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Colen Campbell
Nascimento 15 de junho de 1676
Castelo Brodie
Morte 13 de setembro de 1729 (53 anos)
Londres
Cidadania Reino da Escócia
Alma mater
Ocupação arquiteto, escritor
Obras destacadas Mereworth Castle

Colen Campbell (Castelo Brodie, 15 de junho de 1676 - Londres, 13 de setembro de 1729) foi um arquiteto e escritor da Escócia, atuante na Inglaterra e um dos primeiros defensores do palladianismo nas ilhas britânicas.

Estudou Direito na Universidade de Edimburgo e foi admitido como advogado na Escócia no ano de 1702, mas decidiu dedicar-se à Arquitetura. [1] Sua obra teórica mais importante foi Vitruvius Britannicus, or the British Architect, publicada em três volumes entre 1715 e 1725, um compêndio ilustrado de projetos de vários arquitetos ingleses, especialmente de Inigo Jones e Christopher Wren. Na obra ele condenava os excessos do Barroco e propunha um modelo classicista. A publicação foi um grande sucesso, tornando-se uma das bíblias do palladianismo britânico, sendo largamente divulgado também nos Estados Unidos ao longo do século XVIII.[2][3] A partir dali se tornou um protegido de Lord Burlington, um dos maiores patronos da arte e arquitetura de seu tempo.

Vitruvius Britannicus

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Folha de rosto do Vitruvius Britannicus, vol. I.

O Vitruvius Britannicus (publicado entre 1715 e 1725) é uma coletânea de ilustrações e análises arquitetônicas de obras concebidas na Grã-Bretanha, sendo um dos mais importantes trabalhos desde a publicação do First and Chief Groundes de John Shute.[2] Em seus três volumes, Campbell representa com clareza fachadas, plantas baixas e cortes de diversas residências, edificações públicas e jardins, formando uma espécie de catálogo de referências. A obra é considerada um manifesto do palladianismo e um dos mais importantes veículos para a disseminação desse estilo, em especial nos Estados Unidos e na própria Inglaterra.[4][3] A prática de publicar álbuns de estampas de arquitetura a fim de divulgar projetos era comum pela Europa e o Vitruvius Britannicus é considerado um dos primeiros do gênero publicados no seu país.[3]

A coletânea foi elaborada a partir das ilustrações feitas exclusivamente por Campbell, responsável por preparar todas as páginas - desde o conteúdo ao layout - e repassá-las aos gravadores para que fossem impressas por meio da calcografia. Os desenhos eram esboçados a grafite, finalizados com tinta preta e depois recebiam marcas - como riscos discretos e pinturas em certas áreas com tinta diluída - para sinalizar ao gravador onde a imagem deveria ser sombreada.[5] O Vitruvius Britannicus era uma obra valiosa e adquirida por uma lista de assinantes pertencentes a alta sociedade britânica antes de ter seus exemplares confeccionados e esperava-se que fossem da mais alta qualidade e exatidão, uma vez que seriam utilizados para consulta e coleção.[5] Dessa forma, para a impressão das imagens, foi escolhida uma prensa feita a partir de chapas de cobre, um material que proporcionava grande precisão dos traços e permitia que pequenos erros fossem corrigidos. Ao decorrer das publicações, pelo menos quatro gravadores foram responsáveis por imprimir as ilustrações: John Sturt e George Bickham foram responsáveis pelas folhas de rosto e Henry Hulsberg - profissional bastante renomado na área - foi o encarregado pelo segundo e pelo terceiro volume. O gravador da primeira publicação nunca foi creditado.[5]

Em sua introdução, Campbell comenta sobre os arquitetos italianos, exaltando a obra de Palladio - uma admiração que é notável em todo o Vitruvius Britannicus. Além disso, o autor busca enaltecer a arquitetura britânica e os talentosos projetistas nacionais. Esse breve texto é seguido por explicações de cada gravura e suas respectivas páginas, expressando um pouco de sua opinião sobre os projetos -com a exceção dos trabalhos de sua própria autoria - e discorrendo sobre a técnica dos arquitetos. No início das publicações também é inclusa a lista de assinantes de cada volume. Em seguida, as imagens são dispostas cada uma em apenas uma folha, acompanhada de uma legenda. Nota-se que maioria das gravuras demonstra casas de campo, ocupando mais de metade das páginas do catálogo. [2]De todas as estampas, cerca de 23% representa os projetos do próprio Campbell, acompanhados de elogios aos seus clientes e patrocinadores a fim de divulgar seu trabalho como arquiteto que havia começado há poucos anos antes do primeiro volume ser distribuído.[2][5] Ademais, a maioria das construções apresentadas são concepções de Inigo Jones, John Webb e Christopher Wren, além de outros projetistas conhecidos na época que também eram influenciados pela obra de Palladio. É evidente, entretanto, a ausência de projetos feitos por James Gibbs (outro arquiteto importante no momento) devido a uma certa rivalidade entre ambos projetistas escoceses. [2][3][5]

Outra característica notável do Vitruvius Britannicus é a imprecisão de alguns desenhos. Esses desvios não são considerados erros ou alguma manipulação arbitrária do próprio autor, mas resultados do objeto de estudo de Campbell: ele não visitava os sítios e analisava as obras construídas, apenas representava as ilustrações fornecidas pelos próprios arquitetos.[5] Esse fato levou à criação de gravuras que não condiziam com a realidade, com exceção dos edifícios do próprio autor.[5]

A publicação dos volumes influenciou a arquitetura norte americana e a britânica nos anos seguintes, em especial em um momento em que o nacionalismo na Inglaterra crescia. [2][5]O Vitruvius Britannicus é um produto de tal período, apreciando os talentos da Grã-Bretanha na época, além de criticar um pouco a arquitetura estrangeira, como o estilo Barroco que estava presente na França.[2][3][5]

Principais projetos

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Fachada Sul da Stourhead House, desenhada por Colen Campbell. Gravura impressa no Vitruvius Britannicus.
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Referências

  1. Colin, Howard (2008). A Biographical Dictionary of British Architects: 1600-1840, 4th edn. [S.l.]: London and New Haven: Yale University Press 
  2. a b c d e f g Rumble, Lucy Elisabeth (2001) Of good use or serious pleasure : Vitruvius Britannicus and early eighteenth century architectural discourse. PhD thesis, University of Leeds.
  3. a b c d e Connor, T. P. (1977). «The Making of 'Vitruvius Britannicus'». Architectural History. 14 páginas. doi:10.2307/1568348. Consultado em 5 de maio de 2022 
  4. Summerson, John (1954). Architecture in Britain, 1530 to 1830. [S.l.]: Penguin Books 
  5. a b c d e f g h i O'Hara, Joanne Erin (2010) Colen Campbell and the Preparatory Drawings for Vitruvius Britannicus . PhD thesis, University of York.