Compartilhamento nuclear – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Compartilhamento nuclear refere-se a política de compartilhar o controle de armas nucleares a estados que não as desenvolveram.[1] O termo é atualmente aplicado ao Programa de compartilhamento nuclear da OTAN, parte da política da OTAN na qual os Estados Unidos providencia controle parcial de suas armas nucleares em bases de países aliados da aliança.[1] Os países que hospedam as armas nucleares não as controlam em si, mas mantêm plataformas capazes de usar as armas nucleares (aviões F-16 e Panavia Tornado), mantêm consultas e e fazem decisões conjuntas com relação a política nuclear, além de realizarem treinamentos de ataque nuclear. De acordo com os EUA, em caso de guerra, o Tratado de Não Proliferação Nuclear já não estará controlando as ações, dessa forma esses países podem ser autorizados a utilizar essas armas.[2][3][4] Dessa forma, o Programa de Compartilhamento de Armas Nucleares da OTAN seria um controle indireto das armas e uma forma de contornar o Tratado de Não Proliferação Nuclear, ação que é contestada por países como a Rússia.[1]
Em 2005, 180 bombas termonucleares B61 das 480 armas nucleares que estão hospedadas em países europeus se enquadram dentro do Programa. Os países que aderem ao compartilhamento nuclear são a Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda e Turquia.[5] Em tempos de paz, as armas nucleares ficam protegidas em bases cooperadas pelos EUA e manejadas exclusivamente por membros da Força Aérea dos EUA; os códigos do link de ação permissiva necessários para armar as bombas também ficam sob custódia e controle dos Esquadrões de Suporte de Munição da USAF que cooperam as bases com os países hospedeiros, em casos de guerra as bombas seriam montadas nos vetores do país local.[6]
Oficiais no ocidente também acreditam que haja um Programa de Compartilhamento de Armas Nucleares entre a Arábia Saudita e Paquistão. Um oficial ocidental disse ao The Times que a Arábia Saudita poderia obter ogivas nucleares em pouco tempo (questão de dias) negociando com o Paquistão. O embaixador do Paquistão na Arábia Saudita Mohamed Naeem citou que "que o Paquistão considera a segurança da Arábia Saudita não só como uma questão diplomática ou interna, mas como algo pessoal", Naeem também disse que a liderança saudita considera os dois países como um só, e uma ameaça à Arábia Saudita, também é ao Paquistão.[7] Ambos os países negaram qualquer acordo ou compartilhamento de armas nucleares em vigor. [8] Fontes indicam que a Monarquia Saudita pagou até 60% do custo do Programa Nuclear do Paquistão, em retorno, o país teria a opção de comprar algumas ogivas.[9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Programa de Compartilhamento Nuclear da OTAN
- Compartilhamento nuclear (Arábia Saudita e Paquistão)
- Estados com armas nucleares
Referências
- ↑ a b c «Options for NATO Nuclear Sharing Arrangements» (PDF). NTI. Consultado em 19 de junho de 2018 line feed character character in
|titulo=
at position 12 (ajuda)l=yes}} - ↑ Cópia arquivada, consultado em 20 de junho de 2018, arquivado do original em 5 de janeiro de 2009
- ↑ Brian Donnelly, Cópia arquivada, Agency for the Prohibition of Nuclear Weapons in Latin America and the Caribbean, consultado em 20 de junho de 2018, arquivado do original em 5 de janeiro de 2009
- ↑ «232. Letter From the Under Secretary of State (Katzenbach) to Secretary of Defense Clifford - Tab A: Questions on the Draft Non-Proliferation Treaty Asked by U.S. Allies Together with Answers Given by the United States». Foreign Relations of the United States, 1964–1968, Volume XI, Arms Control and Disarmament. Office of the Historian, Department of State. 28 de abril de 1967. Consultado em 14 de agosto de 2017
- ↑ Hans M. Kristensen (fevereiro de 2005), U.S. Nuclear Weapons in Europe (PDF), Natural Resources Defense Council, consultado em 2 de abril de 2009
- ↑ Malcolm Chalmers and Simon Lunn (março de 2010), NATO’s Tactical Nuclear Dilemma, Royal United Services Institute, consultado em 16 de março de 2010.
- ↑ «Archived copy». Consultado em 10 de março de 2012. Arquivado do original em 13 de fevereiro de 2012
- ↑ «Saudi Arabia threatens to go nuclear if Iran does». Fox News. 10 de fevereiro de 2012
- ↑ Borger, Julian (11 de maio de 2010). «Pakistan's bomb and Saudi Arabia». The Guardian. London
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- U.S. Nuclear Weapons in Europe, Hans M. Kristensen, Natural Resources Defense Council, fevereiro de 2005
- NATO Nuclear Sharing and the NPT - Questions to be Answered, joint PENN/BASIC-BITS-CESD-ASPR Research Note 97.3, junho de 1997
- Questions of Command and Control: NATO, Nuclear Sharing and the NPT, PENN Research Report 2000.1, Martin Butcher et al., 2000
- Nuclear Sharing in NATO: Is it Legal?, Otfried Nassauer, Institute for Energy and Environmental Research, May 2001
- Questions of Command and Control: NATO, Nuclear Sharing and the NPT, Março de 2000
- NATO Nuclear Power Sharing and the NPT, Denise Groves, Centro de Informação de Berlim para Segurança Transatlântica 6 de agosto de 2000
- NATO's Positions Regarding Nuclear Non-Proliferation, Arms Control and Disarmament and Related Issues, NATO, Junho de 2005
- United States Air Forces in Europe - Munitions Support Squadron, GlobalSecurity.org
- Statement on behalf of the non-aligned state parties to the Treaty on the Non-Proliferation of Nuclear Weapons, 2 de maio de 2005
- Opposition to Nuclear Sharing Leads to Proposed Senate Amendment on NATO Expansion, British American Security Information Council, Maio de 1998
- NPT à la Carte? NATO and Nuclear Non-Proliferation, Nicola Butler, Acronym Institute, 2005
- A Constructed Peace: The Making of the European Settlement, 1945-1963 (Chapter 5: Eisenhower and Nuclear Sharing), Marc Trachtenberg, 1999, Princeton University Press, ISBN 0-691-00273-8
- Commitment to purpose : how alliance partnership won the cold war, Richard L. Kugler, RAND, MC-190-RC/FF, 1993, ISBN 0-8330-1385-8
- The Woodrow Wilson Center's Nuclear Proliferation International History Project ou NPIHP é uma rede global de indivíduos e instituições engajadas no estudo da história nuclear internacional por meio de documentos arquivados, história oral com entrevistas e outras fontes empíricas.