Baluarte – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Um baluarte (do provençal baloart, do neerlandês bolwerk) ou bastião (do francês bastion), em arquitetura militar, é uma obra defensiva, situada nas esquinas e avançada em relação à estrutura principal de uma fortificação abaluartada.
História
[editar | editar código-fonte]A primeira referência ao termo encontra-se no Antigo Testamentoː
"Somente as árvores que souberes cujo fruto não se pode comer, é que destruirás e cortarás, e contra a cidade que guerrear contra ti edificarás baluartes, até que seja vencida." (Deuteronómio 20ː20, Versão de João Ferreira de Almeida)
O moderno baluarte surgiu pela primeira vez na Itália em fins do século XV, tendo alcançado a sua máxima expressão com o marquês de Vauban, na França, na segunda metade do século XVII.
Era utilizado como plataforma de artilharia, para cruzar fogos com os baluartes vizinhos, impedindo o assalto inimigo às cortinas situadas entre eles.
Observe-se que Duarte de Armas em Portugal e outros autores do início do século XVI - período em que a nova terminologia ainda não era muito difundida - empregaram o termo "baluarte" para designar qualquer obra fortificada.
Características
[editar | editar código-fonte]O baluarte tem, normalmente, um formato pentagonal, apresentando duas faces, dois flancos e uma gola (linha pela qual está ligado à estrutura principal). Normalmente, é sustentado por muralhas de alvenaria e preenchido com terra apiloada.
Em relação aos castelos medievais, constitui-se numa defesa mais baixa e mais larga, melhor adaptada ao emprego da artilharia, que se difundiu na Europa a partir do século XV.
Tipos de baluarte
[editar | editar código-fonte]- Baluarte em tenalha: aquele cujo ângulo flanqueado forma um reentrante;
- Baluarte truncado: aquele cujo ângulo flanqueado é substituído por um ou dois ângulos reentrantes;
- Baluarte de orelhões: aquele cujos ângulos retirados e convexos estão cobertos até ao centro por uma extremidade da face conhecida por "orelhão";
- Baluarte destacado: reduto isolado em forma de baluarte;
- Baluarte duplo: aquele que possui um baluarte menor no seu interior;
- Baluarte terraplanado: aquele que, além do terrapleno normal da praça, era ainda cheio no seu interior com outro terrapleno, ficando mais reforçado;
- Baluarte plano: aquele que tem meias golas em linha reta;
- Baluarte real: aquele que apresenta dimensões muito elevadas, com vários entrincheiramentos e com capacidade para albergar uma grande guarnição;
- Baluarte regular: aquele cujas linhas e ângulos correspondentes são iguais entre si;
- Baluarte simples: aquele cujo terrapleno acompanha as suas faces e flancos, deixando um espaço vazio no centro, que pode ser utilizado para se construir alguma edificação;
- Baluarte vazio: aquele sem qualquer terrapleno;
- Meio-baluarte: aquele que apenas tem uma face e um flanco.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- GRAVE, João. Castelos Portugueses - Enciclopédia pela Imagem. Porto: Lello & Irmão Editores, s.d..
- GIL, Júlio. Os Mais Belos Castelos de Portugal. Lisboa/São Paulo: Editorial Verbo, 1986.
- NUNES, António Lopes Pires. Dicionário de Arquitetura Militar. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2005. 264p. il. ISBN 972-8801-94-7
- Patterson, B.H. (1985). A Military Heritage A history of Portsmouth and Portsea Town Fortifications. [S.l.]: Fort Cumberland & Portsmouth Militaria Society. pp. 7–10
- Hyde, John (2007). Elementary Principles of Fortification. Doncaster: D.P&G. pp. 50–54. ISBN 978-1-906394-07-3