Cristo em Majestade – Wikipédia, a enciclopédia livre
Cristo em Majestade ou Cristo em Glória (em latim Majestas Domini) é um tema iconográfico recorrente na arte do cristianismo ocidental, no qual Cristo é representado sentado num trono enquanto governador do mundo, assumindo sempre uma posição frontal no centro da composição, e ladeado por figuras sagradas cuja escolha varia de acordo com a época e contexto. O tema tem origem na arte paleocristã, que por sua vez se inspira na representação dos imperadores romanos entronados. Na arte bizantina, o tema evoluiu de forma ligeiramente diferente para a imagem de meio corpo do Cristo Pantocrator, onde normalmente Cristo é representado sozinho, ou para o deesis, onde Cristo é representado a corpo inteiro e acompanhado principalmente por Maria e São João Baptista. No Ocidente, o tema da Majestade é recorrente durante o Renascimento e até ao Barroco.
Evolução do tema
[editar | editar código-fonte]A partir de finais do século IV, Cristo, ainda sem barba, começa a ser representado sentado num trono assente num estrado, com os pés em repouso sobre um banco e normalmente ladeado por São Pedro e São Paulo ou, em composições maiores, por todos os doze apóstolos. O grupo central do Sarcófago de Júnio Basso, datado de 359, é a mais antiga representação conhecida com data determinada. Em alguns casos, Cristo segura um pergaminho a São Pedro à sua direita, imitando um gesto comum na representação de imperadores durante o acto de entrega de um decreto imperial a um oficial. Esta iconografia é denominada Traditio Legis ("entregar a lei"), ou "Cristo legislador".[1]
Referências
- ↑ Syndicus 1962, p. 96.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Syndicus, Eduard (1962). Early Christian Art. Londres: Burns & Oates
- Schiller, Gertrud (1972). Iconography of Christian Art. II. Londres: Lund Humphries. ISBN 0853313245