Função harmônica, estritamente em Matemática, é qualquer solução não trivial da equação de Laplace, cujas derivadas primeira e segunda são contínuas. Aplica-se em vários sub-domínios da própria matemática, além de encontrar imensa e rica utilidade na física matemática, na física, em análise de processos estocásticos, entre várias aplicações.
Função harmônica, em Matemática, em Física, em Física matemática e em Processos estocásticos, é uma função contínua e duplamente diferenciável f : U → R (onde U é um subconjunto aberto de Rn) que satisfaz a equação de Laplace, e pode ser assim expressa:
em todo lugar em U. Isso é também frequentemente escrito como
- ou
- onde: é o operador laplaciano e é o operator Laplace-de Rham
Alternativamente, função harmônica pode ser definida de outros modos:
- Função harmônica, em Matemática, também pode ser entendida como qualquer solução não trivial da equação de Laplace, cujas derivadas primeira e segunda são contínuas.
- Há também uma outra definição aparentemente mais frágil, contudo equivalente. Realmente, uma função é dita harmônica se e somente se é fracamente harmônica — e a aparente fragilidade conceitual decorre apenas da recorrência.
Funções harmônicas podem ser definidas num espaço riemanniano múltiplo, por meio do uso do operator Laplace-de Rham,
Nesse contexto, uma função é dita harmônica se
Uma função que satisfaz é dita subarmônica.
Seja uma função harmônica, aberto. Então, para cada , temos:
onde, é o volume da bola unitária em , é a bola de centro em e raio e denota sua fronteira (a esfera de centro e raio ). Isto é, se é harmônica, então é igual a sua média sobre qualquer esfera de centro e raio contida no seu domínio (veja, por exemplo, Evans (2010)[1]).
Demonstração. |
Com efeito, seja . Fazendo a mudança de variável , temos . Agora, calculando a derivada de em relação a , obtemos: que, voltando a nos dá: observando que é a normal unitária exterior para cada . Aqui, denota a derivada normal de . Daí, das identidades de Green, temos que: pois, é harmônica por hipótese. Mostramos, assim, que para todo , logo é uma função constante e, portanto: este último passo sendo uma propriedade da média de uma função. Temos, assim, demonstrado o que queríamos. |
Como consequência do resultado acima, podemos demonstrar que:
isto é: se é harmônica, então é igual a média de sobre qualquer bola de centro e raio contida em seu domínio.
Demonstração. |
Com efeito: . o que demonstra o enunciado. |
Esse resultado também tem uma recíproca. Se é tal que
então, é harmônica. Em outras palavras, uma função duas vezes continuamente diferenciável cuja média sobre cada esfera contida em seu domínio é igual a função aplicada no centro da mesma é uma função harmônica.
Demonstração. |
Assumimos, sem perda de generalidade, que em alguma bola Definindo temos que é constante em relação a , logo Por outro lado: o que é uma contradição. |
Uma função harmônica atinge seu máximo (mínimo) na fronteira. Mais precisamente, se é uma função harmônica com , então , bem como . Aqui, é um conjunto aberto, é o fecho de .
Esta propriedade é consequência do princípio do máximo forte[1], o qual estabelece que se, além das hipóteses acima, for conexo e existir tal que , então é constante em . Esta propriedade é, por sua vez, consequência direta da fórmula do valor médio (veja acima).
Referências
- ↑ a b Evans, Lawrence (2010). Partial Differential Equations 2 ed. [S.l.]: American Mathematical Society. ISBN 978-0821849743