Dialeto recifense – Wikipédia, a enciclopédia livre

Dialeto Recifense
Falado(a) em:  Pernambuco ( Brasil)
Região: Região Metropolitana do Recife e Mesorregião da Mata Pernambucana
Total de falantes: aprox. 5,5 milhões de pessoas
Posição: Não se encontra entre os 100 primeiros
Família: Indo-europeia
 Língua Portuguesa
  Português brasileiro
   Dialeto Recifense
Estatuto oficial
Língua oficial de: sem reconhecimento oficial
Regulado por: sem regulamentação oficial
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

O dialeto recifense, ou dialeto mateiro, é uma variação linguística do português brasileiro, típica da Região Metropolitana do Recife e das regiões da Mesorregião da Mata Pernambucana, no estado de Pernambuco.[1][2][3]

Suas características mais marcantes são o chiado (palatalização), quando os fonemas /s/ e /z/ são pronunciados [ʃ] e [ʒ] em final de sílaba (assim como ocorre no português europeu) — e não acontece a pronúncia africada das letras "d" e "t" antes da vogal /i/ (pronuncia-se "leiti" [ˈlejtɪ] e não "leitchi" [ˈlejtʃɪ]) —, a monotongação como em "roupa" > "ropa", "dinheiro" > "dinhero"; hipérteses: “ceroula” > "cilora", prótese: “juntar” > “ajuntar”, síncope: “xícara” > "xicra", apócope: “ridículo” > ridico, epêntese: “cotovia” > “cutruvia”, bem como o apagamento de R (/h/) e L (/w/) no final de palavras "cor" > "cô" e "lençol" > "lençó"; e relativamente à sintaxe, a conjugação no pretérito perfeito do indicativo se faz com o que seria o imperfeito do subjuntivo, "(tu) visse, (tu) falasse, (tu) fosse, (tu) andasse, (tu) comesse", o uso do "tu" também é recorrente.

A palatalização é compartilhada com o dialeto nordestino em geral apenas quando as vogais /e/ e /i/ precedem a "d" e "t" ("isto" ['iʃtʊ] e "desde" ['deʒdɪ])

Expressões como oxente, oxe, visse[nota 1] e entendesse[nota 1] estão entre os termos mais característicos deste dialeto.[4][5][6] O termo bigu, embora já disseminado em quase todo o Nordeste do Brasil, teve sua origem no Recife.[6]

Notas

  1. a b Os fonemas do grupo consonantal st existentes na segunda pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo dos verbos são substituídos pelo fonema do dígrafo ss, como pronunciado no pretérito do subjuntivo.

Referências

  1. «Harmonia vocálica no dialeto recifense». UFRGS 
  2. «Zonas Dialecticais Brasileiras». UFPE 
  3. «Diferentes "dialetos": as expressões regionais brasileiras». Portal Educar Brasil. Consultado em 14 de julho de 2013. Arquivado do original em 29 de outubro de 2013 
  4. «Inscrições abertas para a corrida Eu Amo Recife». Folha de Pernambuco. Consultado em 18 de julho de 2020 
  5. «O submundo encantador de Zizo». Revista Žena. Consultado em 18 de julho de 2020 
  6. a b CAMELO, Paulo - Dicionário do falar pernambucano - Recife:Paulo Camelo, 2014. ISBN 978-85-904262-9-5
Ícone de esboço Este artigo sobre linguística ou um linguista é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.