Buxido – Wikipédia, a enciclopédia livre

Samurai Japonês na sua armadura, anos 1860. fotografia de Felice Beato

Buxido[1] (em japonês: 武士道; romaniz.: Bushidō) literalmente, "caminho do guerreiro", é um código de conduta e modo de vida para os samurais (a classe guerreira do Japão feudal ou bushi), vagamente semelhante ao conceito de cavalheirismo que define os parâmetros para os Samurais viverem e morrerem com honra.

Não se sabe muito sobre a origem da palavra ou da lei , sendo utilizado como regra (por alguns senhores) em fins do seculo XVIII, como codigo para os Samurai . Originario de duas principais influências, a existência violenta do samurai é atenuada pela sabedoria e pela serenidade do Confucionismo e do Budismo. O Buxido foi desenvolvido provavalmente pelos codigo de conduta dos Daimiô, utilizados durante toda a história Samurai, dado em inúmeros documentos traduzidos a partir dos séculos XII e XVI não demonstram influência especificamente do Buxido no Japão[2] tanto que alguns estudiosos tenham mencionado que o "termo Buxido em si é raramente mencionado na literatura pré-moderna".[3]

Durante o período da ditadura militar feudal do Xogunato Tokugawa estabelecida no Japão em 1603 por Tocugaua Ieiasu, o Termo atual não era referido como lei na epoca de Ieyasu, sendo cada feudo tendo seu próprio código, muito se diferenciando um dos outros, causando uma grande diversidade, do que seria um código único, algo que se permaneceu até a Revolução Meiji .

O Bushido foi formado e influenciado pelos conceitos do Budismo, Xintoísmo e Confucionismo.[4]

Em um excerto do seu livro sobre Samurai: "The World of the Warrior",[5] o historiador Stephen Turnbull descreve o papel do seppuku no Japão feudal:

O Bushido foi amplamente praticado, variando pouco ao longo do tempo e em toda a área ancestral geográfica e sócio-económica dos samurais que em determinada altura representou até 10% da população japonesa.[6] O primeiro censo da era Meiji, no final do século XIX contou 1 282 000 membros da "casta alta samurai", autorizados a montar a cavalo e 492 mil membros da "casta baixa samurai", autorizados a usar duas espadas, mas não a montar a cavalo, em um país com cerca de 25 milhões de habitantes.[7]

Citações de obras clássicas japonesas influenciadas pelo Bushido

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Resumindo, bushi é aquele que segue o caminho do guerreiro. Miyamoto Musashi dizia: -

As Virtudes do Bushido

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Historicamente, não existem citações a um código de virtudes dos samurai que variava de clã para clã, mas no período Meiji, Nitobe Inazō mencionou, enquanto estava nos Estados Unidos, com forte influência de conceitos da cavalaria ocidental[8], em seu livro "Bushido - The Soul of Japan"[9] as seguintes virtudes como sendo as 8 virtudes do samurai:

  • GI (?) - Justiça e Moralidade, Atitude direta, razão correta, decidir sem hesitar;
  • YUU (?) - Coragem, Bravura heroica;
  • JIN (?) - Compaixão, Benevolência;
  • REI (?) - Polidez e Cortesia, Amabilidade;
  • MAKOTO (?) - Sinceridade, Veracidade total;
  • MEIYO (?) - Honra, Glória;
  • CHUU (?) - Dever e Lealdade.
  • JISEI (自制) - Autocontrole

Em algumas citações, é omitida a oitava virtude "jisei", afirmando que seriam 7 virtudes.

Confúcio ao ser indagado a respeito do amor pelo seu discípulo número um Gankai, respondeu: "Ao permanecer com respeito após vencer a si próprio considere amor."

Gankai perguntou novamente: "Qual seria o método pratico?"

Então Confúcio respondeu: "Se carecer respeito, não veja! Se carecer respeito, não ouça! Se carecer respeito, não fale! Se carecer respeito, não se mova!"

Este pensamento do amor de Confúcio foi ampliado na sua interpretação pelo discípulo Zisi como sendo imparcialidade.

O seu seguidor Mōshi é famoso pela teoria de sei-zen-setu, que considera o ser humano originalmente fruto de bem e que possui de nascença o:

Sentimento misericordioso. Sentimento de envergonhar-se da falta do bem e desgostar o mal. Sentimento de humildade e oferecer oportunidade aos outros. Sentimento que aceita o bem e nega o mal.

Com isto quis provar que o ser humano é originalmente de bem. Concluiu ainda que:

Saku-in-no-kokoro era o Jin, amor misericordioso. Shuu-o-no-kokoro era o Gui, retidão do caráter. Jijyou-no-kokoro era o Rhei, respeito. Zehi-no-kokoro era o tchi, conhecimento.

Assim originaram as quatro virtudes do ser humano, que foi acrescido de Shin (confiança, fé) na Era Kan da China (202–220 d.C.). Completando assim as cinco virtudes do ser humano simbolizado até nas cinco dobras que existe na parte dianteira do hakama que se usa na prática de artes marciais. A dobra da parte de trás dizem ser isshin (um objetivo, caráter puro).[10]

Referências

  1. Nascentes 1966, p. 119.
  2. Wilson, 1982
  3. "The Zen of Japanese Nationalism", de Robert H. Sharf, em Curators of the Buddha, editado por Donald Lopez, pg 111
  4. «Bushido - O caminho do guerreiro samurai». Instituto Niten. Consultado em 27 de fevereiro de 2008 
  5. Excerto do livro "The World of the Warrior" de Stephen Turnbull
  6. Cleary, Thomas Training the Samurai Mind: A Bushido Sourcebook Shambhala (May, 2008) ISBN 1-59030-572-8
  7. "Japan. A historical survey" Mikiso Hane
  8. «Bushidō: An Ethical and Spiritual Foundation in Japan | Nippon.com». web.archive.org. 8 de novembro de 2019. Consultado em 4 de outubro de 2023 
  9. «Bushido: The Soul of Japan». Wikipedia (em inglês). 21 de abril de 2023. Consultado em 4 de outubro de 2023 
  10. Okawa, Ryuho (1 de junho de 2001). As Leis Douradas (em japonês). [S.l.]: Pensamento 

Ligações externas

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