Campeonato Paraense de Futebol Feminino – Wikipédia, a enciclopédia livre

Campeonato Paraense Feminino
Dados gerais
Organização Federação Paraense de Futebol
Edições 26
Local de disputa Pará
Sistema misto
Edição atual
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O Campeonato Paraense Feminino é a principal competição futebolística da modalidade feminina do estado do Pará, organizado pela Federação Paraense de Futebol (FPF).

Ela começou a ser disputada em 1983 e teve o Remo como primeiro campeão. O ESMAC e o Independente são os clubes com maior número de conquistas, com seis títulos.

História[editar | editar código-fonte]

Década de 1980[editar | editar código-fonte]

Portaria que declara o Remo campeão paraense de futebol feminino de 1983.

O Campeonato Paraense de Futebol Feminino ocorreu pela primeira vez em 1983, o qual reuniu sete clubes para o Torneio Início. Era uma espécie de campeonato inicial, selecionando os quatro melhores clubes para participarem da segunda fase do Campeonato Paraense.[1] Esse torneio teve como vencedor o Remo, que ganhou da Tuna Luso na apuração de cobrança de escanteios, já que durante o tempo regular o jogo terminou em 2–2.[2] Nesse sentido, o escanteio era usado como um dos critérios de desempate nos campeonatos.[1]

A edição inicial contou com a participação de: Izabelense, Paysandu, Remo, Sport Belém, Tambés, Tuna Luso e Yamada.[1] Deste modo, o Remo sagrou-se o primeiro campeão estadual, ao vencer o Paysandu por 1 a 0 na decisão, conquistando o título de maneira automática após vencer as duas fases do estadual. A atacante Cebolinha marcou o gol do título.[1][3]

Nas temporadas seguintes, o Paysandu foi o time a ser batido dos gramados com três títulos consecutivos: 1984, 1985 e 1986. Entretanto, a violência tornou-se um fator preocupante no esporte.[4] A rivalidade crescia e acabou tomando proporções muito grandes, principalmente entre Remo e Paysandu.[2] Desse modo, em 1986, a FPF resolveu acabar com o campeonato para tentar evitar esses conflitos entre as atletas, clubes e até torcedores.[1]

Década de 1990–2000[editar | editar código-fonte]

Em 1999, a Federação voltou a organizar o Campeonato Paraense de Futebol Feminino, foi quando a “Era Independente” começou.[2] De 1999 a 2003, foram disputadas cinco edições e o Galo da Marambaia saiu com a taça em todas as cinco oportunidades, até o campeonato ser novamente interrompido em 2004.[3]

Somente três temporadas depois a competição voltou a ser disputada, quando o Independente sagrou-se campeão pela sexta vez consecutiva e estabeleceu o recorde de taças da competição. Desde então, o Parazão Feminino não parou mais.[3] Porém, novos clubes acenderam no cenário futebolístico do futebol paraense feminino, como a Sacramenta, que quebrou a sequência de títulos do Independente. Nos anos de 2009 e 2010, o Pinheirense foi bicampeão estadual.[2][5]

Década de 2010–2020[editar | editar código-fonte]

Equipe da Tuna Luso em 2011, campeã paraense de futebol feminino.

No decorrer da década de 2010, novos clubes continuaram alcançando o topo do pódio. Com destaque para as equipes da Tuna Luso, tricampeã estadual nos anos de 2011, 2013 e 2014,[6] e a ESMAC, que conquistou sua primeira taça em 2012,[7][8] e, posteriormente, um pentacampeonato consecutivo de 2016 a 2020.[9][10] Deste modo, a equipe ananindeuense se igualou ao Independente, no posto de maior campeã estadual.[11] Além disso, o Pinheirense conquistou o seu terceiro título em 2015, ao superar a ESMAC pelo placar mínimo.[12][5]

No ano de 2021, o Remo voltou ao topo do estadual, conquistando o campeonato depois de 38 anos.[13] Este foi o primeiro de três conquistas consecutivas, que se repetiram nas temporadas de 2022 e 2023, diante do seu principal rival, o Paysandu.[14][15]

Campeões[editar | editar código-fonte]

Ano Final Semifinalistas
Campeão Placar Vice 3.º lugar 4.º lugar
1983
Remo
[a]
Paysandu

Tuna Luso

Yamada
1984
Paysandu
Desconhecido Desconhecido Desconhecido
1985
Paysandu
Desconhecido Desconhecido Desconhecido
1986
Paysandu
Desconhecido Desconhecido Desconhecido
1987–98 Não realizado.
1999
Independente
Desconhecido Desconhecido Desconhecido
2000
Independente
Desconhecido Desconhecido Desconhecido
2001
Independente
Desconhecido Desconhecido Desconhecido
2002
Independente
Desconhecido Desconhecido Desconhecido
2003
Independente
Desconhecido Desconhecido Desconhecido
2004–06 Não realizado.
2007
Independente
Desconhecido Desconhecido Desconhecido
2008
Sacramenta
2 — 1
Estrela/Barcarena

Tuna Luso

Independente
2009
Pinheirense
0 — 0
3 — 2

(pen)

Tuna Luso

ESMAC

Estrela/Barcarena
2010
Pinheirense
3 — 1
Remo

Cruz Azul

Tuna Luso
2011
Tuna Luso
2 — 2
5 — 4

(pen)

Pinheirense

Cruz Azul

Bandeirante
2012
ESMAC
5 — 4
Tuna Luso

Sport Belém

Time Negra
2013
Tuna Luso
3 — 1
ESMAC

Pinheirense

Time Negra
2014
Tuna Luso
2 — 0
ESMAC

Pinheirense

Time Negra
2015
Pinheirense
1 — 0
ESMAC

Independente

Time Negra
2016
ESMAC
1 — 1
4 — 1

(pen)

Paysandu

Pinheirense

Time Negra
2017
ESMAC
0 — 0
4 — 2

(pen)

Pinheirense

Paysandu

Tuna Luso
2018
ESMAC
5 — 1
Pinheirense

Paysandu

Bragantino
2019
ESMAC
2 — 1
Remo

Paysandu

Cabanos
2020
Detalhes

ESMAC
4 — 0
Paysandu

Remo

Cabanos
2021
Detalhes

Remo
6 — 1
3 — 0

(W.O.)

Gavião Kyikatejê

ESMAC

Castelo dos Sonhos
2022
Detalhes

Remo
5 — 1
4 — 0

Paysandu

Pinheirense

Itupiranga
2023
Detalhes

Remo
3 — 0
Paysandu

Tiradentes

Juventude

Títulos por clube[editar | editar código-fonte]

Clube Título Vice 3.º lugar 4.º lugar
 ESMAC 6 3 2
 Independente-PA 6 1 1
 Remo 4 2 1
 Paysandu 3 5 3
 Pinheirense 3 3 4
 Tuna Luso 3 2 2 2
 Sacramenta 1
Estrela/Barcarena 1 1
 Gavião Kyikatejê 1
Cruz Azul 2
 Sport Belém 1
 Tiradentes-PA 1
 Time Negra 5
Cabanos 2
Bandeirante 1
 Bragantino-PA 1
Castelo dos Sonhos 1
 Itupiranga 1
Juventude 1
Yamada 1

Títulos por cidade[editar | editar código-fonte]

Cidade Título Vice 3.º lugar 4.º lugar
Belém[b] 20 12 12 10
Ananindeua 6 3 4 2
Barcarena 1 2
Marabá 1
Tucuruí 1
Bragança 1
Castanhal 1
Itupiranga 1

Notas e referências

Notas

  1. O Remo sagrou-se campeão de forma automática, após vencer as duas fases da competição.
  2. O Independente esteve sediado em Belém até 2010, quando mudou-se para Tucuruí. Os resultados estão atribuídos à cidade onde o estava sediado na época da conquista.

Referências

  1. a b c d e Sandra Letícia Ferreira Magalhães (dezembro de 2008). «Memória, Futebol e Mulher: Anonimato, Oficialização e seus reflexos na capital paraense». Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2022 
  2. a b c d «Guia do Campeonato Paraense Feminino 2017». Cabanas em Campo. 14 de setembro de 2017. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  3. a b c Mateus Miranda (21 de maio de 2016). «Guia do Parazão Feminino. Conheça os times.». Leia Já. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  4. «Esmac e Paysandu fecham o campeonato paraense de futebol feminino decidindo o título da temporada». O Liberal. 15 de novembro de 2020. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 29 de janeiro de 2022 
  5. a b Letícia de Jesus Lima e Rhuan Monteiro Rodrigues (2017). «Futebol Feminino Paraense: Um estudo no Pinheirense Esporte Clube, em Icoaraci/Belém-PA» (PDF). Universidade do Estado do Pará. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 6 de julho de 2024 
  6. «Tuna Luso vence Madre Celeste e conquista o Parazão Feminino». GloboEsporte.com. 27 de janeiro de 2014. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  7. «Meninas do Madre Celeste conquistam o Campeonato Paraense». GloboEsporte.com. 23 de dezembro de 2012. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  8. «Esmac é acusada de irregularidade». Diário Online. 28 de dezembro de 2012. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  9. Tylon Maués (18 de novembro de 2020). «Esmac goleia Paysandu e mantém hegemonia no Parazão feminino». Diário Online. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  10. «Madre Celeste goleia Paysandu e conquista o hexacampeonato paraense feminino». GloboEsporte.com. 17 de novembro de 2020. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de junho de 2023 
  11. Beatriz Reis e Andreia Espírito Santo (17 de novembro de 2020). «Esmac goleia o Paysandu na final e conquista o pentacampeonato do Parazão de futebol feminino». O Liberal. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2020 
  12. «Pinheirense conquista o Paraense Feminino de 2015». Confederação Brasileira de Futebol. 4 de novembro de 2015. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  13. Luiz Guilherme Ramos (23 de janeiro de 2022). «Remo conquista Campeonato Paraense de futebol feminino 2021». O Liberal. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 23 de abril de 2022 
  14. «Remo conquista o Bicampeonato Feminino». Federação Paraense de Futebol. 20 de dezembro de 2022. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 31 de maio de 2023 
  15. «Clube do Remo é o grande campeão do Parazão Feminino de 2023». Federação Paraense de Futebol. 13 de dezembro de 2023. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 14 de dezembro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]