Dalcídio Jurandir – Wikipédia, a enciclopédia livre

Dalcídio Jurandir
Nome completo Dalcídio Jurandir Ramos Pereira
Nascimento 10 de janeiro de 1909
Ponta de Pedras, PA
Morte 16 de junho de 1979 (70 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Escritor, Jornalista
Prêmios Prêmio Dom Casmurro (1940)
Prêmio Machado de Assis (1972)
Gênero literário Romance
Movimento literário Neorrealismo, modernismo
Magnum opus Chove nos Campos de Cachoeira (1941), Belém do Grão Pará (1960)
Religião Ateu
Página oficial
http://www.dalcidiojurandir.com.br/

Dalcídio Jurandir Ramos Pereira (Ponta de Pedras, 10 de janeiro de 1909 - Rio de Janeiro, 16 de junho de 1979) foi um romancista brasileiro.

Dalcídio Jurandir nasceu na Vila de Ponta de Pedras (atual município de Ponta de Pedras) em 1909, filho de Alfredo Pereira e Margarida Ramos. No mesmo ano muda-se para a Vila de Cachoeira (atual município de Cachoeira do Arari) onde passaria toda a sua infância.

Em 1922, muda-se para Belém e se matricula no 3º ano elementar do Grupo Escolar Barão do Rio Branco. Em 1925, ingressa na tradicional instituição de ensino belenense Liceu Paraense.

Em 1927, deixa o colégio e viaja para o Rio de Janeiro em 1928. Com dificuldades financeiras, Dalcídio trabalha como lavador de pratos e trabalha como revisor, não-remunerado na revista Fon-Fon. Em 1929, conclui Chove Nos Campos de Cachoeira.

Em 1931 retorna para Belém, é nomeado auxiliar de gabinete da Interventoria do Estado e escreve para vários jornais e revistas como O Imparcial, Crítica e Estado do Pará. Militante comunista, foi preso em 1936, permanecendo dois meses no cárcere. Em 1937 foi preso novamente, e ficou quatro meses retido, retornando somente em 1939 para o Marajó, como inspetor escolar.

Em 1940, após tantos revezes, consegue ganhar, com Chove Nos Campos de Cachoeira, o primeiro lugar no concurso literário promovido pela Revista Dom Casmurro. Graças ao prêmio, consegue lançar, por fim, o seu primeiro romance Chove nos Campos de Cachoeira em 1941 pela editora Vecchi. Em 1945, dirige o jornal Tribuna Popular e colabora em O Jornal e na revista O Cruzeiro. Em 1947, publica pela José Olympio, o seu segundo romance intitulado Marajó.

Escreveu para vários veículos e acabou como repórter da Imprensa Popular, em 1950. Nos anos seguintes viajou à União Soviética, Chile e publicou o restante de sua obra, inclusive em outros idiomas.

Em 1972, a Academia Brasileira de Letras concede ao autor o Prêmio Machado de Assis, entregue por Jorge Amado, pelo conjunto de sua obra.

Morte e reconhecimento

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No dia 16 de junho de 1979, o escritor falece na cidade do Rio de Janeiro (RJ), sendo sepultado no Cemitério de São João BatistaJorge Amado, escreveu a "Saudação a Dalcídio Jurandir"

Em 2001, concorreu postumamente com outras personalidades ao título de "Paraense do Século". No mesmo ano, em novembro, foi realizado o Colóquio Dalcídio Jurandir, homenagem aos 60 anos da primeira publicação de Chove nos Campos de Cachoeira.

Em 2008, o Governo do Estado do Pará instituiu o Prêmio de Literatura Dalcídio Jurandir.

Em 2009 comemorou-se o centenário do escritor.

Série Extremo-Norte
  • Chove nos Campos de Cachoeira, Editora Vecchi (1941)
  • Marajó, Editora José Olympio (1947)
  • Três Casas e um Rio, Editora Martins (1958)
  • Belém do Grão Pará, Editora Martins (1960)
  • Passagem dos Inocentes, Editora Martins (1963)
  • Primeira Manhã, Editora Martins (1968)
  • Ponte do Galo, Editora Martins/MEC (1971)
  • Belém do Grão-Pará, Publicações Europa-América (1975) Edição Portuguesa
  • Chove nos Campos de Cachoeira, 2ª Edição, Editora Cátedra (1976)
  • Os Habitantes, Editora Artenova (1976)
  • Chão dos Lobos, Editora Record (1976)
  • Marajó, 2ª Edição, Editora Cátedra/MEC (1978)
  • Ribanceira, Editora Record (1978)
Série Extremo-Sul
  • Linha do Parque, Editora Vitória (1959)
  • Linha do Parque, Editora Russa (1962) Edição Russa
Publicações póstumas
  • Passagem dos Inocentes – Editora Falângola (1984)
  • Linha do Parque – Editora Falangola (1987)
  • Chove nos Campos de Cachoeira – Editora Cejup (1991, 1995 e 1997 (com o Jornal Província do Pará))
  • Marajó – Editora Cejup (1991 e 1992)
  • Três casas e um Rio – Editora Cejup (1991 e 1994)
  • Chove nos Campos de Cachoeira – Edição Crítica de Rosa Assis – Editora da Unama (1998)
  • Belém do Grão-Pará – Editora Edufpa/Casa de Rui Barbosa (2005)
  • Marajó – Editora Edufpa/Casa de Rui Barbosa (2008)
  • Primeira Manhã – Eduepa (2009)
  • Chove nos Campos de Cachoeira (Nova e definitiva edição com "texto inteiramente revisto, corrigido, reestruturado e amplamente emendado pelo autor, de próprio punho") – Editora 7 Letras (2011)
  • Marajó - Marques Editora (2016)
  • Belém do Grão-Pará - Marques Editora (2016)
  • Primeira Manhã - Marques Editora (2016)
  • Ponte do Galo - Pará.grafo Editora (2017)[1]
  • Três Casas e um Rio - Pará.grafo Editora (2018)[2]
  • Os Habitantes - Pará.grafo Editora (2018)[3]
  • Chove nos campos de Cachoeira - Pará.grafo Editora (2019)[4]
  • Chão dos Lobos - Pará.grafo Editora (2019)[5]

Publicações sobre Dalcídio Jurandir e sua obra

  • ALONSO JR., Wenceslau Otero. (Org.). A Obra de Dalcídio Jurandir e o Romance Moderno, Belém: Paka-Tatu, 2012.
  • ASSMAR, Olinda Batista. Dalcídio Jurandir: Um Olhar sobre a Amazônia, Rio de Janeiro: Galo Branco, 2003.
  • ASSIS, Rosa. A Fala "Caboca" em Passagem dos Inocentes, Belém: Editora da Unama, 2002.
  • ASSIS, Rosa (Org.). Marajó, Dalcídio Jurandir - 60 Anos, Belém: Unama, 2007.
  • BOGÉA, José Arthur. Bandolim do Diabo (Dalcídio Jurandir: Fragmentos), Belém: Paka-Tatu, 2003.
  • CELINA, Lindanor. Pranto por Dalcídio Jurandir - Memórias, Belém: Secretaria de Estado de Cultura, Desportos e Turismo, 1983.
  • CORREA, Paulo Maués. Um Olhar sobre Belém do Grão-Pará de Dalcídio Jurandir, Belém: Instituto de Artes do Pará, 2008.
  • FURTADO, Marlí Tereza. Universo Derruído e Corrosão do Herói em Dalcídio Jurandir, Campinas: Mercado das Letras, 2010.
  • LEITE, Marcus (Org.). Leituras Dalcidianas, Belém Editora da Unama, 2006.
  • NUNES, Benedito; PEREIRA, Ruy; & PEREIRA, Soraia Reolon. (Orgs.). Dalcídio Jurandir: Romancista da Amazônia – Literatura & Memória, Belém: SECULT/FCRB/IDJ, 2006.
  • NUNES, Paulo (Org.). Poemas Impetuosos ou O Tempo é o do Sempre Escoa, Belém: Paka-Tatu, 2011.
  • VÁRIOS AUTORES. Asas da Palavra – Revista de Graduação em Letras, Semestral, Volume 8, nº 17, Editora da Unama, Junho de 2004.

Referências

  1. «Pará.grafo Editora». Pará.grafo Editora. Consultado em 14 de outubro de 2017 
  2. «Três Casas e um Rio, de Dalcídio Jurandir». Pará.grafo Editora. Consultado em 4 de dezembro de 2017 
  3. «Os Habitantes, de Dalcídio Jurandir». Pará.grafo Editora. Consultado em 4 de dezembro de 2017 
  4. «Chove nos campos de Cachoeira, de Dalcídio Jurandir» 
  5. «Chão dos Lobos, de Dalcídio Jurandir» 

Ligações externas

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