Fraortes (rebelde) – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Fraortes.
Fraortes
Nascimento século VI a.C.
Morte 521 a.C.

Fraortes (? - 521 a.C.) foi um medo que se rebelou contra o rei aquemênida Dario I. Reinou de 522 a.C. a 521 a.C.

Contexto histórico

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O que causou a revolta de Fraortes foi a morte do rei persa Cambises II na primavera do ano 522 a.C.[Nota 1] e a usurpação do trono de Gaumata, que era considerado mago, e que não pertencia a dinastia aqueménida mas que era medo de nascimento.[1]

Segundo a historia seis nobres partidários da família real persa ajudaram o rei Dario I a subir ao trono, assassinando Gaumata na sua fortaleza de Sicaiauavatis em Média no dia 29 de setembro.[2][Nota 2]

Quase imediatamente dois reis revoltaram-se: Nidintubel na Babilónia e Assina em Elão.[3] Quando Dario acabou de suprimir estas revoluções, Fraortes achou que estava na altura de experimenta o pulso ao poder dominante, assim reivindicou que era descendente do antigo rei medo Ciaxares e tomou o nome de Castariti para usar no trono.[4] Marchou sobre a cidade de Ecbátana, a capital Média, cidade que conquistou em dezembro do ano 522 a.C.

Mais ou menos pelos mesmos motivos que despoletaram os movimentos de sucessão referidos, estalou uma nova rebelião, em Elão, e sob o comando do rei Martia, e outras revoltas se iniciaram e expandiram-se as províncias da Arménia, Pártia e Assíria.

Fraortes, rei dos medos

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Os persas foram incapazes de conter a rebelião meda de forma rápida. Na inscrição de Beistum, Dario afirma que o seu general Hidarnes ganhou uma batalha em Marush (Mehriz (Maru), ao sul da actual Iazde) em 12 de janeiro de 521 a.C.[5][Nota 3] Sem dúvida esta batalha não foi de modo algum decisiva e não prejudicou seriamente a posição de Fraortes na Média, apenas serviu para impedir que os medos invadissem a Pérsia, não chegaram sequer a cara a cara com o inimigo, Uasdata.

Outro factor que joga a favor de Fraortes foi que o exército de Dario estava formado por tropas medas. Estas tinham servido bem na Babilónia, mas era improvável que atacassem o seu próprio povo e país.

Sem duvida, se Dario não podia tirar partido da vitória, Fraortes também não podia explorar muito a situação, já que em Pártia, que era leal ao rei medo, havia uma guarnição persa que era comandada pelo pai de Dario, Histaspes. Em 8 de março do ano 521 a.C., os partas e seus aliados, os hircânios, atacaram a guarnição persa, tendo sido derrotados.

Explorado a situação os persas da Pártia puderam atacar a retaguarda dos invasores. Fraortes não podia atacar Dario, que teve tempo para recrutar um novo exército.

Na primavera, o líder persa penetrou na Média pelo Oeste, e em 8 de maio de 521 a.C. derrotou Fraortes num sitio chamado Cunduru, que provavelmente é a atual Beistum, onde há uma inscrição de Beistum sobre o assunto.[6][Nota 4]

Fraortes foi capturado quando se dirigia ao centro religioso dos magos, Rages (actual Teerão).[7]

Dario, conta na inscrição de Beistum, que ele mesmo cortou o nariz, a língua e as orelhas, arrancou os olhos e crucificou em Ecbátana Fraortes e seus principais seguidores.[7]

Depois desta vitória, Dario pôde enviar tropas para a Arménia e Pártia, onde os seus generais acabaram com o resto dos rebeldes, mas ainda houve outras rebeliões nas províncias.[8]

Notas e referências

Notas

  1. Dia 9 do mês Garmapada.
  2. Dia 10 do mês Bagaiadi.
  3. Dia 27 do mês Anamaca.
  4. Dia 25 do mês Aducanaixa.

Referências

  1. Dario I, Inscrição de Beistum, 11 (1.35-43) [em linha]
  2. Dario I, Inscrição de Beistum, 13 (1.48-61)
  3. Dario I, Inscrição de Beistum, 16 (1.72-81)
  4. Dario I, Inscrição de Beistum, 24 (2.13-17)
  5. Dario I, Inscrição de Beistum, 25 (2.18-29)
  6. Dario I, Inscrição de Beistum, 31 (2.64-70)
  7. a b Dario I, Inscrição de Beistum, 32 (2.70-77)
  8. «Phraortes». Livius.org. Consultado em 21 de agosto de 2021