Estimulação elétrica funcional – Wikipédia, a enciclopédia livre
A estimulação elétrica funcional (FES) é uma corrente alternada de baixa frequência, tipo excito motor que provoca contração muscular utilizada em terapias específicas por profissionais da fisioterapia e estética através de eletrodos sobre a pele do paciente.
Princípio do aparelho
[editar | editar código-fonte]A FES é uma das correntes que fazem parte do grupo conhecido como estimulação elétrica neuromuscular (EENM) - corrente russa, FES, corrente Aussie, que usam as correntes elétricas para provocar contrações musculares através dos eletrodos[1]. E o termo FES é usado na literatura e na prática clínica quando se quer produzir movimento funcional.[2] A corrente gera pulsos elétricos, bifásicos, não polarizados, que variam geralmente na frequência, na configuração do pulso, simetria ou assimetria e nas modulações[3] e possui alta resistência do tecido e uma baixa profundidade de penetração devido a sua baixa frequência.[4] Há controvérsias em relação ao que seria definido como baixa, media e alta frequência.[3]
Parâmetros bioelétricos
[editar | editar código-fonte]Usa-se alguns parâmetros básicos para regular o seu uso de forma satisfatória, a saber:[5]
- Frequência - É o número de pulsos por segundo, expressos em Hertz (Hz);
- Trem de Pulso ou Intensidade - É a sequência de estímulos que se constitui na escolha da saída de corrente (quantidade de fluxo de elétrons) em miliamperes;[6]
- Duração (largura) de pulso - Tempo em que a corrente permanece na pele do paciente;
- Rise (Rampa de Subida de Pulso - Regula a velocidade de contração;
- Decay (Rampa de Descida do Pulso) - O tempo de descida regula a velocidade com que a contração diminui, ou seja, o tempo desde a contração máxima até o relaxamento muscular
Efeitos clínicos
[editar | editar código-fonte]Com a chamada prática baseada em evidências, houve um aumento no número de pesquisas com relação a FES e as diversas patologia que acometem o ser humano. É conhecido os benefícios da corrente na melhora da marcha de pacientes hemipareticos,[7][8][9] assim como de pacientes neurológicos em geral (paralisia facial ou paralisia de Bell, Paralisia cerebral, Doença de Parkinson).[5]
Tem contra indicações para pacientes com marca passo, doenças vasculares periféricas, tecido neoplástico, seio carotídeo e nervo frênico, gestantes, pacientes com baixo entendimento e neuropatias periféricas.
Referências
- ↑ «Uso da eletroestimulação neuromuscular em Fisioterapia». Consultado em 2 de maio de 2018
- ↑ Kitchen, Sheila (2003). Eletroterapia Básica - Prática Baseada em Evidência 11ª ed. [S.l.]: Manole. pp. 483–484. ISBN 8520414532
- ↑ a b PIRES, K. F (2004). «Análise dos efeitos de diferentes protocolos de eletroestimulação neuromuscular através da freqüência mediana». R. bras. Ci e Mov. V.12 (n.2)
- ↑ Sarmento, George Jerre Vieira (2011). Tratado de Fisioterapia Hospitalar - Assistência Integral Ao Paciente. [S.l.]: Atheneu. pp. 334–335. ISBN 9788538802181
- ↑ a b Santos, Leonardo Sapucaia Tosta. «Uso da Estimulação Elétrica Funcional –FES em pacientes neurológicos». Revista daFaculdade Estácio Feira de Santana
- ↑ Borges, Fábio dos Santos (2007). «Parâmetros de modulação na eletroestimulação neuromuscular utilizando corrente russa». Revista Fisioterapia Ser. v.2 (n.1)
- ↑ SCHUSTER, Rodrigo Costa; SANT, Cíntia Ribeiro de; DALBOSCO, Vania (2007). «Efeitos da estimulação elétrica funcional (FES) sobre o padrão de marcha de um paciente hemiparético». Revista Acta Fisiátrica. v. 14 (n. 2). Consultado em 3 de maio de 2018
- ↑ Nunes, Ligia Christina Borsato Guimarães. «EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR NO MÚSCULO TIBIAL ANTERIOR DE PACIENTES HEMIPARÉTICOS ESPÁSTICOS». repositorio unicamp
- ↑ Martins, F.L.M (2004). «Eficácia da eletroestimulação funcional na amplitude de movimento de dorsiflexão de hemiparéticos». REVISTA NEUROCIÊNCIAS. v. 12 (n. 2)
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- BISSCHOP, Guy de; BISSCHOP, Éric de; COMMANDRÉ, Francisque. Eletrofisioterapia. São Paulo: Santos Ed., 2001. 194p.
- KITCHEN, Sheila; BAZIN, Sarah. Eletroterapia: prática baseada em evidências. São Paulo: Manole, 2003. 348p.
- LOW, John; REED, Ann. Eletroterapia explicada: princípios e prática. São Paulo: Manole, 2001.
- ABREU, Tatiana; DUARTE, Patricia; EDUARDA, Paulo; KIKUTI, Cleber. Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea - TENS. Disponível em <wgate.com.br>. Acesso em 19 de março de 2009.