Corrida aos bancos – Wikipédia, a enciclopédia livre
Uma corrida aos bancos (também chamada corrida aos depósitos) ocorre quando um grande número de clientes de um banco levanta os seus depósitos porque crêem que o banco está, ou pode ficar, insolvente. À medida que o pânico progride, gera o seu próprio momento, como uma profecia autorrealizável (ou retroalimentação positiva): à medida que mais pessoas levantam os seus depósitos, a probabilidade de incumprimento do banco aumenta, e isto encoraja mais levantamentos. Isto pode desestabilizar o banco ao ponto de este ficar à beira da falência.[1]
Um pânico bancário ou pânico dos bancos é uma crise financeira que ocorre quando muitos bancos são alvo de corridas aos depósitos simultaneamente. Uma crise bancária sistémica ocorre quando todo ou quase todo o capital dos bancos de um país é liquidado.[2] A cadeia de falências resultante pode causar uma longa recessão económica.[3] Muito do prejuízo económico da Grande Depressão foi diretamente causado por corridas aos bancos.[4] O custo de resolução de uma crise bancária sistémica pode ser enorme, com custos fiscais equivalentes, em média, a 13% do PIB e perdas de produção equivalentes, em média, a 20% do PIB nas crises importantes ocorridas entre 1970 e 2007.[2] Várias técnicas podem ajudar a prevenir corridas aos bancos. Entre elas incluem-se a suspensão temporária dos levantamentos, a organização de bancos centrais que funcionam como emprestadores de último recurso, a proteção de sistemas de seguro de depósitos como o fundo de garantia bancária em Portugal, ou a Federal Deposit Insurance Corporation nos Estados Unidos,[1] e regulação bancária governamental.[5] Estas técnicas nem sempre funcionam: por exemplo, mesmo com seguro de depósitos, os depositantes podem mesmo assim ser motivados pela crença de que podem não ter acesso imediato aos depósitos durante a reorganização bancária.[6]
Referências
- ↑ a b Diamond DW (2007). «Banks and liquidity creation: a simple exposition of the Diamond-Dybvig model» (PDF). Fed Res Bank Richmond Econ Q. 93 (2): 189–200
- ↑ a b Laeven L, Valencia F (2008). «Systemic banking crises: a new database» (PDF). International Monetary Fund. IMF WP/08/224. Consultado em 29 de setembro de 2008
- ↑ Wicker E (1996). The Banking Panics of the Great Depression. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 0521663466
- ↑ Bernanke BS (1983). «Nonmonetary effects of the financial crisis in the propagation of the Great Depression». Am Econ Rev. 73 (3): 257–76
- ↑ Heffernan S (2003). «The causes of bank failures». In: Mullineux AW, Murinde V. Handbook of international banking. [S.l.]: Edward Elgar. pp. 366–402. ISBN 1840640936
- ↑ Reckard ES, Hsu T (26 de setembro de 2008). «U.S. engineers sale of WaMu to JPMorgan». Los Angeles Times. Consultado em 26 de setembro de 2008