de operações de patrulha no Atlântico Sul para proteger as linhas de navegação aliadas.

Atualmente, o AMRJ continua a busar se atualizar na engenharia naval, dedicando-se à construção e manutenção dos meios navais. A instituição também se destaca na formação e capacitação de profissionais da área naval, oferecendo cursos e treinamentos especializados.

Arsenal de Marinha com a cidade do Rio de Janeiro ao fundo.

A instituição remonta à instalação do Arsenal do Rio de Janeiro, no sopé do morro de São Bento. Criado em 29 de dezembro de 1763 pelo Vice-rei Antônio Álvares da Cunha, 1° conde da Cunha, tinha o fim de reparar os navios da Marinha de Portugal. À época, acontecia a transferência da capital da Colônia, de Salvador para o Rio de Janeiro, entre outras razões, para a melhor proteção do ouro que provinha das Minas Gerais pela Estrada Real.[1]

Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808, o Arsenal passou a ser designado como Arsenal Real da Marinha ou simplesmente como Arsenal da Corte. A partir de 1820, as suas dependências começaram a se expandir para a ilha das Cobras.[2]

Após a Independência do Brasil, diante da necessidade de organizar e operar uma marinha nacional, as atividades do Arsenal tornaram-se prioritárias. Nesta fase, passou a se denominar Arsenal Imperial da Marinha, melhor conhecido como Arsenal de Marinha da Corte.[3]

O século XIX assistiu a passagem da navegação à vela para a navegação a vapor, inicialmente com as embarcações com caixas de rodas de pás, posteriormente com as embarcações a hélice. Durante a chamada Era Mauá, foram construídas embarcações nos estaleiros da Ponta da Areia, em Niterói. Posteriormente, com a eclosão da Guerra da Tríplice Aliança, embarcações para a Armada Brasileira foram construídas em estaleiros na Inglaterra e também no AMRJ. Ao final do conflito, o Brasil havai fortalecido consideravelmente sua armada, tendo no AMRJ um vasto corpo de engenheiros navais, que propiciava ao país a capacidade de projetar e construir os seus próprios navios.[1][4]

Em 1938 passavam a co-existir dois Arsenais: o Arsenal de Marinha das Ilha das Cobras (AMIC) e o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).[5][6] A partir de 1948, apenas o Arsenal localizado na Ilha das Cobras subsistiu, assumindo a designação de Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.[7]

Embarcações construídas no AMRJ

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Corveta Barroso em fase final de construção no AMRJ.

Referências

  1. a b BIDS, Portal (25 de abril de 2022). «Arsenal da Marinha: a construção naval de ontem, de hoje e de amanhã». PortalBIDS. Consultado em 14 de novembro de 2024 
  2. «Marinha do Brasil - Construção Naval». www.mar.mil.br. Consultado em 14 de novembro de 2024 
  3. «Arsenal de Marinha da Corte». mapa.an.gov.br. Consultado em 5 de junho de 2021 
  4. Goularti Filho, Alcides (Maio–Agosto de 2011). «História Econômica da Construção Naval no Brasil: Formação de Aglomerado e Performance Inovativa» (PDF). Consultado em 13 de novembro de 2024 
  5. «Portal da Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 14 de novembro de 2024 
  6. «D58678». www.planalto.gov.br. Consultado em 14 de novembro de 2024 
  7. «Diário das leis». www.diariodasleis.com.br. Consultado em 14 de novembro de 2024 
  8. a b c «Arsenal Real da Marinha». mapa.an.gov.br. Consultado em 2 de janeiro de 2022 
  9. «AMRJ realiza primeiros cortes de chapa para construção do NPa 'Miramar'». Defesa Aérea & Naval. 21 de agosto de 2024. Consultado em 14 de novembro de 2024 

Ligações externas

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