Canaranges (título) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Canaranges (em grego: χαναράγγης) ou Kanarang era um título exclusivo do exército sassânida, dado ao comandante da província fronteiriça de Abarxar (que englobava as cidades de Tus, Nixapur e Abiuarde). É frequentemente usado, por exemplo por Procópio, em vez do nome real do titular.[2]
O título foi usado ao invés do mais convencional marzobã, que foi mantido pelos demais governadores fronteiriços. Como o marzobã, a posição era hereditária. A família que reteve-o (a Canaranguiã) é atestada pela primeira vez sob Isdigerdes I (r. 399–420) e descendia de alguma dinastia pré-sassânida, provavelmente parta. Eles gozavam de grande prestígio e grande autoridade nas fronteiras nordeste do Império Sassânida, como refletido em sua descrição glorificada no Épica dos Reis do grande poeta persa Ferdusi.[2][3] E estiveram entre as grandes famílias que depuseram o último poderoso xá sassânida Cosroes II (r. 590–628) em 628.[4]
A família foi ativa até o fim do Estado sassânida. Um homem chamado Canara em fontes árabes comandou a cavalaria ligeira persa na decisiva Batalha de Cadésia, e seu filho, Xariar ibne Canara, é registrado como tendo lutado bravamente antes de morrer.[5] A família é registrada depois auxiliando na conquista muçulmana do Coração por Abedalá ibne Amir, e sendo recompensada com o direito de reter a província de Tus e metade da de Nixapur sob seu controle.[6] Foram finalmente desalojados pelo oficial militar árabe Humaide ibne Cataca, provavelmente durante o governo do último no Coração no reinado do califa Almançor (r. 754–775).[7]
Titulares conhecidos
[editar | editar código-fonte]- Gusanastades, entre 484-488[8]
- Adergudunbades, entre 488-541[9]
- Varrames, de 541[10]
- Canara, atestado entre 628-652[11]
Referências
- ↑ «stamp-seal; bezel». Museu Britânico
- ↑ a b Houtsma 1983, p. 975.
- ↑ Pourshariati 2008, p. 266–267.
- ↑ Pourshariati 2008, p. 155, 173.
- ↑ Pourshariati 2008, p. 232–233, 269.
- ↑ Pourshariati 2008, p. 272, 275–276.
- ↑ Crone 2012, p. 33–34.
- ↑ Pourshariati 2008, p. 267–268.
- ↑ Pourshariati 2008, p. 268–269.
- ↑ Pourshariati 2008, p. 269.
- ↑ Pourshariati 2008, p. 173; 272, 275–276.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Crone, Patricia (2012). The Nativist Prophets of Early Islamic Iran: Rural Revolt and Local Zoroastrianism. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 9781139510769
- Houtsma, Martijn Theodoor (1983). E.J. Brill's first encyclopaedia of Islam 1913-1936, Volume VIII. Leida e Nova Iorque: BRILL. ISBN 90-04-09794-5
- Pourshariati, Parvaneh (2008). Decline and Fall of the Sasanian Empire: The Sasanian-Parthian Confederacy and the Arab Conquest of Iran. Nova Iorque: IB Tauris & Co Ltd. ISBN 978-1-84511-645-3