Dicksoniaceae – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Dicksonia sellowiana
Dicksonia sellowiana
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Monilophyta
Classe: Polypodiopsida
Ordem: Cyatheales
Família: Dicksoniaceae
M.R.Schomb.
Géneros
Sinónimos

Dicksoniaceae é uma família taxonômica de samambaias da ordem Cyatheales, apresenta 3 gêneros (Calochlaena, Dicksonia, Lophosoria) e cerca de 30 espécies.[1] A maioria dos gêneros na família são rasteiros ou possuem troncos muito pequenos, no entanto, algumas das maiores espécies podem atingir vários metros de altura, como a Dicksonia sellowiana, também conhecida popularmente como “xaxim” ou “samambaia-açu”. Os membros de Dicksoniaceae são amplamente distribuídos e um componente comum das florestas tropicais úmidas em todo o mundo.

A família Dicksoniaceae é caracterizada por serem arborescente ou com rizomas eretos ou ascendentes, que são do tipo rizomas modificados para o crescimento vertical e são embutidos em um manto espesso de raízes adventícias. Essas formas arborescentes não são típicas das Monilófitas, já que a maioria são plantas de pequeno porte.[2]

Soros

Por serem Monilófitas elas possuem protoxilema mesarco circundado por metaxilema, e sifonostelo. Dicksoniaceae é uma família da classe Polypodiopsida então possuem leptosporângios. As folhas, muitas vezes altamente divididas, podem ter vários metros de comprimento e são notáveis pela ausência de escamas e pela presença de pelos multicelulares frequentemente visíveis, especialmente no pecíolo. Os soros são marginais nos gêneros Dicksonia e Calochlaena ou abaxial no gênero Lophosoria, são circulares a elípticos em contorno e ocorrem ao longo das bordas dos segmentos foliares, eles são protegidos de um lado pela margem ondulada da folha modificada e por outro por uma aba protetora membranosa (indúsio). Os esporos são tetraédricos globosos.[1]

Relações filogenéticas

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A família Dicksoniaceae está inserida em uma politomia junto com Ciboticeae, Cyatheaceae e Metaxyceae. Todas as famílias dessa politomia são filogeneticamente próximas de Plagiogrylaceae, Culcitaceae, Loxomataceae e Thyrsopteridaceae. Todas essas famílias formam a ordem Cyatheales, grupo irmão de Polypodiales. Essas 11 Ordens pertencem as samambaias que possuem Leptosporangios que é a classe Polypodiopsida, maior representante das Monilófitas (samambaias).[3]

Diversidade taxonômica

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Apenas três gêneros sobreviventes são reconhecidos nesta família monofilética[4]:

Domínios e estados onde ocorrem no Brasil

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A família Dicksoniaceae é nativa do Brasil, porém não é endêmica.[5]

Dicksoniaceae no Brasil

Há ocorrências confirmadas nos seguintes estados brasileiros: Bahia, Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, todos eles litorâneos, exceto Minas Gerais, sendo seu domínio apenas na Mata Atlântica.[5]

Lista de espécies brasileiras[4]

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  • Dicksonia bipinnata Cav.
  • Dicksonia cicutaria Sw.
  • Dicksonia coniifolia Hook.
  • Dicksonia montevidensis Spreng.
  • Dicksonia obtusifolia Willd.
  • Dicksonia sellowiana Hook.
  • Lophosoria quadripinnata (J.F.Gmel.) C.Chr.

A família Dicksoniaceae possui importantes espécies hospedeiras para plantas epífitas. A espécie Dicksonia sellowiana pode abrigar diversas outras espécies epífitas em florestas ombrófilas, como a Trichomanes angustatum Carmich, Blechnum binervatum (Poir.) C.V. Morton & Lellinger, Vittaria lineata (L.) Sm e Lastreopsis amplissima (C. Presl) Tindale.[6]

Toras de Dicksonia sellowiana

Devido ao fato de Dicksonia sellowiana ser ameaçadas de extinção, atualmente é proibido por leis ambientais o comércio dessas samambaias. A retirada do tronco dessas plantas é usada no comércio para a confecção de vasos e para formar placas e estacas de jardinagem. Nesse sentido, o CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) formulou a resolução 278/2001, que veta o comércio.[7] Essa espécie está na lista oficial do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de espécies brasileiras ameaçadas de extinção (Portaria/IBAMA n°. 37N/92 e COPAM 085/97).[8]

Referências

  1. a b Smith, Alan (Agosto 2006). «A classification for extant ferns» (PDF). Taxon 55 (3). Consultado em 30 de setembro de 2018 
  2. Oliveira, V.B. (Setembro 2003). «Dicksonia sellowiana (Presl.) Hook, Dicksoniaceae UMA SAMAMBAIA CARACTERÍSTICA DA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA: UMA REVISÃO.». ResearchGate 
  3. Stevens, P. F. «EVOLUTION OF LAND PLANTS». Consultado em 30 de setembro de 2018 
  4. a b «Dicksoniaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro». Consultado em 30 de setembro de 2018 
  5. a b «Dicksoniaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.». 2015. Consultado em 30 de setembro de 2018 
  6. Fraga, L. L. (dezembro de 2008). «Composição e distribuição vertical de pteridófitas epifíticas sobre Dicksonia sellowiana Hook. (Dicksoniaceae), em floresta ombrófila mista no sul do Brasil.». Biota Neotropica 
  7. «RESOLUÇÃO CONAMA nº 278». Publicada no DOU no 138-E, de 18/06/2001, Seção 1, pág. 51-52. Consultado em 30 de setembro de 2018 
  8. «Portaria IBAMA nº 37-N» (PDF). Consultado em 30 de setembro de 2018 

Ligações externas

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