Eleições estaduais no Paraná em 1960 – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Eleições estaduais no Paraná em 1960 | |||||||
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3 de outubro de 1960 (Turno único) | |||||||
Candidato | Ney Braga | Nelson Maculan | |||||
Partido | PDC | PTB | |||||
Natural de | Lapa, PR | Santana de Parnaíba, SP | |||||
Vice | Não havia | Não havia | |||||
Votos | 253.552 | 225.589 | |||||
Porcentagem | 37,69% | 33,53% | |||||
Resultado por município:
Plínio Costa (31 municípios) 30–39% (9) 40–49% (17) 50–59% (5)
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Titular | |||||||
As eleições estaduais no Paraná em 1960 aconteceram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em onze estados cujos governadores exerciam um mandato de cinco anos.[nota 1][nota 2][1]
Apurados os votos na eleição para governador a vitória coube a Ney Braga, militar e político nascido em Lapa.[2] Sua trajetória profissional começou em 1935 ao ingressar na Escola Militar do Realengo e algum tempo depois serviu nos estados do Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Ao obter a patente de Major do Exército Brasileiro comandou o 3º Regimento de Artilharia Montada em Curitiba. Cunhado do então governador Bento Munhoz da Rocha, foi chefe de polícia e estreou na política em 1954 ao disputar a prefeitura da capital paranaense via PL. Após romper politicamente com seu cunhado, Ney Braga foi eleito deputado federal pelo PDC em 1958[3] num pleito marcado pela ausência do falecido Abilon de Sousa Naves. Durante sua estadia no Palácio Iguaçu irrompeu o Regime Militar de 1964 e nele o governador Ney Braga ingressou na ARENA e foi escolhido ministro da Agricultura pelo presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, a quem conheceu na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. O predomínio do novo governador sobre a política estadual só arrefeceria após as eleições de 1982.[4][nota 3]
No dia 20 de março de 1964 a linha sucessória estadual mudou com a posse do engenheiro civil Afonso Camargo como o primeiro vice-governador da história paranaense.[5] Graduado na Universidade Federal do Paraná, ele nasceu em Curitiba e foi sócio-fundador de uma construtora. Ingressou na política em 1956 e com o tempo assumiu a presidência do diretório estadual do PDC. Após a eleição de Ney Braga em 1960, ocupou a direção da Departamento de Águas e Energia Elétrica do Paraná e foi o primeiro presidente da Companhia de Desenvolvimento do Paraná até ser escolhido secretário de Justiça, último cargo antes de ascender à vice-governadoria por eleição indireta na qual seu nome foi sufragado por vinte e oito votos dentre os trinta e nove deputados estaduais presentes.[6][7]
Embora Afonso Camargo tenha sido eleito vice-governador do estado, renunciou ao mandato em 1965 ao romper politicamente com o titular e assim quando Ney Braga assumiu o cargo ministerial supra mencionado, o governo foi exercido por Antônio Rüppel durante três dias até que a Assembleia Legislativa do Paraná elegeu o engenheiro civil Algacir Guimarães para a chefia do Executivo.[nota 4][8][9][10]
Resultado da eleição para governador
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 672.754 votos nominais.[1]
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Ney Braga PDC | Não havia[nota 5] - | - | PDC, PL | 253.552 | 37,69% |
Nelson Maculan PTB | Não havia[nota 5] - | - | PTB (sem coligação) | 225.589 | 33,53% |
Plínio Costa PSD | Não havia[nota 5] - | - | PSD (sem coligação) | 193.613 | 28,78% |
Resultado da eleição para vice-governador
[editar | editar código-fonte]Numa eleição realizada pela Assembleia Legislativa do Paraná estiveram presentes trinta e nove parlamentares. Além dos vinte e nove votos nominais houve oito votos em branco e duas abstenções, sendo que seis deputados não compareceram à sessão especial destinada a eleger o vice-governador.[7]
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Não havia - | Afonso Camargo PDC | - | PDC (sem coligação) | 28 | 96,55% |
Não havia - | Paulo Pimentel[nota 6] PTN | - | PTN (sem coligação) | 01 | 3,45% |
Notas
- ↑ Alagoas, Goiás, Guanabara, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
- ↑ Os governadores eleitos em 1947 terminariam seus mandatos no mesmo dia que o presidente Eurico Gaspar Dutra e a partir de então alguns estados fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, e assim os estados acima faziam eleições a cada lustro. Goiás aderiu à regra do quinquênio em 1960, bem como a Guanabara, criada no referido ano.
- ↑ A eleição de Ney Braga ao governo estadual ocasionou a efetivação de Estefano Mikilita, suplente de deputado federal eleito em 1958 pelo PDC.
- ↑ Não confundir o Afonso Camargo mencionado nesta página com seu avô, também chamado Afonso Camargo.
- ↑ a b c O cargo de vice-governador seria instituído no Paraná apenas em 1964 conforme assevera o texto acima.
- ↑ O voto destinado a Paulo Pimentel consta aqui para efeito de registro, pois o mesmo sequer participou da disputa.
Referências
- ↑ a b «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 6 de julho de 2017
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Ney Braga». Consultado em 6 de julho de 2017
- ↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Ney Braga». Consultado em 6 de julho de 2017
- ↑ «PARANÁ, Casa Civil: biografia de Ney Braga». Consultado em 6 de julho de 2017
- ↑ Novo encontro amanhã de Lacerda com Nei (sic) Braga para tratar de sucessão (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 06/03/1964. Primeiro caderno, pág. 04. Página visitada em 6 de julho de 2017.
- ↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Afonso Camargo». Consultado em 6 de julho de 2017
- ↑ a b Eleito Afonso Camargo Neto vice-governador do Paraná (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 28/02/1964. Primeiro caderno, pág. 05-G. Página visitada em 7 de julho de 2017.
- ↑ Nei (sic) renuncia ao governo para assumir ministério (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 17/11/1965. Primeiro caderno, pág. 07. Página visitada em 7 de julho de 2017.
- ↑ «PARANÁ, Casa Civil: biografia de Antônio Rüppel». Consultado em 6 de julho de 2017
- ↑ «PARANÁ, Casa Civil: biografia de Algacir Guimarães». Consultado em 6 de julho de 2017