Democratas Suecos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Democratas Suecos
Sverigedemokraterna
Presidente Jimmie Akesson
Secretário Richard Jomshof
Fundação 6 de fevereiro de 1988 (36 anos)
Sede Estocolmo,  Suécia
Ideologia Nacionalismo sueco
Conservadorismo social
Populismo
Anti-imigração[1]
Eurocepticismo
Populismo de direita
Espectro político Direita[2] a Extrema-direita[3]
Membros 33,207[4]
Grupo no Parlamento Europeu Reformistas e Conservadores Europeus
Parlamento da Suécia
72 / 349
Parlamento Europeu
3 / 20
Cores      Azul
     Amarelo

O Partido dos Democratas Suecos (sueco: Sverigedemokraterna, SD) é um partido político sueco, fundado em 1988, que se perfila como nacionalista de extrema-direita,[5] social-conservador, contra a imigração e contra a União Europeia.[6] Desde 2005, o presidente do partido é Jimmie Åkesson. O logótipo oficial do SD desde 2006 é uma flor azulada (anémona, blåsippa).

Nas eleições gerais de 2010, os Democratas Suecos, ultrapassaram pela primeira vez o limite de quatro por cento necessários para a representação parlamentar. O grupo obteve 5,7% dos votos e ganhou 20 cadeiras [7] no Parlamento. Nas eleições parlamentares de 2014, o Partido dos Democratas Suecos conseguiu 12,68% dos votos, e tornou-se o terceiro maior partido do Parlamento da Suécia com 49 deputados. O partido tem uma íntima ligação com o site neonazi metapédia.[8]

Em dezembro de 2014, o Partido dos Democratas Suecos optou por apoiar a proposta de Orçamento de Estado da oposição de centro-direita, precipitando assim uma crise política ao impedir o governo de centro-esquerda de fazer passar a sua proposta de orçamento.[9][10]
A crise foi desbloqueada pelo Acordo de Dezembro, assinado pelo Partido Social-Democrata, Partido Verde, Partido Moderado, Partido Popular Liberal, Partido do Centro e Partido Democrata-Cristão, tendo os Democratas Suecos e o Partido da Esquerda ficado fora desse entendimento.[11]

O partido foi fundado em 1988, apoiado num movimento nacionalista chamado Bevara Sverige Svenskt (Mantenha a Suécia Sueca).[12]

A partir de 1995, sob o comando de Mikael Jansson, o partido passou por uma re-organização com o objetivo de torná-lo mais respeitável diante do eleitorado. Nesta época, o partido mantinha intenso contato com a Frente Nacional, sendo integrante do Euronat, uma associação de partidos radicais europeus. Em 1999, o SD deixou o Euronat e expulsou seus membros mais radicais, com a finalidade de se afastar de qualquer ligação com grupos neonazistas. Estes membros expulsos fundaram uma nova organização política, o Partido Nacional-Democrata.

Desde a década de 2000, o grupo formado por Jimmie Åkesson (líder do partido desde 2005), Björn Söder, Mattias Karlsson e Richard Jomshof deram continuidade à política de moderação, marcada por expulsar membros abertamente extremistas. Antes da eleição de 2002, o ex-membro do Partido Moderado, Sten Andersson desertou para SD, afirmando que o partido tinha se livrado de seus elementos de extrema direita. Em 2003, o partido decidiu que a Declaração Universal dos Direitos Humanos seria a pedra fundamental das suas políticas. Em 2006, o partido mudou seu logotipo para uma flor, a Anémona-Hepática.

Chegado ao Parlamento

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Nas eleições gerais realizadas em 19 de Setembro de 2010, finalmente o SD conseguiu superar a cláusula de barreira, conquistando 20 cadeiras no parlamento. Em eleições anteriores, candidatos do partido já haviam conquistado boas votações em distritos no Sul do país, porém, não puderam assumir suas vagas, pois em nível nacional, a votação não havia alcançado os 4 por cento.

O partido acredita que as políticas de imigração e integração têm sido um fracasso, e afirma que a situação atual, na qual um grande número de imigrantes constituem "sociedades paralelas", constitui uma ameaça à identidade nacional sueca. Os próprios imigrantes estão desenraizados, têm sido crescentes tensões antagônicas entre os diversos grupos populacionais (social, étnica, religiosa e cultural), e da imigração em si, SD diz, tem causado tensões sociais e económicas no país. SD rejeita a política do Multiculturalismo, mas aceita uma sociedade multiétnica onde a assimilação cultural é promovida. O ex-secretário do partido entre 2003-2004, Torbjörn Kastell dissera em 2002 que o partido quer "um mundo multicultural, e não uma sociedade multicultural". De acordo com o jornal Aftonbladet, 14% dos membros da SD são de origem imigrante. Para as eleições 2010 no município de Södertälje (Condado de Estocolmo), os Democratas Suecos foram o único partido com uma maioria de imigrantes na sua lista eleitoral, a maioria cristãos caldeus do Oriente Médio .

União Europeia

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O Partido dos Democratas Suecos quer um referendo sobre a continuação da Suécia na União Europeia. Até lá, o partido vai tentar diminuir o papel da União Europeia e impedir a Suécia de aderir ao Euro.[13]

Resultados Eleitorais

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Eleições legislativas

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Data CI. Votos % +/- Deputados +/- Status
1988 N/D 1 118
0,0 / 100,0
0 / 349
Extra-parlamentar
1991 N/D 4 887
0,1 / 100,0
Aumento0,1
0 / 349
Estável Extra-parlamentar
1994 N/D 13 954
0,3 / 100,0
Aumento0,2
0 / 349
Estável Extra-parlamentar
1998 8.º 19 624
0,4 / 100,0
Aumento0,1
0 / 349
Estável Extra-parlamentar
2002 8.º 76 300
1,4 / 100,0
Aumento1,0
0 / 349
Estável Extra-parlamentar
2006 8.º 162 463
2,9 / 100,0
Aumento1,5
0 / 349
Estável Extra-parlamentar
2010 6.º 339 610
5,7 / 100,0
Aumento2,8
20 / 349
Aumento20 Oposição
2014 3.º 801 178
12,9 / 100,0
Aumento7,2
49 / 349
Aumento29 Oposição
2018 3.º 1 072 200
17,6 / 100,0
Aumento4,7
62 / 349
Aumento13 Oposição
2022 2.º 1 280 086
20,6 / 100,0
Aumento3,0
73 / 349
Aumento11

Eleições europeias

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Data CI. Votos % +/- Deputados +/-
1999 8.º 8 568
0,3 / 100,0
0 / 22
2004 9.º 28 303
1,1 / 100,0
Aumento0,8
0 / 19
Estável
2009 10.º 103 573
3,3 / 100,0
Aumento2,2
0 / 20
Estável
2014 5.º 359 248
9,7 / 100,0
Aumento6,4
2 / 20
Aumento2
2019 3.º 636 877
15,3 / 100,0
Aumento5,6
3 / 20
Aumento1

Referências

  1. «Anti-immigrant Sweden Democrats celebrate election gains». Financial Times. 12 de setembro de 2022 
  2. «New-look European Parliament». BBC News. 3 de setembro de 2009. Consultado em 18 de julho de 2011 
  3. Duxbury, Charlie (25 de março de 2021). «Sweden's far right takes a step closer to power». Politico Europe. Consultado em 22 de maio de 2022 
  4. «Tusentals medlemmar lämnade S i fjol – bara SD ökade» [Thousands of members leave S last year – only SD increases]. Nyheter Idag 
  5. Taub, Amanda (14 de setembro de 2022). «Sweden's Far Right Just Made History. Is It the Country's Future?». The New York Times 
  6. Oscarsson, Henrik; Sören Holmberg (2016). «Varför rösta på Sverigedemokraterna». Svenska väljare (em sueco). Estocolmo: Wolters Kluwer. p. 237-257. 397 páginas. ISBN 9789139115144 
  7. «Partido de extrema-direita conquista vagas no Parlamento sueco». O Globo. 20 de setembro de 2010. Consultado em 3 de julho de 2016. Cópia arquivada em 4 de março de 2016 
  8. «How Sweden Became a Thriving Base of neo-Nazi Ideology» 
  9. Reuters. «Suécia antecipa eleições pela primeira vez em 50 anos após veto da extrema-direita». O Globo. Consultado em 3 de dezembro de 2014 
  10. Maria João Guimarães. «Extrema-direita força queda do Governo da Suécia». Público. Consultado em 3 de dezembro de 2014 
  11. Jens Kärrman. «Nyval 2015 - Nyvalet inställt efter "decemberöverenskommelse"» (em sueco). Dagens Nyheter. Consultado em 27 de dezembro de 2014 
  12. «Velhinhas ou Muçulmanas?» 
  13. «Partiet för EU-kritisk politik» (em sueco). Sverigedemokraterna. Consultado em 28 de maio de 2014