Bubaque (sector) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Bubaque
Nome local
Bubaque
Geografia
País
Província
Província Sul (en)
Região
Coordenadas
Demografia
Gentílico
bubaquense
Funcionamento
Estatuto
Mapa

Bubaque é uma cidade e sector da região administrativa de Bolama na Guiné-Bissau. Localiza-se na ilha de Bubaque.

Segundo o censo demográfico de 2009 o sector possuía uma população de 11 204 habitantes,[1] sendo que 4 299 habitantes somente na zona urbana da cidade de Bubaque, distribuídos numa área territorial de 1 013,3 km².[2][3]

A cidade de Bubaque é um dos principais centros turísticos guinéu-bissauenses, sendo servida por porto e aeroporto, além de serviços de balsas que permite o acesso rodoviário ao resto da nação.

O sector de Bubaque esteve sempre sob a alçada do mais poderoso dos reinos do arquipélago dos Bijagós, o reino de Canhabaque, com capital no vilarejo de Bine, na ilha vizinha de Canhabaque-Roxa.[4]

A primeira vez em que um europeu esteve na ilha foi durante a visita de Vasco da Gama às Bijagós em 1498, sem contudo estabelecer povoamento ou relações comerciais.[4]

Os europeus mantiveram fraca presença na região até 1847, quando os britânicos atacam os vilarejos-tabancas do reino de Canhabaque, inclusive os de Bubaque, forçando o rei António a assinar um documento pelo qual os portugueses ficariam impedidos de negociar no arquipélago dos Bijagós. Em 1853 Bubaque e todas as ilhas do reino de Canhabaque são ocupadas militarmente pelos britânicos, anexando-as à colónia da Gâmbia. A anexação foi perene e, no mesmo ano, as ilhas estão livres novamente. Porém, até o fim da Guiné Britânica (1870), as ilhas estiveram sob influência desta colónia.[4]

O reino permaneceria em paz até 1889, quando Portugal começa a cobiçar as ilhas, promovendo bombardeamentos navais, sem ocupação; em 1900, novamente as ilhas são bombardeadas por canhoneiras, igualmente sem sucesso.[4]

Porém em 1917 houve uma tentativa de invasão para ocupação das ilhas, tomando-se Bubaque porém sendo malfadada justamente na ilha principal, Canhabaque, forçando a retirada lusitana. Os portugueses encontraram resistência armada tenaz dos habitantes bijagós na capital, Bine.[4]

Em 1925 uma enorme expedição militar de lusitanos e nativos é enviada ao território do reino, não conseguindo novamente tomar as ilhas. O objetivo era forçar os habitantes ao pagamento do imposto de palhota.[4]

Somente em 1935 é que o reino e suas ilhas são finalmente subjugados e anexados a Guiné Portuguesa,[4] com os portugueses preferindo construir o posto militar e administrativo em Bubaque, temendo revoltas dos bijagós de Canhabaque. Embora tal precaução, a derrota do reino nativo foi tamanha que o mesmo jamais se reergueu.

Bubaque é uma cidade e sector insular que tem como principal e mais povoada ilha a de Bubaque, localizada no arquipélago dos Bijagós; enquanto que Bolama é a capital regional política, dada a sua localização, é Bubaque que responde pela centralização mais geográfica do arquipélago e da região.

Ilhas do sector

[editar | editar código-fonte]

O sector de Bubaque compõe-se das seguintes ilhas:

Ilhas km² Hab.

(2009)[5]

Ilha Bubaque 6.427
Ilha de Canhabaque/Roxa 2.478
Ilha de Soga 842
Ilha de Orangozinho 706
Ilha de Ganogo 458
Ilha de Rubane 165
Ilha de Menegue 122
Ilha de João Vieira 6
Total a) 1.013,3[2] 11.204

a) Superficie do Sector ,antes da criação do Setor de Uno.

Infraestrutura

[editar | editar código-fonte]
Embarque e desembarque de passageiros pelo Porto de Bubaque, em 2017.

A cidade dispõe de um porto de calado mediano com uma ponte-cais[6] e é ligada por balsa a Bissau e a Bolama. A ligação com Bissau por barco demora cerca de 4 horas.[7]

Bubaque possui um dos três aeroportos em funcionamento da nação (os demais são os de Gabu e Bissau), o Aeródromo de Bubaque, recebendo voos esporádicos somente de Bissau.[7]

A cidade de Bubaque é conectada por rodovia à praia do Bruce pela Estrada Local nº 38 (L38). Esta é a principal e mais relevante rodovia do sector.

Comunicações

[editar | editar código-fonte]

Entre as operadoras de rádio, há transmissões da Rádio Djan-Djan e da Radio Comunitária dos Bijagós. Os serviços postais, de encomendas e de cargas da cidade e do sector são geridos pelos Correios da Guiné-Bissau.[8]

A cidade possui um campus-polo da Escola Normal Superior Tchico Té (ENSTT). A ENSTT oferta basicamente licenciaturas.[9]

Cultura e lazer

[editar | editar código-fonte]

A cidade dispõe de muitos atrativos naturais e edificados, mas com destaque para as obras arquitetónicas da era colonial, tais como:

  • Mercado de Bubaque;
  • Caso do Administrador de Bubaque;
  • Museu de Bubaque.

Referências

  1. «Guinea Bissau Census Data, 2009 - Série Temporal de População Total Residente - Sector de Bubaque». Instituto Nacional de Estatística. 15 de janeiro de 2016. Consultado em 19 de outubro de 2020 
  2. a b Estudo: Guiné-Bissau. Lisboa: ANEME, 2018.
  3. «Boletim Estatístico da Guiné-Bissau: Guiné-Bissau em Números 2015» (PDF). Instituto Nacional de Estatística. 2015 
  4. a b c d e f g Gomes, Américo. (2012). «História da Guiné-Bissau em datas.» (PDF). Lisboa 
  5. «Recenseamento geral da população e habitação da Guiné-Bissau: 2009» (PDF). Instituto Nacional de Estatística. 2010 
  6. «Trilhas Ecoturisticas ,Arquipelagos dos Bijagos». IBAP ,Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas. 2018. Consultado em 21 maio 2018 
  7. a b Taveira, Helder (31 de março de 2018). «Guiné-Bissau: a beleza do arquipélago dos Bijagós». Jornal Público 
  8. Lopes, António Soares. (Agosto de 2015). Os media na Guiné-Bissau (PDF). Bissau: Europress / Edições Corubal 
  9. Onde Estamos: Guiné-Bissau. Instituto Camões. 2020.
Ícone de esboço Este artigo sobre Geografia da Guiné-Bissau é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.