Estação Ferroviária de Barca da Amieira-Envendos – Wikipédia, a enciclopédia livre
Barca da Amieira - Envendos | |||||||||||
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a via a nordeste da estação (à esquerda), vista da margem oposta em 2011 | |||||||||||
Identificação: | 52415 BAE (Barc.Amieira)[1] | ||||||||||
Denominação: | Estação Satélite de Barca da Amieira - Envendos | ||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3] | ||||||||||
Classificação: | ES (estação satélite)[1] | ||||||||||
Tipologia: | D [2] | ||||||||||
Linha(s): | Linha da Beira Baixa (PK 40+994) | ||||||||||
Altitude: | 84 m (a.n.m) | ||||||||||
Coordenadas: | 39°31′33.75″N × 7°50′6.65″W (=+39.52604;−7.83518) | ||||||||||
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Município: | Mação | ||||||||||
Serviços: | |||||||||||
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Conexões: |
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Equipamentos: | |||||||||||
Endereço: | EM359 / Caminho do Apeadeiro, s/n Barca da Amieira PT-6120-013 Envendos MAC | ||||||||||
Inauguração: | 6 de setembro de 1891 (há 133 anos) | ||||||||||
Website: |
A estação ferroviária de Barca da Amieira - Envendos, originalmente designada apenas como de Barca da Amieira[5] (nome frequentemente grafado como "Barca d’Amieira")[6] e por vezes ainda assim referida, em abreviatura ("Barca Amieira"),[3] é uma interface ferroviária da Linha da Beira Baixa, que serve nominalmente as freguesias de Amieira do Tejo (mun. Nisa) e Envendos (mun. Mação), em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]Esta interface localiza-se junto à linha de água do Rio Tejo,[7] onde este faz fonteira entre os municípios de Nisa, na margem esquerda, a sudeste, e de Mação, na margem direita, a noroeste — situando-se a infraestrutura ferroviária nesta última, incluindo a via férrea e todas as estruturas de apoio, nomeadamente o edifício de passageiros e respetivos arruamentos anexos.[8] Estes, mormente a EM359, com um pendor inicial apreciável,[9] comunicam por via rodoviária esta estação com o restante da freguesia de Envendos e do seu município de Mação; deste lado, para nordeste, a localidade mais próxima, a cerca de dois quilómetros, é São José das Matas.[10] A localidade nominal secundária, Envendos, situa-se a distância considerável, para nornoroeste, a cerca de nove quilómetros, variando consoante o percuso escolhido,[8][11][12]
Na margem oposta do Rio Tejo, que tem aqui cerca de 100 m de largura,[4] situa-se a localidade nominal primária, Barca da Amieira,[13] sendo o atravessamento feito por via fluvial,[4] para peões e veículos ligeiros, a pedido e em regime gratuito, sete horas por dia de quarta‑feira a domingo, de abril a outubro,[14] num percurso que em 2020 durava cerca de três minutos;[15] daqui, a EM359 segue para sudeste, ligando a Amieira do Tejo (antiga sede da freguesia local) a menos de quatro quilómetros, e daí para Arez (sede da freguesia local desde 2012) e Nisa (sede do município local).[16] Não se pode considerar que haja atravessamento rodoviário/penonal alternativo via qualquer das pontes sobre o rio Tejo: A Ponte de Belver situa-se cerca de quatro quilómetros a montante do local da estação mas dista quase catorze por via rodoviária;[17] já a Ponte do Fratel, a pouco menos de treze quilómetros a jusante do local da estação, dista por sua vez quase 21 km por via rodoviária.[18] Dado o declive acentuado da margem direita,[9] onde se situa, esta estação encontra-se pois singularmente isolada: Com efeito, um dos principais acessos, ao longo da sua história, foram os serviços de barcas que atravessavam o rio.[15]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]O edifício de passageiros situa-se do lado noroeste da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para a Guarda).[19][20] Esta interface apresenta quatro vias de circulação, identificadas como I, II, I-A, e II-A, com comprimentos de 466 e 624 m, respetivamente duas-a-duas; destas são as duas primeiras acessíveis por plataforma de 150 m de comprimento e 685 mm de altura; existe ainda uma via secundária, identificada como III, com comprimento de 92 m; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[3]
Serviços
[editar | editar código-fonte]Esta estação é utilizada por comboios Regionais, assegurados pela operadora Comboios de Portugal.[21]
História
[editar | editar código-fonte]Esta interface situa-se no lanço entre Abrantes e Covilhã da Linha da Beira Baixa, que começou a ser construído nos finais de 1885, e entrou em exploração no dia 6 de Setembro de 1891.[22] Foi uma das estações inaugurais deste lanço, sendo então Amieira do Tejo considerada como o ponto de partida de «uma bôa estrada para Niza e outros pontos da Beira».[7]
Em 1932, empreenderam-se obras de melhoramento da toma de água,[23] e em 1934 foi aprovado um projecto para obras de ampliação da estação.[24]
Num diploma publicado no Diário do Governo n.º 240, II Série, de 15 de Outubro de 1949, o Ministério das Comunicações aprovou o processo de expropriação de duas parcelas de terreno entre os PK 41+173,94 e 41+223,94, para a construção de habitações para o pessoal, na estação de Barca de Amieira.[25]
Em 2004, esta interface possuía a classificação de Estação, e dispunha de duas vias de circulação.[26] Em Janeiro de 2011, continuava a apresentar duas vias de circulação, ambas com 466 m de comprimento; as plataformas tinham ambas 150 m de extensão, e 70 cm de altura.[27] — valores entretanto[quando?] (em 2017[28] ou anteriormente) alterados/ajustados para os atuais.[3]
Depois de ter sido o principal acesso à estação durante o século XX, os serviços fluviais entraram em declínio devido à massificação do transporte automóvel e à introdução das barragens,[15] embora continuem em uso, com regulamentação relegislada em 2024.[14] Com efeito, nos finais da década de 2010 foi introduzida uma nova embarcação, depois da antiga ter ficado apeada num local elevado nas margens, na sequência de cheias.[15] Neste período, a estação foi também atingida por incêndios, que levaram à destruição de estruturas em madeira.[15]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ a b Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ a b c d Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- ↑ a b c «Página com os horários de funcionamento do transbordador fluvial de Barca da Amieira, no sítio electrónico da Câmara Municipal de Nisa»
- ↑ «Tarifas de transporte: Visita á Beira Baixa» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha. Ano 4 (89). 3 de Setembro de 1891. p. 267. Consultado em 13 de Dezembro de 2023. Arquivado do original (PDF) em 27 de Setembro de 2015
- ↑ «Horario dos comboios reaes nos dias 5 e 6» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha. Ano 4 (89). 3 de Setembro de 1891. p. 269. Consultado em 13 de Dezembro de 2023. Arquivado do original (PDF) em 27 de Setembro de 2015
- ↑ a b «Inauguração da Linha da Beira Baixa» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha. Ano 4 (89). 3 de Setembro de 1891. p. 263. Consultado em 13 de Dezembro de 2023. Arquivado do original (PDF) em 27 de Setembro de 2015
- ↑ a b «Cálculo de distância rodoviária (39,52601; −7,83533 → 39,56869; −7,87531)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 13 de setembro de 2024: 9490 m: desnível acumulado de +316−129 m
- ↑ a b Folha 323 - Amieira (Niza) (Série M888) Centro de Informação Geoespacial do Exército: Lisboa. Carta geográfica 1:25000: Desnível de 60 m entre os PK 9 (200 m a.n.m), PK 8 (140 m a.n.m), e PK 7 (80 m a.n.m) da EN359.
- ↑ «Cálculo de distância pedonal (39,52601; −7,83533 → 39,53046; −7,85020)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 13 de setembro de 2024: 2200 m: desnível acumulado de +178−13 m
- ↑ «Cálculo de distância cicloviária (39,52601; −7,83533 → 39,56869; −7,87531)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 13 de setembro de 2024: 9780 m: desnível acumulado de +352−165 m
- ↑ «Cálculo de distância pedonal (39,52601; −7,83533 → 39,56869; −7,87531)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 13 de setembro de 2024: 8500 m: desnível acumulado de +346−158 m
- ↑ «Barca da Amieira-Envendos - Linha da Beira Baixa». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 13 de Outubro de 2011
- ↑ a b “Regulamento 483/2024, de 29 de Abril: Aprova o Regulamento de Funcionamento do Transbordador «Barca d’Amieira».” Diário da República, 2.ª série N.º 82 (29 de abril de 2024). (Arq. C.M.; arq. Tretas)
- ↑ a b c d e «Estação da Barca d'Amieira: quando a linha do comboio namora o Tejo». SAPO Viagens. Consultado em 8 de Setembro de 2024
- ↑ «Cálculo de distância pedonal (39,52601; −7,83533 → 39,53046; −7,85020)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 13 de setembro de 2024: 3780 m: desnível acumulado de +221−62 m
- ↑ «Cálculo de distância rodoviária (39,52601; −7,83533 → 39,54343; −7,80278)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 13 de setembro de 2024: 13 890 m: desnível acumulado de +452−435 m
- ↑ «Cálculo de distância rodoviária (39,52601; −7,83533 → 39,49079; −7,95135)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 13 de setembro de 2024: 20 720 m: desnível acumulado de +568−563 m
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- ↑ «Lisboa / Covilhã / Lisboa» (PDF). Comboios de Portugal. 31 de Julho de 2011. Consultado em 15 de Outubro de 2011. Arquivado do original (PDF) em 2 de setembro de 2011
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 24 de Junho de 2015
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1081). 1 de Janeiro de 1933. p. 10-14. Consultado em 25 de Setembro de 2010
- ↑ «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1111). 1 de Abril de 1934. p. 184. Consultado em 25 de Setembro de 2010
- ↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1485). 1 de Novembro de 1949. p. 669. Consultado em 24 de Junho de 2015
- ↑ «Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005». Rede Ferroviária Nacional. Outubro de 2004. p. 62, 82
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ Diretório da Rede 2019. I.P.: 2017.12.07