Estação Ferroviária de Quinta Grande – Wikipédia, a enciclopédia livre

Quinta Grande
Estação Ferroviária de Quinta Grande
a estação de Quinta Grande, em 2008
Identificação: 80358 QGR (Quint.Grande)[1]
Denominação: Estação de Concentração de Quinta Grande
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: EC (estação de concentração)[1]
Linha(s): Linha de Vendas Novas (PK 34+100)
Altitude: 20 m (a.n.m)
Coordenadas: 38°56′27.71″N × 8°31′1.84″W

(=+38.94103;−8.51718)

Mapa

(mais mapas: 38° 56′ 27,71″ N, 8° 31′ 01,84″ O; IGeoE)
Município: CorucheCoruche
Serviços: sem serviços
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
909 911
Inauguração: 15 de janeiro de 1904 (há 120 anos)
Encerramento: 1 de outubro de 2011 (há 13 anos)
Website:

A Estação Ferroviária de Quinta Grande é uma interface ferroviária encerrada da Linha de Vendas Novas, que servia a herdade de Quinta Grande, no concelho de Coruche, em Portugal.

Vista de rua da estação de Quinta Grande, em 2008.

Infraestrutura

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Em Janeiro de 2011, dispunha de duas vias de circulação, ambas com 694 m de comprimento, e duas plataformas, que tinham 58 e 40 m de extensão, e 45 e 50 cm de altura[4] (em 2022 estes valores, extensão das vias de circulação I e II, haviam sido ajustados para 688 m cada).[3]

O edifício de passageiros situa-se do lado sudoeste da via (lado direito do sentido ascendente, para Vendas Novas).[5][6]

O local desta interface é um ponto de câmbio nas características da via férrea e do seu uso, nomeadamente mudando aqui o regime de exploração entre tipo RCI (que se estende para norte até Setil) e tipo RCAP (que se estende para sul até Salgueirinha). [3]

Situa-se junto a esta estação a substação de tração de Quinta Grande, contratada à C.P., que assegura aqui a eletrificação de parte da Linha de Vendas Novas, entre a zona neutra de Muge e a de Canha.[3]

Situa-se perto desta estação, centrado ao PK 36+61, o Ramal Quinta Grande - DAI, gerido pela DAI - Sociedade de Desenvolvimento Agro-Industrial; tem tipologia «Linhas de Carga/Desc. DPF»[3] (Ramal Particular) e código 150 (dep. 80374), e insere-se na via ao PK 36+613.[1]

Em Agosto de 1902, a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses já tinha determinado quais as estações e apeadeiros a construir no projecto da Linha de Vendas Novas, tendo-se programado a instalação de um apeadeiro com o nome de Quinta Grande, ao quilómetro 35.[7] A Linha de Vendas Novas foi inaugurada no dia 15 de Janeiro de 1904.[8]

Em 1905, realizou-se um estudo do troço entre Mora e a Linha de Vendas Novas da então planeada Linha do Sorraia, tendo-se verificado a impossibilidade de iniciar a linha em Coruche, pelo que o local de entroncamento passou a ser projectado para a estação de Quinta Grande.[9] No entanto, o empreendimento da Linha do Sorraia foi cancelado por um decreto de 27 de Junho de 1907.[10] Em 1913, a estação de Quinta Grande era servida por carreiras de diligências até Azervadinha, Herdade da Venda, Couço e Santa Justa.[11]

Em 1934, o Ministério das Obras Públicas e Comunicações lançou uma portaria que aprovou o projecto da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses para a modificação das linhas na estação de Quinta Grande, e autorizou as expropriações de uma faixa de terreno que era necessária para aquela obra.[12] Nesse ano, a Companhia também fez grandes reparações na estação.[13]

Em Setembro de 1971, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses anunciou que a partir do dia 1 de Outubro desse ano deixariam de estar guarnecidas várias estações e apeadeiros, incluindo a de Quinta Grande, como parte de um programa de racionalização da exploração ferroviária. Assim, a estação deixaria de vender bilhetes, que passariam a ser adquiridos a bordo dos comboios, e seria suspensa a expedição de bagagens e remessas em detalhe, embora continuasse a expedir vagões completos.[14]

Comboio de mercadorias a circular para sul junto à estação da Quinta Grande em 2019, com Coruche ao fundo.

Na década de 1980, esta interface era utilizada por serviços regionais com 5-6 circulações diárias, surgindo com a categoria de apeadeiro nos horários do início da década[15][16] mas de novo como estação em documentação oficial de 1985-1988.[5][6]

Em 2004 era servida por comboios Regionais da operadora CP.[17]

Tal como as restantes interfaces da Linha de Vendas Novas, esta estação deixou de ter serviço de passageiros em 2005[18] e, após reabertura em 2009,[19] de novo em 2011.[20]

Referências

  1. a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. a b c d e Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  4. «Quadro resumo das características da infra-estrutura». Rede Ferroviária Nacional. Directório da Rede 2012: 70-85. 6 de Janeiro de 2011 
  5. a b (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  6. a b Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  7. «Construcção da Linha de Vendas Novas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (351). 1 de Agosto de 1902. p. 225-226. Consultado em 28 de Janeiro de 2015 
  8. «Companhia Real» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 17 (426). 16 de Setembro de 1905. p. 283. Consultado em 28 de Janeiro de 2015 
  9. «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 18 (427). 1 de Outubro de 1905. p. 298-299. Consultado em 28 de Janeiro de 2015 
  10. SOUSA, José Fernando de (1 de Fevereiro de 1937). «Abertura do novo troço da Linha de Portalegre» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1179). p. 75-77. Consultado em 28 de Janeiro de 2015 
  11. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 22 de Fevereiro de 2018 
  12. «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1120). 16 de Agosto de 1934. p. 429. Consultado em 28 de Janeiro de 2015 
  13. «O que se fez nos Caminhos de Ferro Portugueses, durante o ano de 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1130). 16 de Janeiro de 1935. p. 50-51. Consultado em 28 de Janeiro de 2015 
  14. «A C. P. informa:» (PDF). Povo Algarvio. Ano XXXVIII (1944). Tavira. 18 de Setembro de 1971. p. 3. Consultado em 27 de Outubro de 2024 – via Hemeroteca Municipal do Algarve 
  15. «Horário de Verão 1984» (PDF). O Comboio em Portugal e Caminhos de Ferro Portugueses. 3 de Junho de 1984. 59 páginas. Consultado em 5 de Novembro de 2010 
  16. Horário verão 1980 Caminhos de Ferro Portugueses: Lisboa, 1980: p.7
  17. «Horários Lisboa–Vendas Novas–Lisboa» (PDF). CP. 6 de junho de 2004. Consultado em 11 de junho de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 10 de outubro de 2004 
  18. «Informação — Linha de Vendas Novas — Alteração do Serviço a partir de 2 de Janeiro de 2005». CP. 30 de dezembro de 2004. Consultado em 11 de junho de 2019. Cópia arquivada em 30 de dezembro de 2004 
  19. Talixa, Jorge (22 de julho de 2009). «Câmaras e CP retomam comboios de Coruche». Público. Consultado em 11 de junho de 2019 
  20. «A partir de 01 de Outubro - Supressão do serviço ferroviário entre Setil e Coruche». Comboios de Portugal. 1 de Setembro de 2011. Consultado em 2 de Dezembro de 2011. Arquivado do original em 2 de abril de 2015 
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Ligações externas

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