Comando da Área do Norte da RAAF – Wikipédia, a enciclopédia livre
Comando da Área do Norte | |
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Comandos de Área da RAAF em Fevereiro de 1940 | |
País | Austrália |
Corporação | Real Força Aérea Australiana |
Missão | Defesa aérea Reconhecimento aéreo Protecção das rotas marítimas |
Período de atividade | 1941–42 |
História | |
Guerras/batalhas | Segunda Guerra Mundial |
Comando | |
Comandantes notáveis | Frank Lukis (1941–42) |
Sede | |
Quartel-general | Townsville, Queensland |
O Comando da Área do Norte foi um de vários comandos geográficos criados pela Real Força Aérea Australiana durante a Segunda Guerra Mundial. Foi criado em Maio de 1941 e cobria todo o norte da Austrália e do Território de Papua. Com quartel-general em Townsville, Queensland, o Comando da Área do Norte era responsável pela defesa aérea, reconhecimento aéreo e protecção das rotas marítimas dentro das suas fronteiras. Em Janeiro de 1942, após a eclosão da Guerra do Pacífico, foi dividido nos comandos Noroeste e Nordeste, de modo que fosse possível combater com maior eficácia as ameaças japonesas ao norte da Austrália e de Papua, respectivamente.
História
[editar | editar código-fonte]Antes da Segunda Guerra Mundial a Real Força Aérea Australiana era suficientemente pequena para que todos os seus elementos fossem controlados directamente pelo quartel-general da RAAF, em Melbourne. Após a guerra iniciar em Setembro de 1939, a força aérea começou a descentralizar a sua estrutura de comando, de acordo com os aumentos esperados em termos humanos, materiais e de unidades.[1][2] Entre Março de 1940 e Maio de 1941 a RAAF dividiu o território da Austrália e a Nova Guiné em quatro zonas de comando-e-controlo definidas em função da localização geográfica: o Comando da Área Central, o Comando da Área do Sul, o Comando da Área Ocidental e o Comando da Área do Norte.[3] As funções destes comandos eram a defesa aérea, a protecção de rotas marítimas adjacentes e reconhecimento aéreo. Cada uma era liderada por um Air Officer Commanding (AOC) responsável pela administração e operações de todas as bases e unidades aéreas dentro da sua área.[2][3]
O Comando da Área do Norte, com quartel-general em Townsville, Queensland, foi formado no dia 8 de Maio de 1941 sob a liderança do comodoro Frank Lukis, e controlava unidades no norte de Nova Gales do Sul, Queensland, Território do Norte e Papua.[3] Lukis foi, portanto, responsável pela defesa aérea ao longo de toda a costa norte da Austrália.[4] A principal base aérea no Território do Norte, a Base aérea de Darwin, foi reforçada por oito aeródromos satélites na região.[5] Entre Junho e Novembro de 1941 o Comando da Área do Norte assumiu a liderança na identificação de pescadores de pérolas japoneses, cuja crescente presença no noroeste da Austrália foi considerada "significativa" pelos serviços de inteligência.[6] Em Agosto o Comando da Área Central foi dissolvido e as suas responsabilidades divididas entre o Comando da Área do Norte, o Comando da Área do Sul e o recém-formado Grupo N.º 2 em Sydney.[7]
Em Dezembro de 1941 o poderio militar da linha da frente de Lukis no Território do Norte era composto pelo Esquadrão N.º 2 com aviões Lockheed Hudson, o Esquadrão N.º 12 com aviões CAC Wirraway, e o Esquadrão N.º 13 também com aviões Hudson; todas as unidades estavam estacionadas na Base Aérea de Darwin.[8] Quando a Guerra do Pacífico começou, os esquadrão n.º 2 e 13 destacaram forças para bases operacionais mais avançadas em Koepang, Laha e Namlea nas Índias Orientais Holandesas.[9] Os esquadrões n.º 11 e 20, que operavam hidroaviões PBY Catalina, foram colocados em Port Moresby em Papua e o Esquadrão N.º 24, com aeronaves Hudson e Wirraway, em Rabaul, na Nova Bretanha.[10] O Comando da Área do Norte foi instruído a "atacar as bases ou a navegação japonesas sempre que possível", "identificar e avisar sempre que possível qualquer tentativa de movimento para o sul pelos japoneses", "manter abertas as rotas de navegação através dos mares de Coral, Arafura e Timor", e "negar o acesso do inimigo a Rabaul e aos territórios da Nova Guiné, Papua e ao continente da Austrália".[8] Os esquadrões n.º 2, 11, 13, 20 e 24 realizavam missões de reconhecimento, patrulha marítima e bombardeamento esporádico contra alvos japoneses nas Índias Orientais Holandesas e no Estreito de Torres.[11] Com falta de caças modernos e número insuficiente de bombardeiros, as unidades da RAAF eram, de acordo com a história oficial da Austrália na guerra, "praticamente impotentes" para atacar ou defender contra as forças japonesas que se acumulavam na região.[12]
No dia 15 de Janeiro de 1942 o Comando da Área do Norte foi dividido no Comando da Área Noroeste e no Comando da Área Nordeste, de modo a combater as distintas ameaças japonesas a Lambon e Darwin no primeiro caso, e Rabaul e Port Moresby no último.[1][13] Lukis permaneceu em Townsville como AOC do novo Comando da Área Nordeste.[4][14] O outro comando, o da área noroeste, ficou com o quartel-general em Darwin, no Território do Norte; o seu AOC inaugural foi o comodoro Douglas Wilson.[14]
Pós-guerra
[editar | editar código-fonte]Após o cessar das hostilidades, o chefe do estado-maior aéreo, o vice-marechal do ar George Jones, propôs reduzir os cinco comandos existentes do continente australiano (Noroeste, Nordeste, Oriental, Sul e Ocidental) para três. Um deles teria sido o Comando da Área do Norte, que iria cobrir Queensland e o Território do Norte. O governo australiano rejeitou o plano e os limites dos comandos da guerra permaneceram essencialmente em vigor até serem substituídos em 1953 – 54 por um sistema de comando-e-controlo funcional composto por três comandos: Home (operacional), Treino e Manutenção.[15][16]
Referências
- ↑ a b Stephens, The Royal Australian Air Force, pp. 111–112
- ↑ a b «Organising for war: The RAAF air campaigns in the Pacific» (PDF). Pathfinder (121). Air Power Development Centre Arquivado em 2017-08-22 no Wayback Machine
- ↑ a b c Gillison, Royal Australian Air Force, pp. 91–92
- ↑ a b Stephens, The RAAF in the Southwest Pacific, pp. 37–38
- ↑ Gillison, Royal Australian Air Force, p. 126
- ↑ Gillison, Royal Australian Air Force, pp. 133–134
- ↑ Gillison, Royal Australian Air Force, p. 112
- ↑ a b Helson, The Forgotten Air Force, pp. 57–60, 118
- ↑ Helson, The Forgotten Air Force, pp. 65–67
- ↑ Gillison, Royal Australian Air Force, pp. 237–238
- ↑ Gillison, Royal Australian Air Force, pp. 240–242
- ↑ Gillison, Royal Australian Air Force, pp. 319–322
- ↑ Gillison, Royal Australian Air Force, p. 311
- ↑ a b Ashworth, How Not to Run an Air Force, pp. 302–304
- ↑ Helson, The Private Air Marshal, pp. 321–325
- ↑ Stephens, Going Solo, p. 68
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ashworth, Norman (2000). How Not to Run an Air Force! Volume One – Narrative. Camberra: RAAF Air Power Studies Centre. ISBN 0-642-26550-X
- Gillison, Douglas (1962). Australia in the War of 1939–1945: Series Three (Air) Volume I – Royal Australian Air Force 1939–1942. Camberra: Australian War Memorial. OCLC 2000369
- Helson, Peter (1997). The Forgotten Air Force: The Establishment and Employment of Australian Air Power in the North-Western Area, 1941–1945 (Masters)
- Helson, Peter (2010). The Private Air Marshal. Camberra: Air Power Development Centre. ISBN 978-1-920800-50-5
- Stephens, ed. (1993). The RAAF in the Southwest Pacific Area 1942–1945. Camberra: RAAF Air Power Studies Centre. ISBN 0-642-19827-6
- Stephens, Alan (1995). Going Solo: The Royal Australian Air Force 1946–1971. Camberra: Australian Government Publishing Service. ISBN 0-644-42803-1
- Stephens, Alan (2006) [2001]. The Royal Australian Air Force: A History. Londres: Oxford University Press. ISBN 0-19-555541-4