Discurso pedante – Wikipédia, a enciclopédia livre

Em psiquiatria, fala pedante ou discurso pedante (ou afetada)[1] é uma comunicação caracterizada por uma formalidade situacionalmente inadequada.[2] Essa formalidade pode ser expressa tanto por meio de prosódia anormal,[3] quanto por conteúdo de discurso que é "inadequadamente pomposo, legalista, cansativo ou pitoresco".[4] Frequentemente, esse tipo de fala pode atuar como evidência de transtorno do espectro do autismo (TEA)[3] ou um transtorno de pensamento,[5] um sintoma comum na esquizofrenia[6] ou transtorno de personalidade esquizóide.[7]

Para diagnosticar tal comunicação, pesquisadores procuram anteriormente pelas seguintes características:[8]

  • fala transmitindo mais informações do que o necessário
  • vocabulário e gramática esperados da escrita formal, em vez de uma fala coloquial
  • repetições ou correções desnecessárias

Essas atribuições, que são comumente encontradas em pacientes com TEA,[9] explicam parcialmente por que a fala afetada tem sido considerada um critério diagnóstico para o transtorno.[8] A fala pedante, juntamente com a entonação atípica, a deriva semântica, a concisão e a perseverança, são todos déficits conhecidos em adolescentes no espectro autista.[10] Muitas vezes, a fala afetada encontrada em crianças com TEA também será especialmente estereotipada ou, em alguns casos, até ensaiada.[10]

Referências

  1. McKenna P.J., Oh T.M. (2012.) Schizophrenic Speech: Making Sense of Bathroots and Ponds that Fall in Doorways, Cambridge University Press, ISBN 978-0-521-00905-8
  2. Encyclopedia of autism spectrum disorders. New York, NY: Springer. 2013. ISBN 9781441916976. OCLC 822231140 
  3. a b Rosenblau, G; Kliemann, D; Dziobek, I; Heekeren, HR (fevereiro de 2017). «Emotional prosody processing in autism spectrum disorder». Social Cognitive and Affective Neuroscience. 12 (2): 224–39. PMC 5390729Acessível livremente. PMID 27531389. doi:10.1093/scan/nsw118 
  4. Peter F. Liddle, Royal College of Psychiatrists Disordered mind and brain: the neural basis of mental symptoms, 301 pages RCPsych Publications, 2001 Retrieved 2012-01-12 ISBN 1-901242-65-X
  5. Victor Peralta, Manuel J. Cuesta, Jose de Leon Title:Formal thought disorder in schizophrenia: A factor analytic study, Publication:Comprehensive Psychiatry Elsevier March–April 1992, Elsevier Retrieved 2012-01-12
  6. [1] doi:10.1016/j.schres.2005.01.016 Retrieved 2012-01-12
  7. «Understanding and psychosocial treatment of schizoid personality disorder: a cognitive behavioural, psychoanalytical and bio energetic analysis approach». Emerging trends in medical sciences. 4. New Delhi: Integrated publications. 2022. pp. 45–62. ISBN 978-93-95118-07-1 
  8. a b Ghaziuddin, M.; Gerstein, L. (dezembro de 1996). «Pedantic speaking style differentiates Asperger syndrome from high-functioning autism». Journal of Autism and Developmental Disorders. 26 (6): 585–595. ISSN 0162-3257. PMID 8986845. doi:10.1007/bf02172348  |hdl-access= requer |hdl= (ajuda)
  9. Shriberg, L. D.; Paul, R.; McSweeny, J. L.; Klin, A. M.; Cohen, D. J.; Volkmar, F. R. (outubro de 2001). «Speech and prosody characteristics of adolescents and adults with high-functioning autism and Asperger syndrome». Journal of Speech, Language, and Hearing Research. 44 (5): 1097–1115. CiteSeerX 10.1.1.385.7116Acessível livremente. ISSN 1092-4388. PMID 11708530. doi:10.1044/1092-4388(2001/087) 
  10. a b de Villiers, Jessica; Fine, Jonathan; Ginsberg, Gary; Vaccarella, Liezanne; Szatmari, Peter (agosto de 2007). «Brief report: a scale for rating conversational impairment in autism spectrum disorder». Journal of Autism and Developmental Disorders. 37 (7): 1375–1380. ISSN 0162-3257. PMID 17082976. doi:10.1007/s10803-006-0264-1