Bartomeu Melià – Wikipédia, a enciclopédia livre
Bartomeu Melià | |
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Bartomeu Melià em foto de 2011 | |
Outros nomes | Bartomeu Melià i Lliteres |
Nascimento | 7 de dezembro de 1932 Porreres, Espanha |
Morte | 6 de dezembro de 2019 (86 anos) Assunção, Paraguai |
Nacionalidade | espanhola |
Ocupação | jesuíta e antropólogo |
Religião | católica |
Bartomeu Melià (Porreres, 7 de dezembro de 1932 - Assunção, 6 de dezembro de 2019)[1] foi um jesuíta e antropólogo espanhol.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Melià entrou na Companhia de Jesus em 15 de outubro de 1949.[2] Radicou-se no Paraguai em 1954, onde foi ordenado padre[1] e iniciou seus estudos da língua e da cultura guarani, tendo o padre Antonio Guash como primeiro professor.
Tornou-se doutor pela Universidade de Estrasburgo em 1969, com a tese A criação de uma linguagem cristã nas missões dos guarani no Paraguai, tornando-se discípulo e colaborador de León Cadogan.[2]
Foi professor de etnologia e cultura guarani da Universidade Católica de Assunção e presidente do Centro de Estudos Antropológicos desta mesma universidade. Foi diretor das revistas Suplemento Antropológico e Estudios Paraguayos até 1976, quando foi obrigado a sair do país após repudiar publicamente o massacre sistemático dos Ache-Guayaki.
No Brasil desde 1977, para onde foi para ser professor visitante da Universidade de São Paulo (USP) [3], passaria ainda pela Universidade de Campinas e seria coordenador da Missão Anchieta, onde alternou a investigação científica com o trabalho de indigenista entre os Enawene-nawé do Mato Grosso do Sul. Depois trabalhou entre os Caingangues em Miraguaí, Rio Grande do Sul e lecionou na Unisinos.[4] Retornou ao Paraguai após a queda da ditadura, em 1989,[2] e alternou seus trabalhos de campo entre os guarani e suas investigações em etno-história e etnolinguística.
Participou ativamente de diversos programas de educação intercultural bilingue tanto no Paraguai com na Bolívia, Brasil e Argentina. Também foi membro da Comissão Nacional de Bilinguismo do Paraguai.
Faleceu em 6 de dezembro de 2019, um dia antes de completar 87 anos, após uma queda que causou uma lesão grave no quadril, resultando num quadro de insuficiência hepática.[1][2] Foi enterrado no cemitério dos Jesuítas, no Centro de Espiritualidade Santos Mártires, na cidade de Limpio, no Paraguai.[2] Era membro da Academia Paraguaia de Língua Espanhola, da Real Academia Espanhola de História e da Academia Paraguaia de História.
Prêmios
[editar | editar código-fonte]- Prêmio Nacional de Ciência, 2004.
- Nacionalidade honorária do Paraguai, pelo Congresso Nacional, 2005.
- Prêmio Bartolomé de las Casas, da Embaixada da Espanha em Assunção, 2010.
- Cidadania paraguaia, 2011.
- Orden Nacional del Mérito Comuneros, pela contribuição e defesa dos povos guaranis, da Câmara dos Deputados do Paraguai, 2012.
- Doutor Honoris Causa da Universidade Católica de Assunção, 2012.
- Doutor Honoris Causa da Universidade Pontifícia de Comillas, 2018.
- Distinção por sua inestimável contribuição à sociedade paraguaia e latino-americana, em defesa dos direitos linguísticos e culturais, à democracia e à justiça, do Senado Paraguaio, 2019.
Obras
[editar | editar código-fonte]- Gua'i rataypy - Fragmentos del folklore guaireño (León Cadogan; de. preparada por Bartomeu Melià). 1998. 177 p.
- El Paraguay inventado. 1997. 131 p.
- El guaraní a su alcance (com Luis Farré e A. Perez). 1995.
- Elogio de la lengua guarani. 1995. 179 p.
- Guaraníes y jesuitas en tiempo de las misiones. Una bibliografía didáctica (com Liane Ma. Nagel). 1995, 305 p.
- El guaraní conquistado y reducido. Ensayos de etnohistoria. 1993. 301 p.
- Arte de la lengua guaraní (1640) (Antonio Ruiz de Montoya) Edición Facsimilar con introducción y notas por Bartomeu Melia, S. I. Transcripción actualizada del texto original por Antonio Caballo Piñero, 1993, 307 p.
- La lengua guaraní del Paraguay: Historia, sociedad y literatura. Madrid, 1992. 340 p.
- Educaçao indígena e alfabetização. São Paulo, 1979.
- Ko'êtî Ka'akupe Paraguay. 1973. 41 p.
- La agonía de los ache-guayaki. Assunção, 1973.
- Ka'akupeñe'ê renda; ñande paî-tavytera ñande paraguaipe. Pedro Juan Caballero, 1973.
Referências
- ↑ a b c Guerini, Cristina. «Partiu para a casa do Pai o jesuíta antropólogo e linguista dos Guarani». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ a b c d e Azevedo, Wagner Fernandes de. «Bartomeu Melià, s.j. (1932-2019). Uma breve biografia». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ Malinowski, Maria Isabel; Baptista, Selma (2004). «Bartomeu Melià - Jesuíta, Lingüista e Antropólogo: Os Guarani como Compromisso de Vida». Campos - Revista de Antropologia Social. 5 (1): 167-182. ISSN 2317-6830. doi:10.5380/cam.v5i1.1641. Consultado em 19 de dezembro de 2020
- ↑ Azevedo, Wagner Fernandes de. «Bartomeu Melià: jesuíta e antropólogo evangelizado pelos guarani (1932-2019)». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 9 de dezembro de 2019