Georges Politzer – Wikipédia, a enciclopédia livre

Georges Politzer
Nascimento 3 de maio de 1903
Oradea
Morte 23 de maio de 1942 (39 anos)
Fort Mont-Valérien
Sepultamento cemitério do Père-Lachaise
Cidadania França
Cônjuge Marie Politzer
Ocupação filósofo, psicólogo, professor, escritor, membro da Resistência Francesa
Prêmios
  • Mort pour la France
Empregador(a) L'Humanité
Causa da morte perfuração por arma de fogo
Página de edição em francês do título de Princípios fundamentais de filosofia

Georges Politzer (3 de maio de 1903 em Nagyvárad, Hungria - Forte do Monte Valerien, nos arredores de Paris, 23 de maio de 1942) foi um filósofo e teórico marxista francês de origem húngara. Georges Politzer foi militante comunista e participante da Resistência francesa. Preso em 1942 foi torturado e executado pela Gestapo por ser militante comunista[1]. Sua esposa, Maï Politzer, que também fora detida, será enviada para o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, falecendo em março de 1943.

Psicologia concreta

[editar | editar código-fonte]

Politzer defendeu o que ele chamava de uma psicologia concreta, onde o objeto seria o estudo da vida humana a que ele chamou "drama da vida". Aos vinte e cinco anos 1928 publica sua crítica a A Interpretação dos Sonhos (Traumdeutung) de Freud A psicologia concreta deveria focar sua atenção no aspecto da vida física do indivíduo e nos pensamentos que se dirigem à realidade e as atividades humanas (Crítica, 1998).

Segundo Maurice Apprey, em sua nota como tradutor da edição norte-americana de 1994, a psicologia concreta elaborada por Politzer influencia de certa maneira o trabalho de importantes psicanalistas franceses, como Jacques Lacan e o do filósofo Maurice Merleau-Ponty.

Crítica dos fundamentos da psicologia

[editar | editar código-fonte]

Louis Althusser, em duas conferências apresentadas (1963-1964), chamadas Psicanálise e Ciências Humanas, aponta que certamente foi através da leitura da obra de Politzer, e de sua crítica, que Maurice Merleau-Ponty e Jean Paul Sartre inseriram a psicanálise nas suas reflexões filosóficas ( Le Livre de Poche, 1996, Librairie Générale Française/IMEC, p. 33,34-36). A obra de Freud, publicada originalmente em alemão em 1899, havia sido traduzida ao francês dois anos antes, 1926. Márcio Mariguela na sua apresentação à tradução portuguesa de Crítica (1998), aponta que esta obra marcou os "rumos da psicanálise na França", apontando sua inserção nos trabalho de Jacques Lacan e Michel Foucault.

Tomando parte da insurreição húngara de 1919, exila-se com 17 anos após o fracasso da República Soviética da Hungria dirigida por Béla Kun. Após encontrar Sigmund Freud e Sándor Ferenczi, instala-se em Paris em 1921. Em cinco anos, obtém todos os seus títulos académicos. Torna-se professor de Filosofia no liceu Marcelin-Berthelot em Saint-Maur-des-Fossés e toma parte do primeiro conselho de administração do estabelecimento[2].

Resistência e morte

[editar | editar código-fonte]

Mobilizado em Paris em 1940, coloca-se ao lado da direção clandestina do Partido Comunista Francês. Após julho de 1940, dirige a edição de um boletim clandestino. Após a prisão, em outubro de 1940, de seu camarada e amigo Paul Langevin, físico de renome mundial, Politzer lança o primeiro número de L’Université libre, relatando a prisão do amigo e denunciando as ações cometidas pelos invasores. L’Université libre circula entre 1940 e 1941.

Em fevereiro de 1942 Politzer é preso e, em maio, é fuzilado pelos nazis no Monte Valérien.

Apesar da sua morte trágica e das suas posições anti-fascistas, Georges Politzer só seria reconhecido como resistente a título póstumo e após uma longa batalha jurídica que só acabaria em 1956.

Em português
  • Crítica dos fundamentos da psicologia: a psicologia e a psicanálise. Piracicaba, Unimep, 1998 [1928].
  • A Filosofia e os mitos. RJ: Civilização Brasileira, 1973 [1969].
  • Princípios fundamentais de filosofia. Fulgor, 1962 [1935-1936].
Em francês
  • Critique des fondements de la psychologie, 1928 reed.: Critique des fondements de la psychologie. La psychologie et la psychanalyse, 2003, Ed.: Presses Universitaires de France, Col. Quadrige, ISBN 2130535488
  • Le Bergsonisme, une mystification philosophique, Édições sociales
  • Sang et or, ou l’Or vaincu par le sang, novembro de 1940
  • Révolution et contre-révolution au sécle XX, Edições sociales, março de 1941
  • Principes élémentaires de philosophie, Edições sociales, anotações dos cursos lecionados na Universidade operária de 1935-1936 ; reedição Edições Delga, 2008. Início do capítulo 3. (em francês)
  • Écrits, 1. La Philosophie et les Mythes, Edições sociales, [1969] 1973.
  • Écrits, 2. Les Fondements de la psychologie, Edições sociales
Em inglês
  • Critique of the foundations of psycology. Pittsburgh, Duquesne UP, 1994.

Referências

  1. The Great Soviet Encyclopedia
  2. «Georges Politzer (1903-1942)». Liceu Marcelin berthelot. Consultado em 28 de julho de 2011. Arquivado do original em 13 de julho de 2009 


Ícone de esboço Este artigo sobre filosofia/um(a) filósofo(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.