Economics (livro) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Economics | |
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Autor(es) | Paul Samuelson e William Nordhaus |
Idioma | inglês |
Género | Economia |
Economics é um influente livro introdutório dos economistas norte-americanos Paul Samuelson e William Nordhaus. Foi publicado em 1948 e já apareceu em dezenove edições diferentes, o mais recente em 2010.[1] Foi o livro mais vendido de economia por muitas décadas e ainda continua a ser popular, vendendo mais de 300 000 exemplares de cada edição, de 1961 até 1976.[2] O livro foi traduzido em quarenta e uma línguas e no total já vendeu mais de quatro milhões de cópias.
Foi escrito inteiramente por Samuelson até à décima segunda edição, em 1985. As edições mais recentes foram revistas por Nordhaus.
Influência
[editar | editar código-fonte]Samuelson esperava e exigia que o seu manual tivesse uma profunda influência na sociedade ao afirmar: "Não me importo com quem aprova as leis do país — ou elabora os seus tratados mais avançados — desde que eu possa escrever os livros de economia deles".[3] Economics tem sido designado como o "cânone dos manuais", e o desenvolvimento do pensamento económico dominante foi delineado comparando as catorze edições sob a supervisão de Samuelson.[4] Posteriormente a esta citação a obra foi editada mais cinco vezes, num total de dezenove edições, tendo o seu Autor entretanto falecido.
Economics cunhou o termo e popularizou o conceito de "síntese neoclássica",[5] combinando a economia neoclássica e a economia keynesiana e ajudando a torná-la na escola líder da corrente principal (mainstream) da economia nos EUA e, por todo o mundo, na segunda metade do século XX.
Difundiu o conceito de paradoxo da poupança que atribuiu a John Maynard Keynes, embora o próprio Keynes o atribuísse a autores anteriores e versões do conceito datem da antiguidade.
O texto de 1958 introduziu uma "árvore genealógica da economia", que no século XX consistia de somente dois agrupamentos, o "socialismo", listando Marx e Lenine, e a "síntese neoclássica," listando Marshall e Keynes. Esta divisão era o equivalente das economias da guerra fria então existentes, a Soviética comunismo e a americana capitalismo. Tal permitiu uma visão simplificada das escolas de pensamento económico em disputa, englobando escolas que se consideravam distintas, e hoje muitos, dentro e fora da economia, comparam a "economia" com a "economia neoclássica", seguindo Samuelson. Edições posteriores deram uma cobertura alargada a outras escolas, como a escola austríaca, a economia institucionalista e a economia marxista.[6]
Recepção
[editar | editar código-fonte]Economics foi o segundo manual keynesiano nos EUA, seguindo o The Elements of Economics, de 1947, de Lorie Tarshis. Tal como a obra de Tarshis, o Economics foi atacado pelo conservadorismo nos EUA (como parte do macartismo), as universidades que o adoptaram estavam sujeitas a "pressão financeira conservadora" e Samuelson foi acusado de ser comunista. Não obstante, Economics teve grande sucesso e continuou a ser amplamente adoptado. O sucesso da obra de Samuelson, em comparação com a de Tarshis, que foi objecto de ataques mais "virulentos", é atribuído a vários factores, nomeadamente ao estilo desapaixonado e científico de Samuelson, em contraste com o estilo mais comprometido de Tarshis, seguindo posteriormente os manuais o estilo de Samuelson.[7]
As acusações pelos conservadores de simpatias comunistas pelo Economics continuaram até à década de 1980.[8]
Edição em português
[editar | editar código-fonte]Economia (19ª Edição - 2011); Autores: Paul SAMUELSON e William NORDHAUS, Tradução e revisão técnica: Elsa Fontainha e Jorge Pires Gomes; Editor: McGraw-Hill, ISBN 9789899717237; Número de Páginas: 736
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Principles of Economics de Alfred Marshall foi um livro anterior igualmente muito influente.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Página da editora sobre o livro[ligação inativa]
- ↑ Skousen, Mark (1997), «Cópia arquivada» (PDF), Journal of Economic Perspectives, 11 (2): 137–152, cópia arquivada (PDF) em 13 de maio de 2011
- ↑ Nasar, Silvia, Hard Act to Follow?, New York Times, 14 de Março de 1995, C1, C8.
- ↑ Kerry A. Pearce, Kevin D. Hoover, After the Revolution: Paul Samuelson and the Textbook Keynesian Model, History of Political Economy, 1995, volume 27 (Suplemento), p. 183–216, [1]
- ↑ Olivier Blanchard (2008), "Neoclassical synthesis," The New Palgrave Dictionary of Economics, 2a. Edição. Abstract.
- ↑ Mark Skousen, 1997, The Perseverance of Paul Samuelson's Economics, Journal of Economic Perspectives, volume 11, n. 2, p. 137, http://pubs.aeaweb.org/doi/pdfplus/10.1257/jep.11.2.137%7Cdoi=10.1257/jep.11.2.137}}
- ↑ Colander e Landreth, op. c. p. 11–13, especialmente p. 12, nota 33
- ↑ Tom Bethell, Socialism by the Textbook, 1989-10-13, National Review
Fontes
[editar | editar código-fonte]- Colander, David; Landreth, Harry (1998). «Political Influence on the Textbook Keynesian Revolution: God, Man, and Laurie Tarshis at Yale» (PDF). In: Hamouda, O.F.; Price, B.B. Keynesianism and the Keynesian Revolution in America: A Memorial Volume in Honour of Lorie Tarshis. Cheltenham: Edward Elgar. pp. 59–72
- Samuelson, Paul Anthony (1948). Economics, an Introductory Analysis. [S.l.]: McGraw-Hill
- Samuelson, Paul A., e William D. Nordhaus (2010), 19th ed. Economics. Description. McGraw-Hill. ISBN 9780073511290, 0073511293
- Samuelson, Paul A. (1997). "Credo of a Lucky Textbook Author", Journal of Economic Perspectives, 11(2), pp. 153–160.
- Samuelson, Paul A., Harold W. McGraw, Jr., William D. Nordhaus, Orley Ashenfelter, Robert M. Solow, e Stanley Fischer (1999). "Samuelson's Economics at Fifty: Remarks on the Occasion of the Anniversary of Publication, Journal of Economic Education, 30(4), pp. 352–363.