Casa Forte (Recife) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Casa Forte
  Bairro do Brasil  
Localização do bairro de Casa Forte na cidade do Recife
Localização do bairro de Casa Forte na cidade do Recife
Localização do bairro de Casa Forte na cidade do Recife
Localização
Coordenadas
Unidade federativa Pernambuco
Zona Norte
Região administrativa RPA 3, Microrregião: 3.1
Distrito RPA 3
Município Recife
História
Criado em 1537
Características geográficas
Área total 57,1 ha
População total (2000) 4,475 hab.
Densidade 78,38 hab./km²
Outras informações
Taxa de crescimento 0,11
Domicílios 1.288
Rendimento médio mensal 4.002,59 (2.º)(2000)
Limites Poço da Panela,Casa Amarela, Santana e Parnamirim

Casa Forte é um bairro nobre da cidade brasileira do Recife, no estado de Pernambuco. Está localizado na Zona Norte da capital pernambucana.

Sua população é de 4.475 habitantes, numa área de 57,1 hectares. A densidade demográfica é de 78,38 habitantes/ha. No ano 2000, possuía a segunda maior renda per capita do Recife, R$ 4.002,59 — atrás apenas do bairro da Jaqueira.[1] Hoje seu IDH está em 0,947.[2]

O nome do bairro tem origem na Casa-forte de Dona Anna Paes.

O bairro foi inicialmente habitado pelos trabalhadores de um engenho de cana-de-açúcar do século XVI, propriedade de Diogo Gonçalves. O engenho foi construído em terras doadas por Duarte Coelho. As construções típicas do engenho - casas e senzala, capela e sede - foram erguidas num local denominado Campina de Casa Forte (local onde hoje é a Praça de Casa Forte, projetada por Burle Marx).

Teve vários proprietários sendo chamado sucessivamente de Jerônimo Gonçalves, Isabel Gonçalves, Dona Anna Paes, Tourlon, Nassau, de With, até receber o nome em vigor em 1645, por ocasião da Batalha de Casa Forte, travada entre holandeses e pernambucanos insurretos. Para lembrar o feito foi afixada uma placa com a seguinte inscrição:

Com a vitória pernambucana, o engenho foi rebatizado como Casa Forte. O engenho era movido a animais e ficava situado na margem esquerda do Rio Capibaribe, no local depois chamado de Santana, onde era depositado o açúcar fabricado e depois transportado pelo rio para o mercado do Recife. As casas do engenho com sua capela contígua, sob a invocação de Nossa Senhora das Necessidades, ficavam numa grande praça vulgarmente chamada Campina de Casa Forte, hoje Praça de Casa Forte.

Em meados de 1810, o engenho foi comprado por José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, que ficou conhecido como o padre Roma, uma das figuras da revolução republicana de 1817. O novo proprietário demoliu a velha casa-grande, construindo no mesmo local uma outra vivenda, mas que depois também ficou abandonada. Em 1907, o imóvel foi adquirido pelas irmãs francesas da Congregação da Sagrada Família que, após uma grande reforma, ali instalaram um colégio para moças em 1911.

A antiga capela do engenho, construída em 1672, também ficou em ruínas, a ponto de ter suas imagens depositadas na matriz de Nossa Senhora da Saúde, do Poço da Panela, de 1865 até 1909, quando foi feita a restauração daquela igreja. Em outubro de 1911, depois de reconstruído, o templo foi sagrado como Igreja-Matriz da paróquia de Casa Forte, sob a invocação do Sagrado Coração de Jesus.

Casa Forte é um dos bairros mais arborizados do Recife. Ainda conserva alguns antigos casarões, como o prédio "velho" (ex-Hospital Magiot), na Av. 17 de Agosto, 2187, que pertenceu a Francisco Ribeiro Pinto Guimarães e onde funciona hoje a sede da Fundação Joaquim Nabuco e alguns dos seus órgãos como o Museu do Homem do Nordeste e o Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte (Laborarte).[4] Na verdade essas edificações se situam, segundo a prefeitura, no bairro do Poço da Panela. A rica história do bairro se faz presente ainda hoje - entre as construções antigas preservadas, a Igreja Matriz de Casa Forte, de 1865 e os antigos casarões estão entre os de maior valor histórico e arquitetônico. Num destes casarões está sediada a Fundação Joaquim Nabuco(que na verdade, está localizada no Poço da Panela. Sua principal artéria, a Avenida Dezessete de Agosto, é uma homenagem ao dia dessa vitória dos pernambucanos sobre os holandeses. Em frente à igreja fica a Praça de Casa Forte, cujo projeto paisagístico é do arquiteto Burle Marx e onde podem ser encontradas várias espécies de plantas tropicais, inclusive algumas da Amazônia, como a vitória-régia.Anualmente, no mês de novembro, a paróquia de Casa Forte, comandada pelo Cônego Edwaldo Gomes desde 1970 até sua morte, em 2017, realiza na área da Praça a Festa da Vitória Régia, muito conhecida e frequentada pelos moradores do bairro e pelos recifenses em geral.

  • BRAGA, João. Trilhas do Recife: guia turístico, histórico e cultural. [S. l. : s. n..], 2000. p. 155-157.
  • FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife. Recife: Governo de Pernambuco. SEC, 1977. p. 283-285.
  • GUERRA, Flávio. Velhas igrejas e subúrbios históricos. Recife: Prefeitura Municipal, [19--?]. p. 241-248.
  • PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Arredores do Recife. 2. ed. autônoma. Apresentação e organização de Leonardo Dantas Silva. * Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 2001. p. 34-39.
  • ROCHA, Tadeu. Roteiros do Recife (Olinda e Guararapes). 4. ed. [Recife: s. n.], 1970. p. 83.

Referências

  1. Dados do Censo IBGE 2000)
  2. «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.pnud.org.br 
  3. Memória do Inst. Arch. e Geogr. Pernambucano, em 1918.
  4. «Casa Forte (bairro, Recife)». basilio.fundaj.gov.br 

Ligações externas

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