Formação Caturrita – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Tipo | Formação geológica |
Unidade do(a) | Bacia do Paraná (grupo Rosário do Sul) |
Sucedida por | Formação Botucatu |
Precedida por | Formação Santa Maria |
Espessura | 30 - 60 m |
Litologia | |
Primária | Arenito fluvial e deltáico |
Localização | |
Homenagem | Caturrita, bairro de Santa Maria, RS |
Coordenadas | -29.695042, -53.795403 |
Região | Rio Grande do Sul |
País | Brasil |
Extensão | 250 km |
A Formação Caturrita é uma formação geológica localizada no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Sua datação é do período Triássico, mais especificamente carniano e noriano. Recebeu este nome devido a um bairro da cidade de Santa Maria. Esta localizado acima Formação Santa Maria, na Bacia do Paraná. Geralmente são encontrados lenhos e árvores fossilizadas nesta formação. É uma formação que só se encontra no Rio Grande do Sul.[1][2]
Origem
[editar | editar código-fonte]Boa parte da Bacia do Paraná parece não ter sofrido subsidência durante o Período Triássico, com exceção de alguns locais devido à ocorrência de falhamentos, possibilitando a deposição de sedimentos de origem fluvial e lacustre. Tais deposições deram origem às formações Caturrita e Santa Maria, as quais compõe a supersequência estratigráfica de segunda ordem denominada Supersequência Gondwana II.[3]
Características
[editar | editar código-fonte]A Formação Caturrita é constituída por material sedimentar depositado em ambiente fluvial no Triássico Superior. Sua composição é diversa, apresentando seixos de siltito argiloso vermelho na base, seguido por arenito avermelhado de granulometria fina à média, composição quartzosa e matriz argilosa, podendo ainda conter considerável teor de feldspato, sobreposto por siltito e folhelho também avermelhados. Em geral, a granulometria do arenito é mais grosseira e menos argilosa na base da deposição. Dado a sua origem fluvial, a Formação Caturrita apresentam marcada estratificação cruzada acanalada e tabular. A origem fluvial também resulta em significativa variação espacial na granulometria do arenito, identificada pelo contraste entre áreas de maior cimentação e coesão, com outras de maior condutividade hidráulica.[4][5][6]
Intemperismo e pedogênese
[editar | editar código-fonte]As rochas da Formação Caturrita podem dar origem a solos com características diferenciadas em função da sua posição na paisagem, a qual determina a condição de drenagem. Além disso, as caraterísticas dos solos formados depende da resistência dessas rochas ao intemperismo. Assim, os solos desenvolvidos a partir de rochas intemperizadas da Formação Caturrita podem ser classificados taxonomicamente como Neossolo (Litólico e Regolítico), Argissolo (Bruno-Acinzentado, Amarelo, Vermelho-Amarelo e Vermelho), Plintossolo e Planossolo,[7][8][9] de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS).[10]
Por se tratar de uma formação geológica constituída por arenitos fluviais, a Formação Caturrita dá origem a solos pobres em nutrientes como potássio, fósforo, cálcio e magnésio. Em contrapartida, os teores de alumínio no solo costumam ser elevados, prejudicando o desenvolvimento vegetal.[9]
Referências
- ↑ http://www.lenep.uenf.br/~severian/es-sm-sincro.html Arquivado em 1 de maio de 2008, no Wayback Machine. Formação Santa Maria
- ↑ http://www.pesquisasemgeociencias.ufrgs.br/arquivos/ARTIGO311.pdf[ligação inativa] Paleoformações
- ↑ Milani, E.J. Comentários sobre a origem e a evolução tectônica da Bacia do Paraná. In: Mantesso Neto, V.; Bartorelli, A.; Carneiro, C.D.R.; Neves, B.B.B. (Eds.). Geologia do continente sul-americano - evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. São Paulo, Brasil: Beca, 2005. p.264-279.
- ↑ Maciel Filho, C.L. Carta geotécnica de Santa Maria. Santa Maria, 1990. 21p.
- ↑ Pinto, J.S. Estudo da condutividade hidráulica de solos para disposição de resíduos sólidos na região de Santa Maria. 154p. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005.
- ↑ Sartori, P. Geologia e geomorfologia de Santa Maria. Ciência e Ambiente', v.38, p.19-42, 2009.
- ↑ Miguel, P. Pedological characterization, land use and modeling of the soil loss in hillslope areas the Plateau Border of RS. 112p. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2010.
- ↑ Dalmolin, R.S.D.; Pedron, F.A. Solos do município de Santa Maria. Ciência e Ambiente', v.38, 2009.
- ↑ a b Pedron, F.A.; Samuel-Rosa, A.; Dalmolin, R.S.D. Variation in pedological characteristics and the taxonomic classification of Argissolos (Ultisols and Alfisols) derived from sedimentary rocks. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.36, p.1-9, 2012.
- ↑ Embrapa. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006.