Gabinete Olinda (1857) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Marquês de Olinda, presidente do Conselho de Ministros (1857-58).

O Gabinete Olinda (1857) foi o ministério formado pelo Partido Conservador em 4 de maio de 1857 e dissolvido em 12 de dezembro de 1858. Foi chefiado por Pedro de Araújo Lima, Marquês de Olinda, sendo o 9º gabinete do Império do Brasil, durando 1 ano e 222 dias. Foi antecedido pelo Gabinete Caxias (1856) e sucedido pelo Gabinete Abaeté.

Segundo Sérgio Buarque de Holanda (2004)[1]:

E a 4 de maio de 1857, Olinda, agora marquês, é designado novamente Presidente do Conselho. Olinda vai constituir o que se chamará o Gabinete do equilíbrio. Encontram-se nele, ainda, conservadores e liberais juntos, fala-se em espírito moderado e conciliador, mas não se pode reconhecer nessa combinação, feita por simples interesse, o sentido da política de Paraná. [...] Liberais e conciliadores é que darão a base de apoio do Gabinete, mais que os conservadores, que se mantêm um pouco reticentes: se é certo que Olinda fora o grande fundador do partido, há muito que não entrava em perfeita consonância com os antigos companheiros.

Composição do governo Olinda na Câmara dos Deputados em 1858 em obra de Luís Aleixo Boulanger

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O gabinete foi composto da seguinte forma:

Programa de governo

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O gabinete apresentou o seguinte programa de governo[2]:

  • Incentivar a imigração.
  • Revisar as tarifas alfandegárias.
  • Reformar o sistema hipotecário.
  • Aperfeiçoar a disciplina militar.
  • Aperfeiçoar a legislação criminal e de processo.
  • Criar projeto de lei para a promoção dos oficiais da Armada.
  • Modificar as disposições que regulam o recrutamento.

Legislação aprovada

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O gabinete aprovou a seguinte legislação:

  • Decreto nº 1.943 de 8 de julho de 1857: Altera as disposições de diferentes artigos do regulamento das escolas de Medicina do Império.
  • Decreto nº 2.004 de 24 de outubro de 1857: Manda receber nas estações públicas do Império as moedas inglesas soberanas.
  • Decreto nº 2.046 de 9 de dezembro de 1857: Aprova o regulamento para o corte de gado no matadouro público da Corte.
  • Decreto nº 2.081 de 16 de janeiro de 1858: Regula a organização e disciplina do corpo policial da Corte.
  • Decreto nº 2.268 de 2 de outubro de 1858: Promulga o tratado de amizade entre o Brasil e o Império Otomano.
  • Decreto nº 2.269 de 2 de outubro de 1858: Promulga o tratado de comércio entre o Brasil e a República do Uruguai.
  • Decreto nº 2.312 de 27 de novembro de 1858: Promulga a convenção celebrada nesta Corte em 2 de junho de 1858 para o ajuste, por meio de uma comissão mista, das reclamações entre o Império e a Grã-Bretanha.