Eusébio Pinheiro Furtado – Wikipédia, a enciclopédia livre

Eusébio Pinheiro Furtado
Nascimento 1777
Luanda
Morte 18 de outubro de 1861
Lisboa
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação oficial, escritor

Eusébio Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado (Luanda, 1777 — Lisboa, 18 de outubro de 1861) foi um oficial de engenharia do Exército Português, onde atingiu o posto de brigadeiro e exerceu as funções de comandante-geral da arma de Engenharia. Participante ativo da Guerra Civil Portuguesa é autor de um conjunto de memórias sobre os eventos que ocorreram na ilha Terceira, em especial sobre a Batalha da Praia da Vitória.[1][2]

Em 1790, com 13 anos de idade, assentou praça como aspirante de Marinha, sendo promovido em 1796 ao posto de segundo-tenente da Armada. Contudo, em vez de continuar o seu percurso na Marinha, no ano de 1801 foi transferido para o Exército com o posto de capitão-engenheiro.[1]

Aderiu à causa liberal, sendo obrigado a exilar-se para Plymouth, onde esteve no depósito de emigrados liberais que ali se formou. Em 1829, com o posto de tenente-coronel do Corpo de Engenheiros, foi enviado para a ilha Terceira, chegando à cidade de Angra a 5 de abril daquele ano. Na Terceira integrou as forças da fação liberal ali acantonadas, ficando com o encargo de dirigir o serviço de reparação e melhoria das fortificações da ilha, funções em que prestou importantes serviços à causa liberal.[1]

Foi um dos oficiais que integrou a expedição liberal que protagonizou o desembarque do Mindelo e o posterior cerco do Porto. Foi promovido a coronel de engenheiros em agosto de 1833 e a brigadeiro daquela arma em 1842. Após a promoção a oficial-general foi nomeado governador do Castelo de São Jorge, em Lisboa, cargo exerceu até 1846.[1] Nessas funções foi importante na criação da conhecida calçada portuguesa, devendo-se à sua iniciativa algumas das primeiras utilizações daquela técnica de pavimentação urbana. Como agradecimento pela colocação do saneamento na freguesia do Castelo, em Lisboa, a população colocou uma lápide em sua homenagem à entrada do Castelo de S. Jorge.[3] Em 1846 foi nomeado comandante-geral da arma de Engenharia, cargo que exerceu até se reformar em 1857.

Foi agraciado com o grau de comendador da Ordem de São Bento de Avis.[1]

Ao longo da sua carreira publicou diversa obras, algumas das quais suscitaram violentas polémicas. Merece destaque uma memória histórica escrita em 1835 sobre a batalha de 11 de Agosto de 1829, na baía da Praia da ilha Terceira, na qual responde às afirmações menos abonatórias em relação às forças liberais aquarteladas na Terceira que haviam sido publicadas por João Bernardo da Rocha.

Desde 2013 o seu nome está consagrado na toponímia de Lisboa através da Rua Pinheiro Furtado, situada junto ao Martim Moniz.[4]

Obras publicadas

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Entre outras obras, é autor das seguintes monografia:

  • Memória histórica de todo o acontecido no dia eternamente fausto 11 de Agosto de 1829, em que se ganhou a victoria da villa da Praia, para servir de refutação e resposta a carta do chronista mor do reino João Bernardo da Rocha. Lisboa, Imprensa Nacional, 1835.
  • Collecção de varios documentos tirados de muitos outros, que comprovam os serviços honrosos do marechal de campo, comandante geral do real corpo de engenheiros Eusébio Cardoso. Lisboa, Typ. do Panorama, 1849.

Notas

  1. a b c d e "Pinheiro Furtado" na Enciclopédia Açoriana.
  2. Dicionário Portugal, p. 642. Lisboa, Romano Torres, 1907.
  3. Boletim Municipal de Lisboa nº 1012, 2º Suplemento
  4. Câmara Municipal de Lisboa (CML) - Toponímia de Lisboa

Ligações externas

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