Carlos VI do Sacro Império Romano-Germânico – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Este artigo é sobre o Imperador Romano-Germânico. Se procura outros significados, veja Carlos VI.
Carlos VI
Carlos VI do Sacro Império Romano-Germânico
Arquiduque da Áustria
Rei da Hungria, Croácia e Boêmia
Reinado 17 de abril de 1711
a 20 de outubro de 1740
Antecessor(a) José I
Sucessora Maria Teresa
Imperador Romano-Germânico
Reinado 12 de outubro de 1711
a 20 de outubro de 1740
Coroação 22 de dezembro de 1711
Predecessor(a) José I
Sucessor(a) Carlos VII
Rei da Sardenha
Reinado 7 de março de 1714
a 17 de março de 1720
Predecessor(a) Filipe V
Sucessor(a) Vítor Amadeu II
Rei de Nápoles
Reinado 7 de março de 1714
a 15 de maio de 1734
Predecessor(a) Filipe V
Sucessor(a) Carlos VII
Rei da Sicília
Reinado 17 de fevereiro de 1720
a 2 de setembro de 1734
Predecessor(a) Vítor Amadeu II
Sucessor(a) Carlos V
 
Nascimento 1 de outubro de 1685
  Palácio de Hofburg, Viena, Áustria, Sacro Império Romano-Germânico
Morte 20 de outubro de 1740 (55 anos)
  Palácio Augarten, Viena, Áustria, Sacro Império Romano-Germânico
Sepultado em Cripta Imperial, Viena, Áustria
Nome completo  
Karl Franz Joseph Wenzel Balthasar Johann Anton Ignaz von Österreich
Esposa Isabel Cristina de Brunsvique-Volfembutel
Descendência Leopoldo João da Áustria
Maria Teresa da Áustria
Maria Ana da Áustria
Maria Amália da Áustria
Casa Habsburgo
Pai Leopoldo I do Sacro Império Romano-Germânico
Mãe Leonor Madalena de Neuburgo
Religião Catolicismo

Carlos VI (Viena, 1 de outubro de 1685 – Viena, 20 de outubro de 1740) foi o Imperador Romano-Germânico, Arquiduque da Áustria e Rei da Hungria, Croácia e Boêmia de 1711 até sua morte.[1] Ele também foi em diferentes momentos Rei da Sardenha, Rei de Nápoles e Rei da Sicília, além de soberano de outros territórios. Era filho do imperador Leopoldo I e sua terceira esposa Leonor Madalena de Neuburgo.

Educado por Antônio Floriano de Liechtenstein, foi o herdeiro contratado pelos Habsburgos espanhóis, ramo em extinção. Carlos II da Espanha fez seu herdeiro o duque de Anjou, que subiu ao trono espanhol como Filipe V, violando o contrato. A guerra pela coroa levou à Guerra da Sucessão Espanhola, nos anos finais do Século XVII.

Carlos chegou a Portugal, como arquiduque pretendente ao trono espanhol, em março de 1704. Foi recebido com muitos agasalhos: declaração de guerra à Espanha. Havia entretanto desordem, bulhas, anarquia nas tropas, rivalidade entre os comandantes. Desde 1674, D. Pedro II de Portugal não convocara mais as Cortes Gerais — instituição que outrora representara a nação perante o rei —, uma consequência do absolutismo. O pretendente veio na armada do almirante Rook, usando nome de Carlos III da Espanha. Um mês depois Filipe d'Anjou iniciou hostilidades contra Portugal, ocorrendo as primeiras investidas na Beira e no Alentejo. A invasão continuou até o exército português criar, em território espanhol, uma segunda frente, o que significava encontrar-se completo o exército, com auxiliares neerlandeses, comandados pelo barão Fagel, e ingleses chefiados pelo Conde de Galloway.[2]

Como seu irmão, o imperador José I morrera subitamente, Carlos retorna à Áustria, assume o trono austríaco e, em 1711, é eleito imperador romano-germânico em Frankfurt.

Embora com pouco talento político, em seu reinado a Áustria atinge sua maior expansão. Talvez em consequência dos anos que passara na Espanha, introduziu na corte de Viena o cerimonial espanhol (Spanisches Hofzeremoniell) e mandou construir a famosa Escola Espanhola de Equitação. Além do mais, construiu em seu reinado o Reichskanzlei ("chancelaria do Estado") e a Biblioteca Nacional. Agregou também ao palácio de Hofburgo a ala Michaeler. Muitos dos prédios barrocos atualmente existentes em Viena foram construídos em seu reinado.

Carlos VI
por Johann Gottfried Auerbach

Tinha ambições musicais. Em menino, recebeu lições de Johann Joseph Fux, de modo que compunha e tocava cravo e piano e por vezes se animou a reger a orquestra real.

Tendo apenas duas filhas (do casamento com Isabel Cristina de Brunsvique-Volfembutel) e não herdeiros varões, preparou cuidadosamente a Pragmática Sanção de 1713, pela qual declarou que seu reino não poderia ser dividido, e filhas mulheres poderiam também herdar o trono paterno.

Quando morreu, teve lugar a Guerra de Sucessão Austríaca. Por fim, a Pragmática Sanção predominou, e sua filha Maria Teresa o sucedeu como Rainha da Hungria e da Boêmia e Arquiduquesa de Áustria embora, sendo mulher, não tivesse sido eleita para o Sacro Império Romano, o qual foi assumido por Carlos VII.

Depois de Carlos VII, porém, o marido de Maria Teresa, Francisco III, duque da Lorena, foi eleito Imperador como Francisco I, assegurando a continuação da linha dos Habsburgo.

Referências

  1. Maltby; Hause (2000). Ie Ess West Civil W/Sty Tips (em inglês). Belmont: Wadsworth. p. 360 
  2. Cerisier, Antoine Marie. Tableau de l'histoire générale des Provinces-Unies. Volume 9. Utrecht : J. Van Schoonhoven & Comp., 1777.
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Precedido por
José I
Imperador romano-germânico
17111740
Sucedido por
Carlos VII
Precedido por
José I
Rei da Hungria
17111740
Sucedido por
Maria Teresa
Precedido por
Carlos I
Duque de Parma e Placência
17351740
Sucedido por
Maria Teresa da Áustria