Gasosa Cini – Wikipédia, a enciclopédia livre

Gasosa Cini
Tipo Refrigerante
Acidulante(s) Ácido cítrico
Conservante(s) Benzoato de sódio
Fabricante Cini Bebidas
Distribuidor Cini Bebidas
Origem São José dos Pinhais / Paraná -  Brasil
Criador Hugo Cini
Sabor Framboesa, gengibre, limão, abacaxi, Guaraná, noz-de-cola, laranja
Variante(s)
  • Cini Abacaxi
  • Cini Framboesa
  • Cini Coca+Limão
  • Cini Gengibirra
  • Cini Guaraná
  • Cini Laranja
  • Cini Limão
Website Site oficial da marca

Gasosa Cini é uma marca de refrigerante característico e tradicional da região sul do Brasil, em especial nos estados do Paraná, onde foi fundada em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba) e onde se localiza a fábrica Cini Bebidas, e também um centro de distribuição no estado de Santa Catarina, na cidade de Joinville.[1][2]

Egízio Cini veio da Itália, da região de Veneto, para o Brasil, no século XIX, com o objetivo de se instalar em terras doadas pelo imperador Dom Pedro II e se estabeleceu na Colônia Cecília, no município de Palmeira, no Paraná. Na colônia, casou-se com Aldina Benedetti, de uma família pioneira. Ezígio e Aldina construíram um moinho de fubá e em 1 de outubro de 1891 nasceu seu primogênito, Hugo Cini.

Junto com a esposa, produziam uma bebida para os finais de semana a base de água, açúcar e gengibre, que chamaram de "gengibirra", união das palavras gengibre e birra (cerveja em italiano). Não era alcoólica, mas quando a gengibirra começou a fazer sucesso na colônia, através do comentários entre os colonos, passou a ser conhecida como uma cerveja de gengibre.[3]

Ezígio era considerado um intelectual que defendia seus ideais, através de um jornal que foi fundado em 1899, em Curitiba e era dirigido por ele, o II Diritto Libertário, inclinado para a divulgação anarquista. O jornal estampava um subtítulo: “Periódico comunista – anarchico”.[4] Com a Proclamação da República, ocorreu a decadência da Colônia Cecília, devido à dívida colonial.

Em 1904, Ezígio Cini associou-se a Carlos Chelli, também ex-integrante da Colônia Cecília para iniciar um pequeno negócio dedicado à produção de bebidas alcoólicas. Em São José dos Pinhais, fundou a Cervejaria Esperança. A empresa produzia uma água carbonatada e algumas bebidas alcoólicas, como Fernet, e duas cervejas, uma clara e outra escura, chamada Águia. A cerveja Águia era artesanal, e o processo de fabricação incluía a fermentação na própria garrafa.

Com a morte de Ezígio Cini, Aldina assumiu a posição na sociedade com Chelli, ao lado do filho mais velho, Hugo. Chelli vendeu sua parte na sociedade para Hugo, que assumiu a indústria. Os meios de produção na época eram: uma máquina manual movida a pedal, um tanque para a lavagem das garrafas e tonéis de carvalho para a cerveja. A fermentação levava de 25 a 30 dias e a matéria-prima provinha da Tchecoslováquia, em caixas lacradas com zinco.

Enquanto a fábrica era em São José dos Pinhais, foi construído um depósito em Curitiba, e posteriormente, em 4 de março de 1928, o depósito foi transformado em fábrica, na cidade de Curitiba, e foi registrada como "Hugo Cini e Cia"., tendo suas instalações ampliadas significativamente.

Em 1945, a empresa foi transformada em Hugo Cini e Filhos Ltda., tendo a participação da esposa de Hugo Cini, Amélia Gobbo Cini, e de seus filhos Carlos Ezígio, Carolina Isolina, Aldina, Orlando, Espérdie, Nilo e Ginete.

Inicialmente, as vendas eram realizadas em carroças carregadas com cerca de 60 dúzias, no começo da semana, levando capilé, aguardente, gasosa e cerveja. Como o processo para a fabricação das cervejas era muito caro, a fábrica parou de produzi-las na Segunda Guerra Mundial. Na década de 1940, a Cini já fabricava a “colinha”, refrigerante de 190 ml, com gosto puxado para malte.

Parte do maquinário, da marca Dickes, foi trazido da Alemanha para a produção da gasosa, e o químico encarregado da fórmula também foi trazido da Europa. A gasosa era elaborada manualmente, e as essências procediam da Alemanha, nos sabores framboesa, limão, abacaxi, gengibre e o procaroli especial, caramelo que vinha em uma barrica de 200 litros e que dava cor à cerveja.

Em maio de 1963 a Cini foi transformada em Sociedade Anônima sob a designação de Hugo Cini S.A. – Indústria de Bebidas e Conexos.

Na década de 1960, mesmo com uma promoção com o refrigerante “colinha”, que oferecia prêmios dentro da tampinha de cortiça, a fábrica parou de produzir o produto devido à grande concorrência da Coca-Cola. As gasosas, porém, já haviam conquistado o mercado do Paraná e Santa Catarina, em especial a “Gengibirra”. Durante muitos anos a Cini foi conquistando o mercado; comprou a marca Wimi, tradicional refrigerante de laranja e foi modernizando o maquinário.[5]

Produção atual

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No início da década de 1970 o empresário Hugo faleceu e o comando da empresa ficou a cargo dos filhos Orlando e Nilo. Como acontece com muitas empresas familiares, na década de 1980 a Hugo Cini passou por um processo de transição.

Em 1996, a sede da indústria em Curitiba foi transferida para Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde a indústria passou a dispor de uma área de 10.000m², sendo 6000m² de área construída.

No dia 17 de março de 2003, aos 84 anos de idade faleceu o industrial Orlando Cini.

Em março de 2004, a indústria fez 100 anos, passando a ser uma empresa de bebidas não alcoólicas, oferecendo além das gasosas o chá mate e as bebidas prontas de sucos de frutas.

Em 2006, Cini Bebidas retornou às suas raízes, a cidade de São José dos Pinhais. Atualmente a Cini é comandada por dois grupos de acionistas, herdeiros de Orlando e Nilo Cini.

Apresentação

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A Gasosa Cini pode ser apresentada em vários sabores: framboesa, limão, guaraná, gengibirra (feita de gengibre), laranja, abacaxi, cola com limão.

Referências

  1. «Refri Sabor Paranaense». Matéria de capa do Jornal Tribuna do Paraná. Parana-online.com.br. Janeiro de 2013 
  2. «Cini Bebidas amplia presença em Santa Catarina». Nossas Notícias – Empresa Cini. Cini.com.br 
  3. Gustavo Marques (2021). «Gengibirra, Cini Framboesa e Wimi: Conheça onde são fabricadas as gasosas que Curitiba ama». Jornal Tribuna do Paraná. Consultado em 18 de Agosto de 2021 
  4. Informações Biblioteca Pública do Paraná
  5. BENEDET, Josiane. 100 anos de uma empresa sem segredos e 100% familiar

Referências bibliográficas

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Ligações externas

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