Efeitos econômicos dos ataques de 11 de setembro – Wikipédia, a enciclopédia livre
Os ataques de 11 de setembro de 2001 causaram, inicialmente, choques que provocaram uma queda acentuada nos mercados de ações a nível global. Os próprios ataques resultaram em aproximadamente 40 bilhões de dólares em perdas de seguros, tornando-se um dos maiores sinistros, bem como uma das maiores indenizações da história.[1]
Mercados financeiros
[editar | editar código-fonte]Na terça-feira, 11 de setembro de 2001, a abertura da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) foi adiada depois que o primeiro avião caiu na Torre Norte do World Trade Center, e as negociações do dia foram canceladas depois que o segundo avião caiu na Torre Sul. A NASDAQ também cancelou as negociações. O prédio da Bolsa de Valores de Nova York foi evacuado, assim como quase todos os bancos e instituições financeiras em Wall Street e em muitas cidades do país. A Bolsa de Valores de São Paulo, na época ainda Bovespa, fechou após 1h15 de pregão (às 11h15) em queda de 9,18%.[2] A Bolsa de Valores de Londres e outras bolsas de valores em todo o mundo também foram fechadas e evacuadas com medo de novos ataques terroristas. A nova-iorquina permaneceu fechada até a segunda-feira seguinte. Esta foi a terceira vez na história que a NYSE experimentou um fechamento prolongado, sendo a primeira vez nos primeiros meses da Primeira Guerra Mundial e a segunda em março de 1933 durante a Grande Depressão.[3][4] A negociação no mercado de títulos dos Estados Unidos também cessou; a principal negociadora de títulos do governo, Cantor Fitzgerald, estava sediada no World Trade Center.[5] A New York Mercantile Exchange também foi fechada por uma semana após os ataques.[6]
O Sistema de Reserva Federal (The Fed) emitiu um comunicado, dizendo que estava "aberto e operacional. A janela de desconto está disponível para atender às necessidades de liquidez".[7] Ainda adicionou 100 bilhões de dólares em liquidez por dia, durante os três dias seguintes ao ataque para ajudar a evitar uma crise financeira.[6] O então vice-presidente e membro do Conselho de Governadores do Federal Reserve, Roger W. Ferguson Jr., descreveu em detalhes esta e outras ações que o The Fed executou para manter uma economia estável e compensar possíveis interrupções que poderiam surjir no sistema financeiro.[8]
Os preços do ouro dispararam, de 215,50 dólares para 287 a onça-troy de ouro nas negociações de Londres.[5] Os preços do petróleo também dispararam.[9] O valor do gás nos Estados Unidos também disparou brevemente, embora o aumento nos preços tenha durado apenas cerca de uma semana.[6]
A troca de moedas continuou, com o dólar americano caindo acentuadamente em relação ao euro, libra esterlina e iene japonês.[5] No dia seguinte, as bolsas europeias caíram acentuadamente, incluindo quedas de 4,6% na Espanha, 8,5% na Alemanha e 5,7% na Bolsa de Valores de Londres.[5] As ações nos mercados latino-americanos também caíram, com queda de 9,2% no Brasil, 5,2% na Argentina e queda de 5,6% no México, antes da interrupção das negociações.[5]
Referências
- ↑ Makinen, Gail (27 de setembro de 2002). «The Economic Effects of 9/11: A Retrospective Assessment» (PDF). Congressional Research Service. pp. CRS–4. Consultado em 27 de dezembro de 2022
- ↑ Guimarães, Arthur (11 de setembro de 2021). «Atentados do 11 de Setembro imprimiram terror e fecharam bolsas; em Nova York mercado não abriu por 4 dias». Suno Notícias. Consultado em 28 de dezembro de 2022
- ↑ Brown, Abram. «What Can Close The NYSE? World War, Presidential Funerals And Hurricane Sandy». Forbes (em inglês). Consultado em 28 de dezembro de 2022
- ↑ «Economics And Finances». Global Financial Data. Consultado em 28 de dezembro de 2022
- ↑ a b c d e Norris, Floyd; Jonathan Fuerbringer (12 de setembro de 2001). "Stock". New York Times.
- ↑ a b c Makinen, Gail (27 de setembro de 2002). «The Economic Effects of 9/11: A Retrospective Assessment» (PDF). Congressional Research Service. pp. CRS–2
- ↑ «FRB: Press Release -- Federal Reserve open and operating -- September 11, 2001». www.federalreserve.gov. Consultado em 28 de dezembro de 2022
- ↑ «FRB: Speech, Ferguson--September 11--February 5, 2003». www.federalreserve.gov. Consultado em 28 de dezembro de 2022
- ↑ Stevenson, Richard W., Stephen Labaton (12 de setembro de 2001). "The Financial World Is Left Reeling by Attack". The New York Times.