Earl Wilson (jornalista) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Earl Wilson
Earl Wilson (jornalista)
Nascimento 3 de maio de 1907
Rockford
Morte 16 de janeiro de 1987 (79 anos)
Yonkers
Cidadania Estados Unidos
Alma mater
Ocupação jornalista, escritor

Harvey Earl Wilson (Rockford, 3 de maio de 1907Yonkers, XXXXXXX 16 de janeiro de 1987) foi um jornalista, colunista social do show business novaiorquino e escritor estadunidense.

Por quatro décadas sua coluna "It Happened Last Night" (Aconteceu noite passada) foi distribuída nacionalmente pelo Syndicate.[1]

Harvey Earl Wilson nasceu em uma família de agricultores de Rockford, Ohio; enquanto estava no colegial conseguiu um emprego de 15 dólares por semana como editor de esportes de um jornal diário local, o The Piqua Daily Call; mais tarde formou-se em jornalismo pela Universidade Estadual de Ohio e trabalhou para jornais em Columbus e Akron, e para o serviço de jornalismo News International antes de se transferir para The Washington Post.[1]

Em 1935 mudou-se para Nova York com ajuda de sua ex-colega no The Ohio State Lantern, Ruth McKenney, passando a trabalhar para o The New York Post; algum tempo depois ganhou fama com seu livro "My Sister Eileen" - um de seus inúmeros livros, a maioria deles baseados naquilo que publicava em suas colunas; McKenney o hospedara numa pensão nas imediações do Washington Square Park, onde ele conheceu sua futura esposa e companheira de pesquisas noturnas, Rosemary Lyons, uma secretária então, com quem veio a ter um filho, Earl Jr.[1]

Wilson começou sua coluna It Happened Last Night em 1942; ele passava boa parte das noites rondando os nightclubs, bares e outros pontos da Broadway em busca de novidades para divulgar na coluna onde os leitores procuravam - e encontravam - revelações sobre as estrelas do teatro e do cinema, até quando se aposentou em 1983.[1]

Sua coluna foi distribuída para 175 jornais, e conseguiu se manter com sucesso numa época em que muitos de seus rivais perdiam leitores; ele também manteve, por muitos anos, um programa de rádio e, em 1957, comandou um quadro no The Tonight Show.[1]

Sua rotina diária de trabalho começava às 18 h, quando telefonava para várias fontes e analisava relatórios de seus assistentes; às 20 h seu ritmo acelerava quando saía, quase sempre em companhia da esposa Rosemary (a quem chamava "B.W." em suas narrativas, abreviação de Beautiful Wife - bela esposa), para jantar nalgum restaurante badalado e juntos faziam a ronda dos pontos noturnos até as 2 ou 3 h da madrugada, quando então voltavam para casa e ele ia à máquina de escrever, para acordar no dia seguinte ao fim da manhã.[1]

Sofrendo do mal de Parkinson por muitos anos, Wilson fora internado com pneumonia em 14 de dezembro de 1986; perdeu a esposa em fevereiro de 1987; no hospital St. Joseph's Medical Center ele sofrera um acidente vascular cerebral e veio a falecer mais tarde, aos 79 anos, de causas não reveladas.[1]

Carnaval carioca de 1961

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Wilson veio ao Rio de Janeiro no carnaval de 1961, junto à sua "B.W."; a narrativa que publicou na sua coluna It Happened Last Night mostra não somente a visão de um estrangeiro no Brasil, mas as coisas que aconteciam nos bastidores.[2]

Um dos fatos que narrou foi do empresário teatral Billy Rose, que viera com sua ex-esposa Joyce Mattews para a comemoração, integrando o grupo de astros e estrelas do show business convidados de Jorge Guinle; numa das festas um rapaz brasileiro jogara lança-perfume no rosto do milionário e ele devolveu jogando água na cara do desafeto - no dia seguinte Joyce estava com o rapaz, para a infelicidade de Rose.[2]

Ele relatou que as manchetes locais chamavam de "Carnaval de Sangue" pois durante as quatro noites da folia tinham ocorrido 13 assassinatos; mas que mesmo um ladrão assaltara sorrindo a sua vítima, dentro de uma contagiante máxima que a todos parecia contagiar: "ser feliz" - em que ele e sua B.W. vivenciaram tudo em dobro, assistindo "milhares e milhares de brasileiros sambando em cima das mesas, em cadeiras, nas varandas, nas ruas e, até, nas pistas de dança.".[2]

"Bebiam... Inalavam perfumes embebidos em lenços (apesar de ser ilegal)... Faziam amor... esqueciam os problemas do resto do ano em uma muito grande farra" - registrou - "Baby Pignatari e sua noiva estavam felizes em meio à multidão dançando... Jean-Pierre Aumont dançou com Marisa Pavan... Mas você não precisa ter um parceiro", dizia, completando que uma moça passara horas a fio dançando sozinha sobre uma mesa, vestida num collant, devendo ter perdido 15 libras no calor do meio do verão carioca.[2]

Mas o Brasil não tem tudo, assinalava, pois no país não tinha os donuts estadunidenses; e noticiava que o empresário Harold Aronson descobrira essa carência e prometia trazê-los ao país; Ele assim conclui sua matéria sobre o carnaval brasileiro:[2]

"As duas primeiras noites pareciam loucura, mas na terceira - talvez por respirar o éter que havia no ar, pensamos: 'por que não podemos fazer isso quando voltarmos a Nova York, ou Newark, ou Chicago, ou Los Angeles, ou em qualquer lugar?
Nova Orleans, Honolulu, Miami Beach e San Antonio deveriam mandar espiões para cá.
Que atração turística! Cada assento no voo da Varig que veio estava ocupado. O famoso hotel dos Guinle, Copacabana Palace estava tão congestionado que o jovem Jorge Guinle dificilmente conseguiria uma mesa para 18.
"[2]

Referências

  1. a b c d e f g Glenn Fowler (17 de janeiro de 1987). «Earl Wilson dies at age 79; chronicler of show business». New York Times. Consultado em 9 de abril de 2016 
  2. a b c d e f Earl Wilson (22 de fevereiro de 1961). «Even Stickup Guys Were Jolly At Rio Show: But Billy Rose Wasn't». Pittisburgh Post-Gazette. Consultado em 9 de abril de 2016