Exame vaginal – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ilustração de palpação durante um exame vaginal

Um exame vaginal, também denominado toque vaginal, é um exame físico dos órgãos pélvicos internos e externos da mulher.[1] É usado com frequência em ginecologia para avaliar os sintomas que afetam os sistemas reprodutor e urinário, como dor, hemorragias, corrimento, incontinência urinária ou trauma físico resultante de agressão sexual.[2][3] Pode também ser realizado como forma de avaliar a anatomia de uma paciente antes de uma intervenção médica.[4] O exame pode ser realizado com a paciente desperta numa clínica ou serviço de urgência, ou sob o efeito de anestesia numa sala de operações.[5]

As componentes mais comuns do exame são o exame externo, para avaliar os órgãos genitais externos; o exame interno com palpação, para avaliar o útero, ovários e trompas de Falópio; e o exame interno com espéculo para observar a parede vaginal e o colo do útero.[6] Durante o exame podem ser recolhidas amostras de células e fluidos para rastreio de infeções sexualmente transmissíveis ou cancro.[6]

Alguns médicos realizam exames vaginais integrados numa rotina de cuidados preventivos.[3] No entanto, em 2014 o American College of Physicians publicou recomendações contra o recurso a exames vaginais de forma rotineia em mulheres adultas que não estejam grávidas nem tenham sintomas, exceto nos exames de rastreio de cancro do colo do útero.[7][8] Um exame vaginal pode ser bastante desconfortável em termos físicos e emocionais.[6] Este desconforto pode ser mitigado com comunicação adequada e técnica cuidadosa.[9]

Referências

  1. «Examination of the Female Pelvis». Consultado em 9 de dezembro de 2007. Arquivado do original em 15 de novembro de 2001 
  2. ACOG Practice Advisory on Annual Pelvic Examination Recommendations (30 de junho de 2014). «The Utility of and Indications for Routine Pelvic Examination». American Congress of Obstetricians and Gynecologists. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2014 
  3. a b Hoffman, Barbara L; Bradshaw, Karen D; Cunningham, F Gary; Halvorson, Lisa M; Schaffer, Joseph I; Schorge, John O (2012). Williams gynecology 2nd ed. New York: McGraw-Hill Medical. pp. 2–6. ISBN 9780071716727. OCLC 779244257 
  4. Emery, Jonathan D; Paraiso, Marie Fidela R (7 de outubro de 2014). Office-based gynecologic surgical procedures. [S.l.: s.n.] ISBN 9781493914142. OCLC 893426765 
  5. «Current Procedural Terminology - Pelvic examination under anesthesia (other than local) - Classes». NCBO BioPortal. Consultado em 2 de março de 2018 
  6. a b c Bickley, Lynn S; Szilagyi, Peter G; Bates, Barbara (2013). Bates' guide to physical examination and history-taking 11th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins. ISBN 978-1-60913-762-5. OCLC 801810287 
  7. Qaseem A, Humphrey LL, Harris R, Starkey M, Denberg TD (julho de 2014). «Screening pelvic examination in adult women: a clinical practice guideline from the American College of Physicians». Annals of Internal Medicine. 161 (1): 67–72. PMID 24979451. doi:10.7326/M14-0701 
  8. «Don't perform pelvic exams on asymptomatic nonpregnant women, unless necessary for guideline-appropriate screening for cervical cancer.». Choosing Wisely. American Academy of Family Physicians. 8 de agosto de 2018. Consultado em 5 de dezembro de 2019 
  9. «Trauma-Informed Pelvic Exam - Contraceptive Pearl». Reproductive Health Access Project (em inglês). Consultado em 5 de dezembro de 2019