Batalha de Mookerheyde – Wikipédia, a enciclopédia livre

Batalha de Mookerheyde
Guerra dos Oitenta Anos

A batalha de Mookerheyde, em 1574.
Data 14 de abril de 1574
Local Mook en Middelaar, Limburgo, Holanda
Desfecho Vitória espanhola
Beligerantes
Rebeldes holandeses
  • Mercenários alemães
Espanha Espanha
Comandantes
Luís de Nassau  
Henrique de Nassau-Dillenburg  
Espanha Sancho d'Avila
Espanha Bernardino de Mendoza
Forças
5.500 infantes
2.600 cavalarianos
5.000 infantes
800 cavalarianos
Baixas
3,000 mortos ou feridos 150 mortos ou feridos

Na Batalha de Mookerheyde, as forças espanholas derrotaram as forças holandesas compostas por mercenários alemães, em 14 de abril de 1574 durante a Guerra dos Oitenta Anos na charneca perto do aldeia Mook e o rio Mosa, não muito longe de Nijmegen em Gelderland. Dois líderes das forças holandesas, irmãos de Guilherme, o Silencioso, foram mortos: Luís de Nassau (nascido em 1538) e Henrique de Nassau-Dillenburg (nascido em 1550).[1]

Durante o inverno de 1573/1574, Luís de Nassau e Henrique de Nassau-Dillenburg levantaram um exército mercenário na Alemanha com 6.500 infantes e 3.000 cavalarianos. Eles seguiram em direção a Maastricht para se encontrar com seu irmão mais velho Guilherme, o Silencioso, Príncipe de Orange, que liderava 6.000 holandeses. Eles planejavam marchar com suas forças combinadas em direção a Leiden, que estava sitiada por uma grande força espanhola desde outubro de 1573.

A força das tropas do Conde Luís diminuiu no caminho. Mais de mil homens desertaram e setecentos foram mortos pelos espanhóis num ataque noturno. As tropas restantes amotinaram-se porque os holandeses não conseguiram pagá-las. Luís cruzou o Mosa com apenas 5.500 infantes e 2.600 cavalarianos. Antes que ele pudesse unir forças com Guilherme, Luis de Requesens suspendeu temporariamente o cerco de Leiden para que seus 5.000 soldados de infantaria e 800 de cavalaria pudessem conter o avanço de Luís. O exército espanhol foi liderado por Sancho d'Avila e Bernardino de Mendoza. Os exércitos se encontraram perto da vila de Mook. Ataques oportunos dos lanceiros espanhóis destruíram a cavalaria holandesa e os espanhóis saíram vitoriosos.[2]

Os holandeses sofreram uma derrota desastrosa, perdendo pelo menos 3.000 homens. O exército holandês de mercenários, ainda não pago, logo se dispersou. Guilherme teve esperança, por muito tempo, que seus irmãos tivessem sido capturados. No entanto, Luís e Henrique foram aparentemente mortos e seus corpos nunca foram recuperados.[3]

Os espanhóis retomaram então o cerco de Leiden, que falhou quando as forças holandesas socorreram a cidade em outubro, com o uso de uma frota rebelde e muita assistência que se aproximava pelo mar, à medida que os diques eram rompidos para inundar as terras baixas.[4]

No decorrer da batalha, as forças espanholas tomaram o bastão de comando que Guilherme havia dado a seu irmão Luís. O bastão, há muito esquecido, foi descoberto na residência jesuíta em Sant Cugat del Vallès na Catalunha. Em 2017, o Superior Geral dos Jesuítas, Arturo Sosa Abascal, devolveu o bastão ao Rei Guilherme Alexandre dos Países Baixos numa cerimónia no Vaticano. A transferência foi simbólica, na medida em que a propriedade do bastão é mantida pela Catalunha como parte do seu património cultural e histórico.[5] O bastão passou para os Jesuítas como parte do espólio de Luis de Requesens, Governador Geral dos Países Baixos Espanhóis em 1574. Os holandeses planejam exibi-lo no Museu Militar Nacional.[6][7]

Referências

  1. Arnade, Peter J. (2008). Beggars, Iconoclasts, and Civic Patriots: The Political Culture of the Dutch Revolt. [S.l.]: Cornell University Press. pp. 240–1. ISBN 978-0-8014-7496-5. Consultado em 26 de junho de 2017 
  2. van der Hoeven, Marco, ed. (1997). Exercise of Arms: Warfare in the Netherlands, 1568-1648. [S.l.]: Brill. p. 85. ISBN 90-04-10727-4 
  3. Harrison, Frederic (1902). The Life of William the Silent. [S.l.]: A. L. Burt Company. p. 150 
  4. Putnam, Ruth (1911). William the Silent Prince of Orange and the Revolt of the Netherlands. [S.l.]: G.P. Putnam's Sons. pp. 281–6 
  5. Scaramuzzi, Iacopo (22 de junho de 2017). «Il superiore dei Gesuiti 'restituisce' uno scettro al re olandese». La Stampa (em italiano). Consultado em 22 de junho de 2017 
  6. «Koning ontvangt eeuwenoude bevelhebbersstaf». Telegraaf (em neerlandês). 22 de junho de 2017. Consultado em 22 de junho de 2017 
  7. «Dutch royals return from Vatican with royal heirloom». Washington Post. Associated Press. 22 de junho de 2017. Consultado em 22 de junho de 2017. Cópia arquivada em 22 de junho de 2017 

Fontes adicionais

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  • Hans Delbrück, The Dawn of Modern Warfare: History of the Art of Warfare, Volume IV (University of Nebraska Press, 1990), 132ff.