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Cajuína
Cajuína
Cajuínas em 2019.
Tipo Não alcoólica
Origem  Brasil
Cor Amarelo âmbar cristalina
Sabor Levemente doce

A cajuína é uma bebida típica do nordeste brasileiro, consumida e produzida no Nordeste, muito apreciada e fabricada principalmente no estado do Piauí,[1] onde é considerada Patrimônio Cultural do Estado e símbolo cultural da cidade de Teresina.[2] Preparada a partir do suco de caju, sem álcool, clarificada e esterilizada, apresenta uma cor amarelo-âmbar resultante da caramelização dos açúcares naturais do suco.[3] Pode ser preparada de maneira artesanal ou industrializada.[4]

A invenção da cajuína é atribuída a Rodolfo Teófilo
Em um supermercado no Piauí.

Bebida derivada do caju, tem origem étnica que remonta a história indígena. Era costume desses grupos a cauinagem, sendo um dos mais importantes rituais dessas populações. O “acaiu” ou açaí-ou (nome tupi do que é conhecido como caju) era ainda componente importante em suas dietas e também no uso medicinal. Grupos indígenas foram os principais responsáveis pela difusão desse vegetal pelo nordeste ao mesmo tempo que impulsionou correntes migratórias desses grupos para esta região do país. Devido ao contato interétnico, supostamente conflituoso, costumes ligados ao modo de fazer da bebida indígena foram parcialmente assimilados por populações não indígenas e em especial por família abastadas, que tinham como praxe oferecer a visitantes, constituindo em um ato de reafirmação de laços familiares e de amizade. É nesse contexto que a bebida passa a ser denominada cajuína. Outras atualizações são de cunho mercadológico e tem alterado traços significativos do modo de fazer tradicional da cajuína.[5]

Apesar disso, sua criação é atribuída por documentação ao farmacêutico baiano Rodolfo Teófilo,[6] que segundo seu registro pretendia, com ela, combater o alcoolismo. Ele a via como um substituto benévolo da cachaça.

Processo de fabricação

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A produção da cajuína é feita através dos seguintes processos[7]:

Extração do suco

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O mais recomendado é o uso de uma prensa descontínua, do tipo parafuso. As partes que entram em contato com os pedúnculos jamais podem ser fabricadas em aço-carbono. Neste caso, recomendam-se cilindros e placas em aço inoxidável.

Clarificação

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A clarificação é realizada utilizando-se a gelatina comercial grau alimentício adicionada na forma de solução aquosa em uma concentração a 10%. Alternativamente, essa etapa pode ser feita através de membrana de ultrafiltração, sem uso de proteína animal. [8]

Pode ser realizada utilizando-se filtros de tecido de algodão, feltro ou de um material conhecido comercialmente como TNT (tecido não tecido).

Tratamento térmico

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As garrafas devidamente cheias e fechadas são submetidas a um banho-maria, para promover a esterilização comercial do produto, aumentando sua durabilidade, e a caramelização dos açúcares, que faz com que o produto atinja a a coloração amarelo-âmbar, característica da cajuína.

O cantor e compositor Caetano Veloso compôs uma música intitulada "Cajuína", em que cita a bebida.[9]

Referências

  1. http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&id=1022:cajuina
  2. Cajuína do Piauí é patrimônio cultural brasileiro CODEVASF - Acessado em 23 de agosto de 2016
  3. Júlia Morim, Cajuína, Fundação Joaquim Nabuco, Biblioteca Blanche Knopf. Visitado em 26 de setembro de 2017.
  4. Barbosa Nunes (29 de janeiro de 2016), Maçonaria, Piauí e Cajuína, Diário da Manhã. Visitado em 26 de setembro de 2017.
  5. «Piauí – Cajuína | ipatrimônio». Consultado em 21 de junho de 2023 
  6. Seara da Ciência - Acessado em 3 de junho de 2010
  7. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/748513
  8. «Processo de estabilização de suco de caju utilizando a enzima tanase associada à microfiltração - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 8 de setembro de 2017 
  9. Moreno, Jorge Bastos. «Caetano e a inspiração de "Cajuína"». Blog do Moreno - O Globo. Consultado em 30 de dezembro de 2019 
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