Escravidão feminina nos Estados Unidos – Wikipédia, a enciclopédia livre
A instituição da escravidão na América do Norte, existiu desde os primeiros anos do período colonial até 1865, quando a Décima Terceira Emenda aboliu permanentemente a escravidão em todo o território estadunidense. Foi abolida, também, entre as tribos indígenas soberanas no Território Indígena por novos tratados de paz que os Estados Unidos da América requereram após a Guerra da Secessão.
Durante a maioria do século XVII e parte do século XVIII, escravos do sexo masculino eram em maior número que escravas do sexo feminino, fazendo com que os dois grupos tivessem experiências distintas nas colônias. Vivendo e trabalhando em uma ampla variedade de circunstâncias e regiões, homens e mulheres afro-americanos tiveram variadas experiências de escravidão. Com o aumento de mulheres africanas sequestradas, bem como os escravos nascidos nas colônias, estupros cresceram entre 1730 e 1750. "A singularidade da situação das mulheres afro-americanas é que ela situa-se no cruzamento de duas das mais bem desenvolvidos ideologias na América, sobre as mulheres e sobre o Negro."[1] Possuindo identidades femininas e identidades negras, mulheres africanas escravizadas enfrentaram racismo e sexismo.
América Colonial
[editar | editar código-fonte]Virgínia
[editar | editar código-fonte]A partir de 1700 e 1740, um número estimado de 43.000 escravos foram levados para a Virgínia e, a exceção de 4.000 escravos, foram sequestrados diretamente da África.[2] Pesquisas recentes sugerem que o número de mulheres e homens transportados neste período foi semelhante, incluindo um elevado número de filhos.[2] Como a maioria dos escravos provinham da África Ocidental, suas culturas eram centrais de meados ao fim do século XVIII da escravidão na Virgínia. Valores africanos foram predominantes e as culturas das mulheres da África Ocidental tinham fortes representações. Algumas representações culturais predominantes formavam os poderosos laços entre mãe e filho e entre as mulheres na comunidade feminina.[3] Entre o grupo étnico Ibo (da atual Nigéria ,em particular, que incluía entre um terço e metade dos escravos no início do século XVIII, a autoridade feminina (a omu) "administrava sobre uma ampla variedade de questões importantes para as mulheres, em particular, e para a comunidade como um todo."[4] O grupo étnico lgbo representava um grupo de pessoas trazidas para a Chesapeake, porém, em geral, os africanos vieram de uma variada gama de culturas. Todos vieram de comunidades onde as mulheres eram fortes,[5] e foram introduzidas sociedade patriarcal, violentamente racista e exploradora; homens brancos normalmente caracterizavam todas as mulheres negras como uma paixão sexual, visando justificar seu abuso sexual e miscigenação.[6]
Meninas da Virgínia, sobretudo meninas negras, não eram educadas, e a maioria era analfabeta. Mulheres africanas e afro-americanas escravas ocupavam um vasta gama de posição. As colônias do sul eram majoritariamente sociedade agrárias, onde mulheres escravas provinham trabalho nos campos, plantando e executando tarefas, mas, principalmente na esfera doméstica, cuidando de doentes, cuidando das crianças, cozinhando, lavando etc.[7]
Nova Inglaterra
[editar | editar código-fonte]A historiadora Ira Berlin distingue entre "sociedades de escravos" e "sociedades com escravos". Nova Inglaterra era considerada uma sociedade com escravos, dependente do comércio marítimo e agricultura diversificada, em contraste às sociedades de escravos do sul, que eram "social, econômica e politicamente dependentes do trabalho escravo, possuíam uma grande população escrava e permitia extenso poder dos donos de escravos sobre seus escravos não fiscalizados pela lei."[8] Nova Inglaterra tinha uma pequena população escrava, em que os donos de escravos pensavam ser patriarcas que tinham o dever de proteger, guiar e cuidar de seus escravos.[8] Mulheres escravas na Nova Inglaterra tinham maiores oportunidades de lutarem por sua liberdade do que em outras regiões pois "o sistema legal da Nova Inglaterra, a frequência de alforria dada pelos donos e as chances de contratação, especialmente entre escravos homens, que procuravam oportunidades de ganhar dinheiro suficiente para comprar uma esposa e filhos."[9]
Referências
- ↑ White, Deborah Gray. Ar’n't I a Woman (sic). [S.l.: s.n.]
- ↑ a b Saxton, Martha, Sendo Bom: Mulheres os Valores Morais, no Início de América, Nova Iorque, 2003, 121
- ↑ Saxton, Martha, Sendo Bom: Mulheres os Valores Morais, no Início de América, Nova Iorque, 2003, 122-123
- ↑ Saxton (2003), Sendo Bons, p. 122
- ↑ Saxton (2003), Sendo Bons, p. 124
- ↑ Saxton (2003), Sendo Bons, p. 125
- ↑ «Female Slavery In The South». Consultado em 2 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 11 de dezembro de 2013
- ↑ a b Catherine Adams and Elizabeth H. Pleck. "The Uniqueness of New England," Love of Freedom, New York, City, 29.
- ↑ Catherine Adams and Elizabeth H. Pleck. "The Uniqueness of New England," Love of Freedom, New York, City, 30.