Astor Piazzolla – Wikipédia, a enciclopédia livre
Astor Piazzolla | |
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Informação geral | |
Nome completo | Astor Pantaleón Piazzolla |
Nascimento | 11 de março de 1921 |
Local de nascimento | Mar del Plata, Argentina |
Morte | 4 de julho de 1992 (71 anos) |
Local de morte | Buenos Aires, Argentina |
Gênero(s) | Nuevo tango, tango, jazz |
Instrumento(s) | Bandoneón |
Período em atividade | 1940–1990 |
Afiliação(ões) | Nadia Boulanger, Amelita Baltar, Gerry Mulligan, Pino Presti |
Página oficial | www.piazzolla.org |
Astor Pantaleón Piazzolla (Mar del Plata, 11 de março de 1921 – Buenos Aires, 4 de julho de 1992) foi um bandoneonista e compositor argentino.
Vida
[editar | editar código-fonte]Filho dos italianos Vicente Piazzolla e Asunta Manetti, Astor Piazzolla nasceu em Mar del Plata, Argentina e aos quatro anos foi com a sua família viver em Nova York em busca de melhores condições de vida. Em seu período estadunidense, além do espanhol, tornou-se fluente em inglês, italiano, francês e iniciou seu interesse pela música. Em 1929 ganhou seu primeiro bandoneón de seu pai, e em 1933 começou a tomar aulas de piano com Bela Wilde, um pianista húngaro discípulo de Sergei Rachmaninoff. Foi em Nova York que o jovem Astor conheceu o cantor argentino de tango Carlos Gardel, enquanto este estava na cidade para rodar o filme El Día Que Me Quieras, onde atuou como um garoto entregador de jornais.
Em sua juventude, tocou e realizou arranjos orquestrais para o bandoneonista, compositor e diretor Aníbal Troilo. Estudou teoria harmônica e contraponto tradicional com a educadora, compositora e diretora de orquestra francesa Nadia Boulanger.
Hoje normalmente considerado o compositor de tango mais importante da segunda metade do século XX, ironicamente, quando começou a fazer inovações no tango, no ritmo, no timbre e na harmonia, foi muito criticado pelos tocadores de tango mais antigos. Ao voltar de Nova Iorque, Piazzolla já mostrava a forte influência do jazz em sua música, estabelecendo então uma nova linguagem, seguida até hoje.
Quando os mais ortodoxos, durante a década de 1960, bradaram que a música dele não era de fato tango, Piazzolla respondia-lhes que era música contemporânea de Buenos Aires. Para seus seguidores e apreciadores, essa música certamente representava melhor a imagem da metrópole argentina.
Piazzolla deixou uma vasta e prolífica discografia, tendo gravado com Gary Burton, Antônio Carlos Jobim, entre outros músicos que o acompanharam, como o também notável violinista Fernando Suarez Paz.
Entre seus mais destacados parceiros na Argentina estão a cantora Amelita Baltar e o poeta Horacio Ferrer, além do escritor Jorge Luís Borges.
Algumas de suas composições mais famosas são "Libertango" e "Adiós Nonino". "Libertango" é uma das mais conhecidas, sendo que esta e constantemente tocada por diversas orquestras de todo o mundo.[1]
Em 1973, teve algumas músicas usadas como trilha sonora do filme Toda Nudez Será Castigada, dirigido por Arnaldo Jabor e adaptado da peça homônima de Nélson Rodrigues. A principal delas foi Fuga nº 9, do disco Música contemporanea de la Ciudad de Buenos Aires, Vol 1 (1971). Por conta disso, Piazzolla ganhou uma Menção Especial do Júri, como melhor trilha, no Festival de Gramado do mesmo ano.
A canção "Adiós Nonino", outra das mais conhecidas composições, foi feita em homenagem ao seu pai, quando este estava no leito de morte, Vicente "Nonino" Piazzolla em 1959.[2]
Após vinte anos, Astor Piazzolla diria “Talvez eu estivesse rodeado de anjos. Foi a mais bela melodia que escrevi e não sei se alguma vez farei melhor".[3] Por muito tempo recusou escrever ou colocar uma letra na sua grande obra-prima, porém, aceitou a proposta da cantora argentina Eladia Blázquez, que lhe apresentou um poema que havia escrito sob a versão musical, e ele, comovido, concordou. Resta referir que Eladia renunciou a quaisquer direitos de autor que podia reclamar, enaltecendo ainda mais esta grande obra do tango.
Piazzolla sofreu uma hemorragia cerebral em Paris em 4 de agosto de 1990, que o deixou em coma, e morreu em Buenos Aires, pouco menos de dois anos depois, em 4 de julho de 1992, sem recuperar a consciência.
Discografia
[editar | editar código-fonte]- Orquesta Francisco Fiorentino (1944/5)
- Orquesta típica (1946/47/48)
- Orquesta típica (1950/51)
- Orquesta típica acompañando a María de La Fuente (1950/52)
- Sinfonía de Tango (1955)
- Tango Progresivo (Octeto Buenos Aires) (1957)
- Tango Moderno (Octeto Buenos Aires) (1957)
- Tango en Hi-Fi (1957)
- Jazz Tango. The lathyn rhitms of Astor Piazzolla and his quintet, (Gravado nos EUA), (1958)
- An Evening in Buenos Aires (Gravado nos EUA), (1958)
- Piazzolla interpreta a Piazzolla (1960)
- Piazzolla o no? Bailable y apiazolado (1961)
- Astor Piazzolla con Daniel Riolobos, (33 simple), (1961)
- Nuestro Tiempo (1962)
- Tango para una ciudad (1963)
- Tango Contemporáneo (1963)
- 20 años de Vanguardia (1964)
- Concierto en el Philarmonic Hall de New York (1965)
- Historia del Tango Vol 1. La guardia Vieja (1967)
- Historia del Tango Vol 2. Época Romántica (1967)
- María de Buenos Aires (1968)
- Amelita Baltar interpreta a Piazzolla y Ferrer (1969)
- Adiós Nonino (1969)
- Balada para un loco Simple y con Roberto Goyeneche (1969)
- Concierto para quinteto (1970)
- Pulsación (1970)
- Música contemporanea de la Cdad, de Bs. As. Vol 1 (1971)
- Música contemporanea de la Cdad, de Bs. As. Vol 2 (1972)
- Roma 1972 (1972)
- Libertango (1974) (com Pino Presti e Tullio De Piscopo)
- Reunión Cumbre (Summit) (1974) juntamente com Gerry Mulligan, (com Pino Presti e Tullio De Piscopo)
- Pequeña Canción para Matilde / Violetas Populares (com Amelitar Baltar) (1974)
- Suite Troileana (1975)
- Viaje de Bodas (1975)
- Il Pleut Sur Santiago (1976)
- Armaguedon (1976)
- Persecuta o Piazzolla 77 (1977)
- Olympia 77 (1977)
- Mundial 78 o Piazzolla 78 (reeditado em CD como "Chador" (1978)
- Biyuya (1979)
- Suite Punta del Este (1982)
- En vivo en el Teatro Colón (1983)
- Aconcagua - SWF Rundfunkorchester (1983)
- Enrico IV (1984)
- Teatro Nazionale di Milano (1984)
- Hommage a Liège: Concierto para Bandoneón y Guitarra; Historia del Tango (1987), Com a Orquestra Filarmónica de Liège conduzida por Leo Brouwer. Concerto interpretado por Piazzolla juntamente com Cacho Tirao, a "Historia do Tango" por Guy Lukowski e Marc Grawels. (1984), CD: 1992.
- Astor Piazzolla y su Quinteto Tango Nuevo: The Vienna Concert, (1984), CD: 1991.
- Tangos, El Exilio De Gardel (1985)
- Astor Piazzolla y su Quinteto Tango Nuevo: Tristezas de un Doble A, Viena, Konzerthaus, (1986), CD: 1991.
- Tango: Zero Hour (1986)
- Concerto para Bandoneón; Três Tangos, (1986), Com a Orquestra de St. Luke sob a direcção de Lalo Schifrin.
- The New Tango (1987), Juntamente com Gary Burton
- The Rough Dancer and the Cyclical Night (Tango Apassionado) (1987), Juntamente com Paquito D'Rivera.
- The Central Park Concert 1987 (1987)
- Sur (1988), Juntamente com Roberto Goyeneche
- La Camorra: La Soledad de la Provocacion Apasionada (1989)
- Famille d´artistes (1989) banda sonora de la obra homónima, letras Kado Kostzer.
- The Lausanne Concert (1989)
- Five Tango Sensations, Juntamente com o Kronos Quartet (1989)
- Bandoneón Sinfónico (1990)
- Luna (1992)
- El Nuevo Tango de Buenos Aires (Quinteto Tango Nuevo), (1995)
- 57 Minutos con la Realidad (Sexteto Nuevo Tango, (1996)
- Três Minutos con la Realidad (Sexteto Nuevo Tango), (1997)
Referências
- ↑ «Astor Piazzolla e il "Tango Nuevo"». Musica e Spirito (em italiano). 15 de julho de 2011. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ «Adiós Nonino. Tango». www.todotango.com (em espanhol). Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ «Review». Gramophone (em inglês). Consultado em 11 de março de 2021