Bernardo Gandulla – Wikipédia, a enciclopédia livre
Gandulla, em 1940, no Boca Juniors | ||
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Bernardo José Gandulla | |
Data de nasc. | 1 de março de 1916 | |
Local de nasc. | Buenos Aires, Argentina | |
Nacionalidade | argentino | |
Morto em | 7 de julho de 1999 (83 anos) | |
Local da morte | Buenos Aires, Argentina | |
Informações profissionais | ||
Posição | Atacante, meia-esquerda e Treinador | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos (golos) |
1934–1939 1939–1940 1940–1944 1944–1946 1946–1948 | Ferro Carril Oeste Vasco da Gama Boca Juniors Ferro Carril Oeste Atlanta | 150 (71) 29(10) 121 (69) 43 (19) 35 (11) |
Seleção nacional | ||
Seleção Argentina de Futebol | ||
Times/clubes que treinou | ||
1953 1957–1958 | Defensores de Belgrano Boca Juniors |
Bernardo José Gandulla (Buenos Aires, 1 de março de 1916 — 7 de julho de 1999) foi um futebolista argentino das décadas de 1930 e 1940.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Iniciou sua carreira pelo Ferro Carril Oeste, da Argentina, no qual se profissionalizou em 1935.[1] Exatamente naquele ano, os verdolagas conseguiram sua melhor campanha até então na elite, um 8º lugar e Gandulla foi o artilheiro do elenco, com 15 gols.[1] Em 1936. Gandulla foi uma vez mais o artilheiro do FCO, com 14 gols.[1] Em 1937, integrou o célebres quinteto ofensivo apelidado de "La Pandilla" que somaram 78 gols e Gandulla foi o artilheiro, com 23.[1]
Estava pré-convocado para a seleção que iria à Copa de 1938[1], mas por causa da raiva da decisão de se ter uma segunda Copa consecutiva na Europa, nem Uruguai nem Argentina entraram para a competição. Disputou e venceu a Copa Roca de 1939, embora não tenha atuado na referida competição, pois era reserva de Moreno.[1][2]
Em 3 de março de 1939, chegaram ao Brasil a bordo do vapor “Conte Grande” cinco jogadores argentinos que chamaram a atenção da diretoria do Vasco da Gama durante passagem da seleção do país vizinho na Copa Roca daquele ano, entre eles Gandulla.[3] A transação foi controversa e chegou até a Fifa, pois os argentinos argumentavam que, por não ter dado o passe aos jogadores, eles ainda pertenciam ao Ferro Carril e, portanto, Gandulla demorou mais de um mês para poder atuar, após sentença de um juiz trabalhista e os “passes” de Gandulla, Raul Emeal e José Dacunto custaram mais de 126 mil contos de réis aos cofres vascaínos.[2][3]
A estreia de Gandulla foi em 23 de abril, diante da equipe do Fluminense.[2] Pelo Vasco, o atleta jogou 29 partidas, quase todas como titular, sendo dez gols em dez vitórias, oito empates e 11 derrotas.[2][3] No ano seguinte, Gandulla saiu do Vasco para o Boca Juniors.
Foi campeão em 1940 e 1943 pelo Boca Juniors e defendeu a Seleção Argentina de Futebol em apenas 1 partida, contra Seleção do Uruguai[4]. Deixou o Boca no início de 1944, acertando retorno ao Ferro, e pelo clube foram 121 jogos pelos e 60 gols, média de meio gol por jogo.[1]
Gandulla foi o artilheiro dos verdolagas em 1944, com oito gols por um time 13º colocado entre 16 competidores.[1] Ao todo, foram 88 gols em 174 jogos pelo FCO.[1] Ficaria mais uma temporada no clube até se transferir em 1946 ao Atlanta.[1]
Em 1947, estaria no primeiro rebaixamento do Atlanta.[1]
Ainda defenderia o Temperley na segundona de 1948, como jogador-treinador do "Gasolero".[1]
Após seu aposentadoria, foi treinador dos times de base do Boca Juniors e assumiu o profissional entre 1957 e 1958[5]. Também treinou o Club Atlético Defensores de Belgrano e foi dirigente esportivo.
Origem do termo gandula
[editar | editar código-fonte]O “estardalhaço” da imprensa com a vinda dos estrangeiros, especialmente de Gandulla, que foi catapultado pelos conflitos institucionais na disputa do “passe” dos atletas, contribuiu para que o nome jogador servisse de anedota, ora como “munição” para as críticas da imprensa e ora como elogios. Na citação abaixo, o cronista faz referência ao jogo Vasco 5x 1 América (29/10/1939), em que Gandulla atuou bem e marcou dois gols:
Cuidado, pois, snrs. botafoguenses e rubro-negros, a “ala léro-léro” não é apenas uma miragem… Os Gandullas sabem fazer goals. E que goals […] (Sport Illustrado, Rio de Janeiro, 09 de novembro de 1939, p. 3).
O Rio de Janeiro era a capital do Brasil, os fatos que ocorriam na cidade ecoavam para todo o país. Assim, sendo o Vasco um dos maiores clubes nacionais e o mito "Gandulla" foi levado ao pé da letra para o resto do território nacional, o mito ganhou eco e acabou batizando e assim nacionalizando os repositores de bola.[6] Com o passar do tempo, a expressão “gandula” ultrapassou os limites da cidade do Rio de Janeiro e foi adotado por todo país na esteira da popularidade do Vasco. Décadas após a vinda de Gandulla para o clube, o jogador é lembrado como aquele que “batizou” os ajudantes de reposição de bola nos jogos.
Títulos
[editar | editar código-fonte]- Vasco da Gama
- Torneio Luiz Aranha: 1940
- Boca Juniors
- Campeonato Argentino: 1940 e 1943
- Copa Dr. Ibarguren: 1940 e 1944
- Torneio de Verão de Buenos Aires: 1940 e 1941
- Seleção Argentina
Treinador
[editar | editar código-fonte]- Boca Juniors
- Copa Álvaro Gestido (Montevidéu) 1957
Homenagem
[editar | editar código-fonte]Na Argentina, foi homenageado com a denominação ao prêmio de melhor jogador do ano[8].
Gandulla foi incluído na edição especial da revista El Gráfico que escolheu os cem maiores ídolos boquenses, em 2010.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m Brandão, Caio (1 de março de 2016). «Bernardo Gandulla, ex-vascaíno que foi muito mais que mero vocabulário, faria cem anos». Futebol Portenho. Consultado em 5 de setembro de 2024
- ↑ a b c d «Bot Verification». crvascodagama.com. Consultado em 5 de setembro de 2024
- ↑ a b c Futebol. «Há 100 anos nascia Bernardo Gandulla, o jogador atrás da lenda do pegador de bolas». Gazeta do Povo. Consultado em 5 de setembro de 2024
- ↑ Bernardo José Gandulla La História de Boca Juniors - acessado em 1 de março de 2016 (em castelhano)
- ↑ A arte de gandular Correio do Povo - acessado em 2 de março de 2016
- ↑ Abril, Editora (16 de janeiro de 1981). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril
- ↑ «Bernardo Gandulla, ex-vascaíno que foi muito mais que mero vocabulário, faria cem anos». futebolportenho.com.br. Consultado em 22 de abril de 2024
- ↑ Hoje é um dia importante para o vocabulário do futebol: quem foram Gandulla e Pichichi Portal Trivela - acessado em 2 de março de 2016