Candombe – Wikipédia, a enciclopédia livre
O candombe e o seu espaço sociocultural: uma prática comunitária | |
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Património Cultural Imaterial da Humanidade | |
Candombe no Uruguai | |
País(es) | Uruguai |
Domínios | Artes cénicas Técnicas artesanais tradicionais Usos sociais, rituais e atos festivos |
Referência | en fr es |
Região | LCA |
Inscrição | 2009 (4.ª sessão) |
Lista | Lista Representativa |
Candombe | |
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"Candombe", de Pedro Figari (1861-1938) | |
Origens estilísticas | África Austral |
Contexto cultural | Escravidão negra na América do Sul |
Instrumentos típicos | tambores. |
Popularidade | Mundo inteiro, mais popular no Uruguai |
Subgêneros | |
Candombe Beat, Candombe Rock, Candombe Jazz | |
Gêneros de fusão | |
Candombe rap | |
Formas regionais | |
Uruguai - Argentina - Estados Unidos - Espanha - Austrália |
O candombe é uma dança com atabaques típica da América do Sul.[1][2] Tem um papel significativo na cultura do Uruguai dos últimos duzentos anos. Foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. É uma manifestação cultural originada a partir da chegada dos escravos da África ao continente sul-americano. Em menor medida, existem manifestações de candombe no Brasil e Argentina. Na Argentina, pode ser encontrado em Buenos Aires, Santa Fé, Paraná, Salta e Corrientes. No Brasil, ainda mantém seu caráter religioso: vemo-lo no Estado de Minas Gerais.
O candombe foi integrado pela UNESCO na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade em 2009.[3]
História
[editar | editar código-fonte]O candombe teria surgido no Uruguai, ainda no século XVIII, a partir da mistura dos ritmos africanos trazidos ao Rio da Prata pelos escravos. A partir de 1750, com o início do tráfico de escravos para o Uruguai, então colônia espanhola, Montevidéu passou a receber levas contínuas de africanos de diversas regiões, sobretudo da África Oriental e África Equatorial. Tal afluxo de escravos fez com que, no início do século XIX, a população negra de Montevidéu excedesse os 50 por cento da população da cidade.
O termo candombe, a princípio, referia-se genericamente às danças praticadas pelos negros no Uruguai. Com o tempo, passou a designar o ritmo musical, calcado sobretudo nos tambores - chamados de tangó ou tambó, nome também usado para designar o lugar onde realizavam suas candomberas e a própria dança. Essas manifestações culturais a céu aberto chegaram a ser reprimidas pelas autoridades no século XIX, e, por muito tempo, foram realizadas apenas em ambientes fechados, em clubes secretos organizados pelos africanos e afrodescendentes.
Descrição
[editar | editar código-fonte]O candombe, na atualidade, é executado por três tipos distintos de tambores - tambor piano, tambor chico e tambor repique -, que são denominados, em conjunto, como cuerda. No Carnaval uruguaio, formam-se agrupamentos musicais chamados de comparsas, que saem às ruas acompanhados por multidões de dançarinos e populares. O cortejo é conduzido pelo escobero, em geral um jovem que tem a função de arauto; o mestre dos tambores é conhecido como gramillero, sempre acompanhado de sua mama vieja - uma mulher vestida de trajes coloridos e com um leque à mão.
Na capital uruguaia Montevidéu, os bairros "Sur" e "Palermo" são conhecidos como berços do candombe, cada um com seu ritmo característico: o ritmo "Cuareim" no primeiro e o "Ansina" no segundo.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]"Candombe" é originário de termo quimbundo kandombe.[1]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b CUNHA, A. G. Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1982. p. 146.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 334.
- ↑ UNESCO. «El candombe y su espacio sociocultural: una práctica comunitaria». Consultado em 21 de janeiro de 2019