Campo de Santana (Rio de Janeiro) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Campo de Santana
Campo de Santana (Rio de Janeiro)
Monumento ao líder republicano brasileiro Benjamin Constant no centro da praça
Localização Rio de Janeiro, RJ
 Brasil
Tipo Área verde urbana
Inauguração 1880
Administração Fundação Municipal Parques e Jardins (Secretaria de Meio Ambiente)
Campo de Santana em pintura de Franz Josef Frühbeck de 1818
Desenho de 1856 retratando a antiga câmara municipal, que se localizava na praça

O Campo de Santana, também conhecido como Praça da República, é um parque localizado no Centro do município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. O nome da praça é uma referência ao fato de ela se localizar nas proximidades de onde ocorreu a proclamação da República do Brasil em 1889.

Nos tempos coloniais, a área não urbanizada da cidade, antes da zona rural, "semeada de charcos, brejos e alagados"[1] era conhecida como "Campo da Cidade", mais tarde "Campo de São Domingos". Com a urbanização desse vasto campo, restaram como áreas livres o Rossio Grande (Praça Tiradentes), Largo de São Francisco de Paula e Campo de Santana.

Vista do palacete do Campo de Santana na pintura Aclamação de D. Pedro I, de Félix-Émile Taunay, 1822. A pintura retrata o palacete do Campo de Santana em que o imperador e autoridades aparecem na varanda principal do andar térreo e o povo na praça durante o evento de aclamação em 12 de novembro de 1822.[2]

A denominação "Campo de Santana" originou-se em 1753 da igreja ali construída, local de grande afluência de devotos, que foi demolida em 1854 para dar lugar à primeira estação ferroviária urbana do Brasil, a Estação Dom Pedro II. Em 1941, no lugar da antiga estação, foi inaugurada a atual Estação Central do Brasil.

Projeto de ajardinamento do Campo da Aclamação (1872).

No seu entorno, foram erguidos importantes edifícios como: o Palácio do Conde dos Arcos (1819), que foi sede por cem anos do Senado brasileiro, hoje o prédio abriga a Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, o prédio do Comando do Exército (1811), a sede da Prefeitura, a sede do corpo de bombeiros, a Escola Municipal Rivadávia Correia, a Casa da Moeda do Brasil (1863) - atual Arquivo Nacional, a Rádio MEC, e a Igreja de São Gonçalo Garcia e São Jorge.

A região foi palco de momentos marcantes da história do país, como a aclamação do imperador Pedro I do Brasil, a Proclamação da República Brasileira (a casa de Deodoro da Fonseca ficava em frente ao Campo de Santana) e os protestos da Revolta da Vacina.

Estrutura atual

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Em 1942, com a construção da Avenida Presidente Vargas, que derrubou algumas das construções do entorno, a praça foi dividida em duas. Do lado do Palácio Duque de Caxias, reconstrução do Comando do Exército datada de 1937 e sede do Comando Militar do Leste do Exército brasileiro, foi construído o Panteão Duque de Caxias. Em todos os desfiles das comemorações da Independência do Brasil, alí é montado o palanque das autoridades. No lado oposto, ficam os jardins do Campo de Santana, grande passeio público arborizado e urbanizado no início do século XIX. A sua reforma iniciou-se em 1873 e foi completada em 1880, seguindo projeto do paisagista francês Auguste François Marie Glaziou. Na área, é possível encontrar diversas espécies de animais, como cutias, gansos, patos-do-mato e pavões.[3]

Atualmente, a praça encontra, em suas extremidades, as ruas que dão fim à rua da alfândega, a rua Frei Caneca (em frente ao Quartel-central do Corpo de Bombeiros), a rua Moncorvo Filho (próximo ao campus da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ), além da Avenida Presidente Vargas.

O parque foi tombado, em 1968, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) e, em 2012, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também anunciou o tombamento do parque.

Existem cerca de 13 monumentos listados pela Secretaria de Urbanismo.[4] Os monumentos possuem homenagens a famosos como Benjamim Constant, Catulo da Paixão Cearense e Vicente Celestino, ao povo brasileiro e as estações do ano.

As Quatro Estações

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As quatro estações são de autoria de Paul Jean Baptista Gasq (inverno e verão) e Gustave Frédéric Michel (outono e primavera). Todas foram inauguradas em 1906.

É uma escultura neoclássica de um homem em mármore, protegendo os olhos do sol.

É uma escultura de uma mulher olhando em direção a uma cesta de vime cheia de frutas.

Trata-se de uma peça em mármore de carrara de um homem idoso, encolhido e coberto por um refinado planejamento da cabeça aos pés.

É uma escultura representando uma mulher com movimentos leves e um pequeno sorriso segurando um arranjo de flores.

Luta Desigual

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Trata-se de grupo escultórico que representa o combate entre um homem e um felino. O conjunto está sobre uma pedra de rocaille, um dos elementos criados pelo paisagista francês Auguste Marie Glaziou. Foi criada por L. Despres. Não possui data certa de inauguração, mas a data provável de 1888.

Pescador Napolitano

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Escultura de um menino brincando com uma tartaruga em mármore. Esta peça é uma cópia da que foi apresentada no Salão de Paris em 1831. O original está no museu do Louvre.

Criada por François Rude. Não se sabe quando foi trazida para o Brasil e colocado no Campo de Santana.

Pontes de Rocailles

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Trata-se de duas pontes de rocailles (argamassa decorada) imitando grande troncos de árvores. Criada pelo artista Glaziou, foi inaugurada em 1888.

De autoria desconhecida, trata-se de quatro quiosques de madeira, um dos poucos exemplares dos antigos quiosques que existiram nas ruas da Cidade, implantados pelo prefeito Pereira Passos para venda de pequenas mercadorias.

Conjunto de 4 fontes, inaugurada em 1888, por Mathurin Moreau. Trata-se de um busto representando uma jovem figura feminina, em ferro fundido das Fundições de Val d´Osne, fixado em uma fonte stela também em ferro, de onde, através de uma bica, jorra água. São atualmente quatro peças no centro do parque.

Benjamim Constant

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Feita por Décio Vilares e Eduardo de Sá, foi inaugurada em 14 julho de 1926.

O monumento apresenta diversos fatos históricos ligados à pátria e humanidade. No alto, a figura da Humanidade, no centro, a figura de Benjamim Constant e a esposa trazendo a bandeira republicana. O Monumento foi oferecido à cidade pelo Sr. Amaro da Silveira.

Vicente Celestino 

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Trata-se de representação da cabeça de fisionomia de Vicente Celestino, um agradecimento ao povo carioca. Foi inaugurada em 4 de agosto de 1970. A autoria é de Tito Bernucci.

Catulo da Paixão Cearense

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Trata-se de representação da cabeça de fisionomia de Sinhô, um agradecimento ao povo carioca. Foi inaugurada junto com o monumento Vicente Celestino em 4 de agosto de 1970, também escultura de Tito Bernucci.

É uma escultura de ferro fundido das Fundições do Val d´Osne, França. A peça é da figura de uma sereia segurando em uma das mãos um peixe, de onde jorra água. Feita por Provin Serres, foi, provavelmente, inaugurada junto com o parque em 1888. 

Peças Desaparecidas

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Consta-se que parte das esculturas estão faltando partes como no monumento erguido em homenagem a Benjamim Constant, onde falta algumas peças de bronze.

Animais do Campo de Santana

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O parque abriga animais como patos-do-mato, gansos, pavões, cutias. Em 2012, a maioria dos gatos foram transferido ao Gatil São Francisco de Assis a pedido de voluntários que os alimentavam ao Prefeito Eduardo Paes. O Gatil é mantido pela Prefeitura do Rio de Janeiro, com o argumento de que estariam mais protegidos. Porém, devido a quantidade de abandono, já se chegou ao mesmo número no Campo de Santana.

Ainda desconhecido de parte da população é o fato do parque ter sido palco de muitas touradas. Elas eram populares por aqui até que, em 1907, foram proibidas por um decreto do prefeito Sousa Aguiar. Encerrou-se assim prática que existia desde o século XVIII.[5][6]

Moradores de rua e usuários de drogas

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O parque também é reduto de pessoas em situação de rua e de usuários de drogas, resultado da desigualdade social na cidade, o que gera queixas de parte dos seus frequentadores. Infelizmente o parque é considerado um dos logadouros mais perigosos do Centro da cidade devido o grande número de assaltos que ocorrem dentro dele.[7]

Referências

  1. Vivaldo Coaracy, Memórias da Didade do Rio de Janeiro.
  2. História do Brasil. Vol. I, Rio de Janeiro; Bloch Editores, 1972
  3. http://chc.cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/dezembro/de-volta-ao-lar
  4. Secretária Municipal de Urbanismo. «Monumentos da Cidade» 
  5. «Afinal, o que é o esporte?». FAPERJ. Consultado em 16 de dezembro de 2021 
  6. http://www.aarffsa.com.br/noticias/31071034.html
  7. O Globo: Rio. Disponível em http://oglobo.globo.com/rio/campo-de-santana-vira-abrigo-de-moradores-de-rua-usuarios-de-drogas-2758178. Acesso em 15 de agosto de 2013.

Ligações externas

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