Ameiva ameiva – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Sauropsida
Ordem: Squamata
Família: Teiidae
Género: Ameiva
Espécie: A. ameiva
Nome binomial
Ameiva ameiva
(Linnaeus, 1758)

O lagarto-verde, também conhecido como calango-verde, jacarepinima, bico-doce e calango-bico-doce (nome científico: Ameiva ameiva)[2] é uma espécie de lagarto da família Teiidae. Possui uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrado na América Central e do Sul e em algumas ilhas do Caribe. No Brasil, ocorre em diferentes ambientes, desde a Floresta Amazônica, a Caatinga e em algumas partes do Cerrado.[3]

Também é conhecido como ameiva, laceta ou tijubina. Devido à sua semelhança com um fóssil encontrado no Ceará, um de seus nomes populares foi emprestado à espécie fóssil Tijubina pontei.[4]

Distribuição e habitat

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São encontrados desde a costa leste do Brasil, passando pelo interior da América do Sul central, até as costas oeste da Colômbia, Equador e Peru. Eles são encontrados no extremo sul até as porções do norte da Argentina, através da Bolívia e Paraguai e no extremo norte da Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Trinidad, Tobago e Panamá. Recentemente, eles foram introduzidos em áreas da Flórida.[5][6]

A distribuição deste lagarto pode estar se expandindo em associação com o desmatamento, e a espécie pode ter se dispersado recentemente no sudoeste do Panamá e na Costa Rica em associação com o estabelecimento de extensas plantações de banana.[1]

Ameiva ameiva tem um corpo alongado, cabeça pontuda, língua ligeiramente bifurcada e patas traseiras musculosas. São lagartos de tamanho médio, podendo alcançar 55 cm de comprimento.[2] Possui a coloração que mescla castanho, creme, verde e alguns tons azuis. As fêmeas geralmente têm muito menos verde do que os machos e uma cor verde mais empoeirada. Os machos têm coloração verde vibrante e manchas mais fortes. Os machos também têm papada mais expandida. A cauda é longa e atinge de 65 a 70% do comprimento total. Os machos têm cabeças e membros maiores do que as fêmeas do mesmo comprimento.[7]

Fêmeas e machos apresentam 15-24 poros femorais em cada membro. O tamanho dos poros é semelhante em machos e fêmeas, com cerca de 1 mm de diâmetro. Os poros femorais são fáceis de ver e as escamas que os prendem são especializadas. Esta especialização ajuda a identificar a diferença entre aquelas e outras escamas na área circundante da perna traseira. O resto do corpo é coberto por escamas lisas.[8][5]

Ecologia e comportamento

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Possui hábitos diurnos, passando grande parte do dia se aquecendo ao sol. Sua dieta é oportunista e generalizada, consistindo primariamente de insetos, mas também pode se alimentar de pequenos vertebrados.[1]

O macho persegue a fêmea e quando a alcança, posiciona-se sobre ela, mordendo a região da nuca. Após o acasalamento, a fêmea deposita entre 2 e 6 ovos em meio às folhas. Os filhotes nascem após cerca de dois a três meses de incubação.[2]

As fêmeas carregam seus ovos por um curto período de tempo e tendem a permanecer em suas tocas durante esse período. Uma vez que os ovos são postos, o tempo de incubação é de cerca de 5 meses, com a descendência geralmente eclodindo no início da estação chuvosa. Os machos juvenis tendem a crescer mais rápido do que as fêmeas. A maturidade é alcançada quando o comprimento da cloaca atinge 100 mm, ocorrendo cerca de 8 meses após a eclosão para machos e fêmeas.[9]

Referências

  1. a b c Ibáñez, R., Jaramillo, C., Gutiérrez-Cárdenas, P., Rivas, G., Caicedo, J., Kacoliris, F. & Pelegrin, N. (2019). «Ameiva ameiva». Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas da UICN 2024 (em inglês). ISSN 2307-8235 
  2. a b c Terra da Gente (25 de abril de 2016). «Ameiva é conhecido como bico-doce e ocorre em toda Amética do Sul». G1. Consultado em 20 de dezembro de 2020 
  3. Silva, T. F.; Andrade, B. D.; Teixeira, R. F.; Giovanelli, M. (2003). «Ecologia de Ameiva ameiva (Sauria, Teiidae) na Restinga de Guriri, São Mateus, Espírito Santo, sudeste do Brasil». Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão. 15: 5–15 
  4. Bonfim Júnior, D. C.; Marques, R. B. (1997). «Um novo lagarto do Cretáceo do Brazil (Lepidosauria, Squamata, Lacertilia) – Formação Santana, Aptiano da Bacia do Araripe». Anuário do Instituto do Geociências. 20: 233–240 
  5. a b Biazquez, M. (1996). «Activity and Habitat Use in a Population of Ameiva ameiva in Southeastern Columbia» (PDF). Biotropica. 28 (4): 714–719 
  6. Sartorius, S.; Vitt, L.; Colli, G. (1999). «Use of naturally and anthropogenically disturbed habitats in Amazonian rainforest by the teiid lizard Ameiva ameiva». Biological Conservation. 90 (2): 91–101. doi:10.1016/S0006-3207(99)00019-1 
  7. Sales, Raul; Ribeiro, Leonardo; Freire, Eliza (2011). «Feeding ecology of Ameiva ameiva in a caatinga area of northeastern Brazil». Herpetological Journal. 21 (3): 199–207 
  8. Ramiro, C. N.; Rodrigues, M. T.; Trefaut, M.; Silva Jr., P. I.; Martín, J.; et al. (2017). «Caracterização química das secreções de glândulas femorais de Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) (Squamata, Teiidae)». Anais do Congresso Brasileiro de Herpetologia 
  9. Siders, R. (2014). «Ameiva ameiva». Animal Diversity Web. Consultado em 20 de dezembro de 2020 

Ligações externas

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