Conta-me como Foi – Wikipédia, a enciclopédia livre
Conta-me como Foi | |
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Logo da série entre 2007 e 2011 | |
Informação geral | |
Formato | série |
Género | Dramédia Histórico |
Duração | 60 minutos |
Criador(es) | Miguel Ángel Bernardeau |
Elenco | Miguel Guilherme Rita Blanco Luis Ganito Catarina Avelar Rita Brütt Fernando Pires |
País de origem | Portugal |
Idioma original | português |
Temporadas | 8 |
Episódios | 156 (lista de episódios) |
Produção | |
Diretor(es) | Fernando Ávila Jorge Queiroga Sérgio Graciano |
Câmara | Carlos Duarte José Melo Paulo Aleixo Paulo Alexandre |
Guionista(s) | Helena Amaral Isabel Frausto Fernando Heitor |
Narrador(es) | Luís Lucas (voz do Carlos em adulto) |
Tema de abertura | Vinte Anos (Temporadas 1-5) Dunas (Temporada 6-8) |
Composto por | José Cid (Temporadas 1-5) GNR (Temporadas 6-8) |
Empresa(s) produtora(s) | SP Televisão |
Exibição | |
Emissora original | RTP1 |
Formato de exibição | 4:3 576i (SDTV) (2007-2011) 16:9 1080i (HDTV) (2019-2023) |
Transmissão original | 22 de abril de 2007 – 16 de setembro de 2023 |
Conta-me como Foi é uma dramédia histórica produzida pela RTP e SP Televisão. A série estreou a 22 de abril de 2007, na RTP1.[1]
Adaptação
[editar | editar código-fonte]Foi adaptada da série de ficção espanhola Cuéntame cómo pasó, criada a partir da ideia original de Grupo Ganga Producciones. Tal como a primeira, também a versão portuguesa tem como objectivo retratar de forma bem humorada o ambiente socioeconómico desde os finais da década de 1960.[2]
Enredo
[editar | editar código-fonte]Baseando-se numa combinação de micro-história e macro-história, a ficção acompanha o quotidiano de uma família de classe média, os Lopes, que habitam um andar de um bairro social na Lisboa do final dos anos 60. António, o pai, Margarida, a mãe, Hermínia, a avó, Toni, Isabel e Carlos, os filhos, vivem com dificuldades financeiras, que ainda assim permitem a aventura de comprar uma televisão. Um "novo elemento da família" que vai ocupar lugar de destaque na casa dos Lopes.
É a voz adulta de Carlos, o filho mais novo, com 8 anos em 1968, que narra "Conta-me como foi". É através do seu olhar de criança, que nos é contada a história da família e também de factos sociais, económicos, políticos, episódios da História do país e do mundo desde o regime do Presidente de Conselho António Oliveira Salazar até ao revolucionário 25 de Abril.
Recorrendo a arquivos e reconstituições de conteúdos da rádio e da televisão, companheiros sempre presentes na sala e na vida dos Lopes, a narrativa de Carlos torna-se mais viva e mais autêntica.
A família[3]
[editar | editar código-fonte]- A acção inicia-se em Março de 1968 e relata a vida de uma família lisboeta, de apelido Lopes, de classe média baixa, oriunda da província (a "terra"), que se debate todos os meses com dificuldades financeiras que, ainda assim, permitem a aventura da compra de uma televisão, mas que não deixam senão sonhar com a compra de um pequeno automóvel.
- A família Lopes é então composta pelo pai, António (Miguel Guilherme), que trabalha como escriturário no Ministério das Finanças mas, que por este emprego não lhe proporcionar condições económicas para sustentar toda a sua família, tem também uma actividade paralela numa tipografia. A mãe, Margarida (Rita Blanco), uma dona de casa que cose calças para fora, a avó, Hermínia (Catarina Avelar), a filha mais velha, Isabel (Rita Brütt), que trabalha no salão de cabeleireiro, o filho do meio, Toni (Fernando Pires), que estuda para entrar na Universidade e ser advogado, e finalmente, o filho mais novo, o Carlitos (Luis Ganito), que tem uma imaginação muito fértil.
A época[3]
[editar | editar código-fonte]- Ao ser contada a história da família, acompanha-se também a evolução social, económica e política de Portugal e do mundo, recorrendo a referências no guião, a arquivos e a reconstituições de conteúdos de rádio e televisão.
- Acontecimentos marcantes na vida política, social e desportiva em Portugal e no mundo podem ser aqui descobertos, enquadrados com a trama de cada de episódio. Curiosidades, publicidades, programas de rádio e televisão, locutores e apresentadores e as imagens de Portugal de 1968 a 1974 marcam também presença para serem conhecidos pelos mais jovens e recordados pelos menos velhos.
- Problemas como o contraste entre classes sociais, a emancipação feminina, o marialvismo, o racismo, a prostituição, o aborto e a homossexualidade são retratados na série.
- Apresentam-se na história a evolução da moda, da roupa aos cabelos, as inovações tecnológicas, novos produtos, publicações periódicas, carros e motas… as coisas de um tempo em que telemóveis com máquina fotográfica não seriam mais do que simples alucinação futurista e em que os jovens pensavam no Festival da Canção em vez de em coloridas séries juvenis.
- Conta-me como foi retrata, acima de tudo, o modo de viver e pensar de uma sociedade ainda fechada sobre si, os papéis e as ambições sociais de homem e mulher, de jovens e idosos, os tabus de uma época e a gradual e desconfiada abertura a novas mentalidades.
- Assim sendo, Conta-me como foi tem o objectivo de retratar, em forma de ficção, a vida e o país desde 1968, mas sem espírito saudosista, sem abordagens moralistas, sem juízos de valor, sem tomar partido por nenhum lado da história, sem aspirações documentalistas. Possui a intenção de entreter, com a vontade de mostrar e dar a conhecer o passado, com a certeza de ser uma oportunidade descontraída de recordar, rever e reviver um tempo que faz parte da história pessoal de milhões de portugueses, incluindo até, a maioria dos actores que representam a série.
Elenco e personagens
[editar | editar código-fonte]A Família Lopes:[4]
- Miguel Guilherme – António Lopes (1926-)
- Rita Blanco – Maria Margarida Marques Lopes (1928-)
- Catarina Avelar – Hermínia Marques (1902-)
- Rita Brütt – Maria Isabel Marques Lopes (1948-)
- Fernando Pires – António José "Tóni" Marques Lopes (1950-)
- Luis Ganito – Carlos Manuel Marques Lopes (1960-)
- Beatriz Frazão - Susana Isabel Marques Lopes (1969-)
Temporadas
[editar | editar código-fonte]Produção | Episódios | Temp. | Episódios | Transmissão Original | Dia da semana | Audiências (média dos episódios) | Período histórico | Adaptação e argumento | ||||
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Estreia de temp. | Final de temp. | |||||||||||
1 | 26 | 09 | 1 | 09 | 6,4% rating | a setembro de 1968 | Isabel Frausto e Fernando Heitor | |||||
17 | 2 | 31 | a outubro de 1969 | |||||||||
2 | 26 | 14 | ||||||||||
12 | 3 | 17 | 8,5% rating | a maio de 1970 | ||||||||
3 | 52 | 5 | ||||||||||
23 | 4 | 23 | e Domingo (restantes) | 6,1% rating | a maio de 1972 | |||||||
24 | 5 | 24 | e Segunda-Feira (ep.24) | 7,0% rating | a 25 de abril de 1974 | Nuno Duarte e Tiago R. Santos | ||||||
4 | 52 | 19 | 6 | 19 | 6,0% rating | a novembro de 1984 | João Félix, Miguel Simal, Pedro Lopes, Marina Preguiça Ribeiro e Catarina Bizarro | |||||
18 | 7 | 18 | a março de 1986 | |||||||||
15 | 8 | 15 | a julho de 1987 |
Gravações e cenários
[editar | editar código-fonte]- As gravações iniciaram-se em dezembro de 2006 e,terminaram em julho de 2009. Houve uma pausa nas gravações, em meados de 2008. A série conta com três produções gravadas, divididas em cinco temporadas, na qual a última (a 5.ª) terminou dia 25 de abril de 2011.
- O bairro da família Lopes, não existe na realidade. Todos os cenários, incluindo as ruas do bairro, foram instalados nos estúdios da Edipim, na Zona Industrial da Abrunheira, a cerca de 18 km de Lisboa, no concelho de Sintra. Os edifícios habitacionais e comerciais do "bairro" são caixas desmontáveis de PVC que foram instaladas num dos estúdios. Os restantes cenários interiores foram instalados em estúdios polivalentes, como acontece com todas as produções televisivas.
- As cenas do descampado, onde as crianças brincam, foram feitas próximo ao Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa.
- Para a gravação do episódio "Morte Natural", tanto como o final do anterior e, o início do seguinte, na segunda produção, a equipa deslocou-se ao concelho de Melgaço em Castro Laboreiro, onde se reproduziu a aldeia dos Lopes, com nome fictício de "Ermidão". Também o episódio "Tempos Difíceis", da quarta temporada teve algumas cenas gravadas na aldeia, mas desta vez, só por Rita Blanco e Catarina Avelar.
- Foram usadas imagens do arquivo da RTP, da época retratada, de diversos locais tais como Lisboa, Porto, Coimbra, entre outros em Portugal e, também do estrangeiro, como Paris e Londres.
- Para retratar o período pós-25 de abril, em vez de se gravar uma nova temporada desta série, gravou-se uma nova, intitulada de Depois do Adeus. O seu enredo gira em torno de uma família portuguesa que vivia desafogadamente em Luanda, Angola e que, de um momento para outro é obrigada a recomeçar tudo do nada em Portugal, devido ao 25 de abril.
- Foi a primeira série de televisão em Portugal a ter disponível o serviço de audiodescrição nas emissões regulares da RTP1, para pessoas com deficiência visual.
Prémios
[editar | editar código-fonte]- 2008 | ATV – Associação de Telespectadores
Prémio de Melhor Programa da Televisão Portuguesa em 2007
- 2010 | 1º Prémio Autores
Prémio de Melhor Programa de Ficção 2009 / Série
- 2014 | Prémios Lumen – RTP
Prémio de Melhor da Ficção de sempre da RTP
Ficha técnica
[editar | editar código-fonte]Cargo | 1.ª Produção | 2.ª Produção | 3.ª Produção | 4.ª Produção |
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Direcção do Projeto | Fernando Ávila | Jorge Queiroga | Patrícia Ferraz de Sequeira Sérgio Graciano | Hugo Xavier[7] |
Realização | Fernando Ávila e Pedro Miguel | Jorge Queiroga | Sérgio Graciano | Hugo Xavier e Paulo Brito |
Direcção de Produção | Cristina Soares | Francisco Barbosa | ||
Pesquisa e Consultoria | Helena Matos | |||
Adaptação, Guião e Diálogos | Fernando Heitor, Helena Amaral e Isabel Fraústo | Fernando Heitor, Helena Amaral e Isabel Fraústo Luís Filipe Borges, Nuno Duarte e Tiago R. Santos | André Tenente, João Félix, Miguel Simal e Pedro Lopes | |
Figurinos | Rute Correia | |||
Projecto Cenográfico | António Casimiro | JSCV Hora do Lobo | ||
Cenografia e Decoração | Clara Vinhais | Rui Francisco | ||
Som | Ricardo Correia | Jorge Reis | Tomás Chaves | |
Director de Fotografia | Rui Prates | Amílcar Carrajola | Miguel Trabucho | Amílcar Carrajola |
Edição | Mário Simões e Manuel Matias | Tiago Costa |
Referências
- ↑ Hugo Real (12 de abril de 2007). «RTP1 prepara estreia de Conta-me Como Foi». Meios & Publicidade. Consultado em 14 de janeiro de 2019
- ↑ Nuno Cardoso (22 de abril de 2007). «"Conta-me Como Foi" faz-nos hoje voltar a 68». Diário de Notícias. Consultado em 14 de janeiro de 2019
- ↑ a b «Conta-me como Foi» (PDF). RTP. Consultado em 14 de janeiro de 2019
- ↑ «Conta-me Como Foi». SP Televisão. Consultado em 14 de janeiro de 2019
- ↑ «'Conta-me Como Foi' tem dia para regressar, e vem em novo horário». 24 de setembro de 2020
- ↑ https://www.facebook.com/NoticiasAoMinuto (24 de maio de 2023). «'Conta-me Como Foi' está de volta! Nova temporada estreia em junho». Notícias ao Minuto. Consultado em 24 de maio de 2023
- ↑ Horta, Bruno. «Do guião ao guarda-roupa: como se fez a nova temporada de "Conta-me Como Foi"». Observador. Consultado em 10 de dezembro de 2019