Bita – Wikipédia, a enciclopédia livre
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Sílvio Tasso Lasalvia | |
Data de nascimento | 11 de agosto de 1942 | |
Local de nascimento | Olinda, Pernambuco, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Data da morte | 27 de outubro de 1992 (50 anos) | |
Local da morte | Recife, Pernambuco, Brasil | |
Apelido | Bita, O Homem do Rifle, Garoto de Ouro | |
Informações profissionais | ||
Posição | atacante | |
Clubes de juventude | ||
1962 | Náutico | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1962–1966 1967 1967–1968 1969–1972 | Náutico Nacional-URU Náutico Santa Cruz | [1] 5 (0) 0 (0) 0 (0) | 319 (223)
Sílvio Tasso Lasalvia, mais conhecido como Bita (Olinda, 11 de agosto de 1942 — Recife, 27 de outubro de 1992), foi um futebolista brasileiro que atuou como atacante e jogou por clubes como Náutico, Nacional do Uruguai e Santa Cruz, mas fez história e é ídolo da equipe alvirrubra, onde é um dos jogadores que mais atuou pela equipe e é o maior artilheiro da história do clube.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Náutico
[editar | editar código-fonte]Iniciou sua carreira futebolística nas divisões de base no Náutico, com apenas 20 anos de idade. O jovem atleta que também era irmão de outro jogador do clube, Nado, se destacava dentro de campo com a camisa alvirrubra, tanto que era chamado "Garoto de Ouro". Com ótimas apresentações nas divisões de base e demonstrando muita técnica e raça em campo, não demorou muito para ainda em 1962 o olindense ser integrado ao elenco principal do Náutico, no mesmo ano Bita marcou o seu primeiro gol como profissional, contra o São Raimundo-AM. Começava o primeiro dos 223 gol marcados nas duas passagens que teve pelo "Timbu" com 319 jogos.[2][3]
Na sua primeira passagem pelo alvirrubro pernambucano, que durou de 1962 com sua estreia profissional até 1966, Bita conquistou nada menos que 10 títulos com a camisa do Náutico: 4 títulos estaduais consecutivos, feito único na época, além de outros 6 títulos a nível regional e inter-regional (a divisão geográfica do país e a usada pela CBD, renomeada CBF posteriormente, eram diferentes das atuais) além da artilharia em diversas competições, dentre elas, em 1965 e 1966 na Taça Brasil de Futebol, a competição nacional mais importante da época. Com Bita em campo e seus gols a equipe do Náutico era implacável, o atacante era pilar do maior e melhor time já formado na história do Clube Náutico Capibaribe, como também uma das maiores equipes já formadas na história do futebol nordestino.
A década de ouro da equipe alvirrubra e o excelente desempenho de Bita nas quatro linhas se misturam, a projeção nacional do clube na época cuminol com o reconhecimento nacional do "Homem do Rifle", bem como o de grandes futebolistas como o melhor jogador da história do futebol. Pelé, em uma entrevista a um determinado programa, da TV Cultura, foi perguntado sobre os melhores times de futebol que ele já tinha visto jogar, de pronto ele respondeu: "o Cruzeiro de Tostão, o Palmeiras de Ademir da Guia e o Náutico de Bita".[2][3]
Nacional do Uruguai
[editar | editar código-fonte]Após conquistar o tetracampeonato estadual pelo Náutico em 1966 e ter sido artilheiro do campeonato brasileiro daquele ano, Bita troca o Brasil pelo Uruguai para defender o Nacional-URU em 1967. Pelo Bolso Bita atuou em 5 partidas, amistosos, Copa Libertadores e Campeonato Uruguaio, não chegou a marcar gols em sua passagem, e ainda no mesmo ano voltou para a equipe alvirrubra em pernambuco.[4]
Retorno ao Náutico
[editar | editar código-fonte]Com passagem rápida pelo Nacional-URU, Bita volta para dar sequência a mais dois títulos com a camisa do Náutico, em 1967 levou o clube a mais um título estadual, o pentacampeonato, feito único entre os clubes pernambucanos até então, além de mais um título inter-regional, o tricampeonato do norte e a melhor campanha da história do clube na Taça Brasil. Os alvirrubras de Bita eliminaram o Atlético Mineiro nas quartas de final e na semifinal passaram pelo Cruzeiro de Tostão, campeão da Taça Brasil na temporada anterior, a equipe pernambucana chegava na decisão após uma campanha incrível. Na final, o Náutico enfrentaria o Palmeiras de Ademir da Guia.
Infelizmente Bita não estava disponível para grande decisão do torneio e o Timbu por sua vez não ficou com a taça, o clube perdeu a partida de ida no Recife, mas conseguiu surpreender e vencer a equipe paulista em pleno Estádio Pacaembu forçando o jogo desempate no Maracanã, porém a equipe alvirrubra acabou por ser vencida novamente, o alento foi a classificação para a disputa da Copa Libertadores da América do ano seguinte, o Náutico seria a primeira equipe do estado a disputar a competição.
O ano de 1968 marcaria o final da passagem histórica de Bita no Náutico, a essa altura o jogador já era o grande ídolo de uma geração, foi então que na disputa da final do campeonato pernambucano de 1968, Bita e o Náutico se tornavam hexacampeão, feito esse jamais alcançado até os tempos de hoje por uma equipe pernambucana. Título esse comemorado por todos torcedores do clube, pois o "Timbu" é o único clube de pernambuco a possuir essa conquista.[2][3]
Santa Cruz
[editar | editar código-fonte]Após conquistar o hexacampeonato pernambucano pelo Náutico, Bita se transferiu para o arquirrival o Santa Cruz. No tricolor do Arruda conquistou os estaduais de 69, 70, 71 e 72, tornando-se decacampeão pernambucano (6 vezes seguidas pelo Náutico e 4 pelo Santa Cruz). Após o título de 1972 e com duas lesões nos dois joelhos, Bita aos 30 anos de idade e com apenas onze anos de carreira profissional, abandona o futebol.[2][3]
Vida Pessoal
[editar | editar código-fonte]Após pendurar as chuteiras e se aposentar do futebol, trabalhou como vendedor de medicamentos e foi assessor de uma empresa no Recife, viveu de maneira tranquila e familiar até seus últimos dias de vida, deixando uma história marcante e um legado para o futebol.
Apontado como o causador do seu falecimento, o futebol é visto como a razão da morte precoce do ex-jogador. Um câncer nos seios da face o vitimou. Sua esposa relembrou o ocorrido em entrevista a UOL: "[...]A bola veio baixa pra ele, ele tinha que abaixar a cabeça. Aí o Donald, um jogador do Sport, chutou o rosto dele e ele teve um afundamento da face, teve que fazer cirurgia. Com o tempo, ele operou, mas naquela época não se pedia biopsia para tudo. E ele começou a ter coriza. Eu falei, `vá ao médico´. E ele não foi. Aquilo foi piorando. Quando identificou, já estava comprometido. Acabou falecendo em 27 de outubro de 1992 [...]"[3][5]
Títulos
[editar | editar código-fonte]- Náutico
- Taça Brasil - Zona Norte-Nordeste: (1965, 1966 e 1967)
- Grupo Norte da Taça Brasil: (1964 e 1965)
- Copa dos Campeões do Norte: (1966)
- Torneio Centenário de Campina Grande: (1964)
- Campeonato Pernambucano: (1963, 1964, 1965, 1966, 1967 e 1968)
- Torneio Início de Pernambuco: (1962, 1963, 1964, 1965)
- Santa Cruz
- Campeonato Pernambucano: (1969, 1970, 1971, 1972, 1973)
- Torneio Início de Pernambuco: (1969, 1971, 1972)
Artilharias
[editar | editar código-fonte]- Náutico
- Campeonato Pernambucano: artilheiro de 1964 com 24 gols.
- Campeonato Pernambucano: artilheiro de 1965 com 22 gols.
- Campeonato Pernambucano: artilheiro de 1966 com 20 gols.
- Campeonato Brasileiro (Taça Brasil): artilheiro de 1965 com 9 gols.
- Campeonato Brasileiro (Taça Brasil): artilheiro de 1966 com 10 gols.
- Campeonato Brasileiro (Taça Brasil): vice-artilheiro de 1967 com 8 gols
- Copa dos Campeões do Norte: artilheiro de 1966 com 23 gols
- Taça Norte: artilheiro de 1965 com 14 gols.
- Taça Norte: artilheiro de 1966 com 15 gols.
- Taça Norte: artilheiro de 1967 com 12 gols
Prêmios
[editar | editar código-fonte]Além de muitos prêmios como artilheiro de competições que participou pelo Timbu, Bita conquistou o Prêmio Belfort Duarte em 1972, honraria destinada aos jogadores disciplinados. Embora na ocasião defendesse o Santa Cruz.[2]
Curiosidades
[editar | editar código-fonte]- Num dos maiores jogos do Náutico, em 1966, Bita marcou quatro gols na vitória de 5 a 3 sobre o Santos de Pelé no Pacaembu.
- O goleiro do Santos nunca tinha tomado mais de 2 gols de um mesmo jogador em uma mesma partida, Bita em decisão pela Taça Brasil aplicou 4 gols dos 5 na vitória para o Náutico por 5 a 3
- Filho do italiano Tommaso Lasalvia, Bita era irmão de José Rinaldo Tasso Lasalvia (1938-2013), conhecido como Nado.
- Segundo os dados de Carlos Celso Cordeiro, Bita é disparado o recordista vestindo apenas uma camisa no estado. No Náutico, o “Homem do Rifle” balançou as redes em 223 oportunidades, presente em todos os títulos do hexacampeonato estadual, no mais forte esquadrão já formado em Rosa e Silva.
- Abandonou o futebol com apenas 30 anos de idade, devido a lesões nos dois joelhos.
- É o maior goleador de todos os tempos, do Náutico (onde jogou 319 partidas), com 223 gols.
- Durante 10 anos de atividade no futebol, nunca recebeu uma expulsão.
- Era conhecido como “Garoto de Ouro” e “Homem do Rifle”.
- Após aposentadoria do futebol, trabalhou como vendedor de medicamentos e assessor de uma empresa no Recife.[3]
Mundo Bita: homenagem a ídolo do Náutico
[editar | editar código-fonte]Em entrevista realizada pelo UOL com os criadores do desenho Mundo Bita, o responsável pela escolha do nome explicou o porque e a sua relação com o jogador, que veio por meio da paixão de seu pai que torcia pelo Náutico assim como ele e que viu as atuações de Bita na década de 1960 e sempre falava dos feitos do "Homem do Rifle".
"O personagem nasceu para decorar o quarto da minha primeira filha. Quando a gente foi pensar, queria um nome fácil para a criançada e que, numa possível internacionalização do produto, fosse fácil de falar. E veio o nome do Bita. Meu pai é um grande torcedor do Náutico e tinha esse jogador, um grande ídolo do hexacampeonato. Meu pai sabia o time inteiro do Náutico nessa época e o craque do time era o Bita. Ele falava muito esse nome na minha casa. Sempre escalava o time do Náutico inteiro. Convivi por muito tempo com esse nome. Na hora, ele veio. Carismático, simpático e a gente adotou. É uma homenagem ao time do meu pai, meu também, porque herdei dele essa paixão. Mas o personagem em si não é necessariamente alvirrubro"[5]
Referências
- ↑ «Atualizando os gols dos maiores artilheiros de Náutico, Santa Cruz e Sport». Diário de Pernambuco. 15 de janeiro de 2014. Consultado em 5 de junho de 2024
- ↑ a b c d e «Ídolos inesquecíveis 9: Bita». Globoesporte.com. 15 de abril de 2014. Consultado em 28 de novembro de 2017
- ↑ a b c d e f «Bita... Que fim Levou?». Terceiro Tempo. Consultado em 28 de novembro de 2017
- ↑ F, Comisión Historia C. N. de. «Tasso, Silvio». Atilio Software. Consultado em 24 de março de 2021
- ↑ a b Napoleão de Almeida (24 de julho de 2018). «Mundo Bita: fenômeno infantil ganhou nome em homenagem a ídolo do Náutico». UOL Esporte. Consultado em 23 de abril de 2020
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Bita… o Homem do Rifle - TARDES DE PACAEMBU
- Perfil de Bita (em português) em soccerway
- Perfil de Bita (em inglês) em narod
- NáuticoNet
- NáuticoNet