Flávia Junqueira – Wikipédia, a enciclopédia livre
Flávia Junqueira | |
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Nascimento | 15 de Fevereiro de 1985 São Paulo - SP |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | artista plástica |
Flávia Junqueira (São Paulo, 15 de Fevereiro de 1985) é uma artista plástica brasileira[1].
Vida e educação
[editar | editar código-fonte]Flávia iniciou seu contato com a arte ainda criança. Aos 13 anos de idade ingressou de forma complementar na escola Pan Americana de Artes e Design de São Paulo. Em 2004, iniciou sua graduação em fotografia, concomitante ao bacharelado em Artes Plásticas[2] na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Durante a graduação, foi assistente do cenógrafo e arquiteto José Carlos Serroni. Seu trabalho de conclusão de curso, A conhecer os meus segredos, foi orientado pelo professor Ronaldo Entler.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em seus primeiros trabalhos, a artista criou cenários preenchidos pelo excesso de objetos. A série A Casa em Festa[3], exposta na inauguração da Zipper Galeria em 2010, questionou a ironia da candura infantil através de atos performáticos da própria artista e da memória e relação afetiva com os objetos. No mesmo ano, Flávia foi convidada para a residência artística Red Bull House of Art[4] em São Paulo.
Em 2011, Flávia deslocou-se para espaços externos ao ambiente afetivo da casa, percorrendo um caminho por prédios antigos e decadentes. São Paulo foi o cenário para compor a série Sonhar com uma Casa na Casa[5]. Com sua carreira em florescimento, ela segue para uma residência artística na Cité Des Arts em Paris[6]. Ao longo de sua estadia, a artista realizou o trabalho de catalogação dos carrosséis da cidade, que gerou a série Um outro mapa para Paris. Ainda pela Europa, a artista seguiu para Donetsk na Ucrânia onde participou da residência artística regida pelo curador e artista Boris Mikhailov. Na exposição Partly Cloud[7] a artista utilizou o abandono de um palácio cultural soviético para refletir o paradoxo sentimental que acompanha a passagem do tempo.
Quando retorna ao Brasil, seu estilo consolida-se com a fotografia encenada[8]. Influenciada por José Carlos Serroni, ela explorou em suas obras a relação entre artes, cenografia e fotografia. Ao longo do desenvolvimento de pesquisa, sua obra incorporou referências de Sophie Calle, Andy Warhol e Jeff Koons, artistas de moda como David La Chapelle, além da Influência de fotógrafos como Jeff Wall e Gregory Crewdson, que trabalham a relação do cinema com a fotografia, e de Cindy Sherman, pioneira da foto encenada.
Em Projeto para Finais Felizes[9] (2012), obra apresentada na Temporada de Projetos no Paço das Artes, a artista apresentou finais felizes coletados de livros infantis, buscando apagar toda a história e deixando somente o motivo pelo qual o personagem encontrou sua felicidade.
Em Estudo para Inversão[10] (2013) e O caminho que percorri até te encontrar[11] (2011/2014), Junqueira trabalhou o maquinário dos carrosséis e sua funcionalidade como parte de rituais de lazer. Eles também apareceram como indicadores geográficos, em mapas de Paris e Buenos Aires, estabelecendo novas sinalizações cartográficas. Sua proposta era expôr fissuras no espaço – seja ele infantil, melancólico ou festivo – em meio ao cotidiano, na tentativa de tensionar e manipular o real.
Em Quando os Monstros Envelhecem[12] (2016), a artista deixou de lado a composição caótica de trabalhos anteriores, recolheu os objetos que a acompanhavam e os exibiu isolados, desmembrados da pilha de bexigas e brinquedos. Os monstros não a assustam tanto e foram até satirizados. Flávia apresentou espaços funcionais, dirigidos a adultos, mas que se travestiram de buffet infantil para amenizar o medo pueril. No mesmo ano, a artista concluiu seu mestrado em Artes Visuais na Universidade de São Paulo(USP), com a tese A Teatralidade da Vida Cotidiana[13] sob a orientação de Mario Celso Ramiro de Andrade.
A partir de 2017, os balões começaram a ser elementos recorrentes e protagonistas em seu trabalho. Influenciada também pelo elemento circular da artista Yayoi Kusama, Flávia iniciou uma nova fase com a foto encenada, na qual suas obras incorporaram a arquitetura patrimonial e elementos históricos. Teatros, casas tombadas, castelos e ruínas integraram o projeto, por meio de sua história e durabilidade. A exposição O absurdo e a Graça[14] (2019) apresentou balões flutuando em meio ao teatro vazio, elementos frágeis dentro de um espaço extremamente duradouro.
Na série de instalações Revoadas[15], composta por esculturas de balão realizadas em vidro soprado ou resina que pendem do teto, Flávia criou uma atmosfera lúdica no espaço. A analogia entre o sopro que preenche os balões e o que dá forma à escultura de vidro, constitui mais uma camada de lirismo em sua arte.
Em 2021, em meio a pandemia, a artista incluiu balões de festa nas quadras vazias das escolas de samba[16] do Rio de Janeiro, na produção de um documentário próprio. No mesmo ano, completou o doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com a tese Revoada: a construção do encantamento a partir da reflexão sobre fotografia encenada, orientada por Ernesto Giovanni Boccara.
Ligações Externas
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Flávia Junqueira». Enciclopédia Itaú Cultural
- ↑ «Anual de Arte». Revista FAAP
- ↑ «A artista Flávia Junqueira se enterrou entre vários objetos e falou de memória e de apego». Revista Trip - UOL
- ↑ «Centro Cultural na Praça da Bandeira». Época - O Globo
- ↑ «Flávia Junqueira, teatralidade extravagante». Revista Continente
- ↑ «A Casa em Festa de Flávia Junqueira». Portal Ibeu
- ↑ «Parcialmente Nublado na Ucrânia». Revista Select
- ↑ «A fotografia encenada na arte contemporânea». Art Soul
- ↑ «Projetos para Finais Felizes». Paço das Artes
- ↑ «Flávia Junqueira». Das Artes
- ↑ «Na Companha de Objetos». Revista Trip - UOL
- ↑ «Quando os Monstros Envelhecem, Flávia Junqueira». Veja SP
- ↑ «A teatralidade da vida cotidiana». Teses - USP
- ↑ «O balão é o novo personagem da nova exposição de Flávia Junqueira». Alô Alô Bahia
- ↑ «Arte ao Redor». Veja SP
- ↑ «No lugar de foliões, balões ocupam o vazio nas quadras de escolas de samba do Rio». G1 - Globo