Calcifediol – Wikipédia, a enciclopédia livre

Estrutura química do Calcidiol.

Calcifediol (INN), também conhecido como calcidiol, 25-hidróxi-colecalciferol, ou 25-hidróxi-vitamina D (abreviado como 25(OH)D),[1] é um pré-hormônio que é produzido no fígado através da hidroxilação da vitamina D3 (colecalciferol) através da enzima colecalciferol 25-hidroxilase, isolada pela primeira vez por Michael F. Holick. Esse metabólito é utilizado para avaliar o estado de vitamina D de um paciente.[2] O calcifediol é convertido então no rim (pela enzima 25(OH)D-1α-hidroxilase) em calcitriol (1,25-(OH)2D3), um hormônio que é a forma ativa de vitamina D. Ele também pode ser convertido na forma inativa 24-hidróxi-calcidiol nos rins via 24-hidroxilação.

Teste de sangue

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O teste sanguíneo de 25-hidróxi-vitamina D (calcidiol) é usado clinicamente para aferir o conteúdo de vitamina D no corpo.[5] A concentração de calcidiol no sangue é considerado o melhor indicador do seu status de vitamina.[6]

Esse teste pode ser usado para diagnóstico de deficiência de vitamina D e determinar a melhor terapia.[7] Pacientes com osteoporose, doença renal crônico, malabsorção, obesidade, e outras mais podem estar em situação de grande risco, sendo então indicados para fazer esse teste.[7] Apesar da deficiência de vitamina D ser comum em algumas populações, incluindo algumas em altas latitudes e pouca exposição ao sol, o teste de 25(OH)D não é indicado para toda a população.[7]

 É a medida mais sensível,[8]  apesar de experts clamarem por maior padronização e reproducibilidade entre diferentes laboratórios.[6] De acordo com MedlinePlus, a faixa normal de calcidiol é de 30.0 a 74.0 ng/mL.[5] A faixa normal varia amplamente dependendo de diversos fatores, como idade e localização geográfica. Uma faixa de referência de 20–150 nmol/L (8-60 ng/ml) também já foi sugerida,[9] enquanto outros estudos apontam níveis abaixo de 80 nmol/L (32 ng/ml) como indicativos de deficiência de vitamina D.[10]

Nos EUA, os níveis de 25(OH)D são relatados como ng/mL. Em outros países, é comum o uso de nmol/L. Multiplique ng/mL por 2.5 para a conversão aproximada em nmol/L.

Significado clínico

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O aumendo de níveis de calcidiol é associado ao aumento da absorção fracional de cálcio do trato gastrontestinal até níveis de 80 nmol/L (32 ng/mL).[citation needed] A excreção de cálcio urinária balanceia a absorção intestinal, com níveis de calcidiol até ~400 nmol/L (160 ng/mL).[11]

Um estudo de Cedric F. Garland e Frank C. Garland da University of California, San Diego analisou o sangue de 25,000 voluntários do Condado de Washington, Maryland, achando que altos níveis de calcifediol estavam relacionados com um risco de câncer de colo de 1/5 em relação à taxa típica.[12] Contudo, estudos randomizados controlados falharam na detecção de correlações significativas entre suplementação de vitamina D e o risco de câncer de cólon.[13]

Em 2012 um estudo de registro ("registry study") da população de Copenhagen, Dinamarca encontrou uma correlação de níveis tanto alto quanto baixo dos níveis no soro e aumento de mortalidade, com um nível de  50–60 nmol/L sendo associado com a mortalidade mais baixo. O estudo não mostrou relação de causa.[14][15]

Referências

  1. "Nomenclature of Vitamin D.
  2. Holick, MF; Deluca, HF; Avioli, LV (1972). «Isolation and identification of 25-hydroxycholecalciferol from human plasma». Archives of Internal Medicine. 129 (1): 56–61. PMID 4332591. doi:10.1001/archinte.1972.00320010060005 
  3. Bender, David A.; Mayes, Peter A (2006). «Micronutrients: Vitamins & Minerals». In: Victor W. Rodwell; Murray, Robert F.; Harper, Harold W.; Granner, Darryl K.; Mayes, Peter A. Harper's Illustrated Biochemistry. New York: Lange/McGraw-Hill. pp. 492–3. ISBN 0-07-146197-3 
  4. Institute of Medicine (1997). «Vitamin D». Dietary Reference Intakes for Calcium, Phosphorus, Magnesium, Vitamin D, and Fluoride. Washington, D.C: National Academy Press. 254 páginas. ISBN 0-309-06403-1 
  5. a b "25-hydroxy vitamin D test: Medline Plus".
  6. a b Heaney, Robert P (dezembro de 2004). «Functional indices of vitamin D status and ramifications of vitamin D deficiency». American Journal of Clinical Nutrition. 80 (6): 1706S–9S. PMID 15585791 
  7. a b c American Society for Clinical Pathology, «Five Things Physicians and Patients Should Question», American Society for Clinical Pathology, Choosing Wisely: an initiative of the ABIM Foundation, consultado em 1 de agosto de 2013 , which cites
  8. Institute of Medicine (1997), p. 259
  9. Bender, David A. (2003). «Vitamin D». Nutritional biochemistry of the vitamins. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-80388-8 
  10. Hollis BW (fevereiro de 2005). «Circulating 25-hydroxyvitamin D levels indicative of vitamin D sufficiency: implications for establishing a new effective dietary intake recommendation for vitamin D». J Nutr. 135 (2): 317–22. PMID 15671234 
  11. Kimball; et al. (2004). «Safety of vitamin D3 in adults with multiple sclerosis». J Clin Endocrinol Metab. 86 (3): 645–51. PMID 17823429 
  12. Maugh II, Thomas H.
  13. Wactawski-Wende, J; Kotchen, JM, Women's Health Initiative Investigators (9 de março de 2006). «Calcium plus vitamin D supplementation and the risk of colorectal cancer.». N Engl J Med. 954 (10). 1102 páginas. PMID 16481636. doi:10.1056/NEJMoa055222. Consultado em 28 de dezembro de 2013 
  14. «Too much vitamin D can be as unhealthy as too little» (Nota de imprensa). University of Copenhagen. 29 de maio de 2012. Consultado em 27 de maio de 2015 
  15. Durup, D.; Jørgensen, H. L.; Christensen, J.; Schwarz, P.; Heegaard, A. M.; Lind, B. (9 de maio de 2012). «A Reverse J-Shaped Association of All-Cause Mortality with Serum 25-Hydroxyvitamin D in General Practice: The CopD Study». Endocrine Society. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 97 (8): 2644–2652. doi:10.1210/jc.2012-1176. Consultado em 27 de maio de 2015